Pov Derek Halles
— Ela fez isso tudo? — a minha mãe pergunta com um semblante chocado e assinto, ela bebe mais um gole da sua segunda chávena de chá e depois olha para fora — Credo, filho. Nem sei o que dizer. — ela encara-me e suspiro levemente, encosto-me na cadeira e batuco com os dedos na mesa do café.
— O pior é que a Ballie não a quis denunciar pois tem esperança que tenha sido sem querer. — a minha mãe dá um leve sorriso e assente com a cabeça, compreendendo a posição da mulher que eu gosto.
— Ela parece ser uma pessoa muito bondosa. — ela sorri levemente e assinto com o que a minha mãe diz.
— Ela é uma pessoa incrível. — digo mais baixo do que queria e olho para a mesa de madeira do café.
— Sendo muito sincera, nunca gostei muito da Paige. Sempre soube que ia haver outra pessoa na tua vida, mas como me podia enganar deixei fluir e aceitei-a como é. — rio-me levemente com o que a minha mãe me diz e assinto, ela sempre adorou o namorado da Claire e por isso ele ia muitas vezes lá a casa, mas a Paige eu ia mais vezes a casa dela do que ela à minha, devido aos meus pais — Mas não me importava de conhecer essa Ballie, parece ser boa pessoa. — a minha mãe sorri e assinto, mostro-lhe uma foto da Ballie. Quando tirei esta foto nós fomos ao parque de diversões e ela estava abraçada ao peluche e de olhos fechado, nunca vi ninguém tão feliz com um peluche — Parece ser super querida, filho. — sorrio levemente com o que a minha mãe diz.
— Ela não sabe onde estou. — a minha mãe ergue a sobrancelha com o que digo — Eu tive receio dela implorar para eu ficar e eu não resistir, foi mais fácil assim. — engulo levemente em seco a mentira que acabei de dizer, não era fácil e eu cada vez estava mais em baixo, estava a cair num poço sem fim.
— É por isso que não fazes a barba há dias e nem penteias esse cabelo. — não me sinto ofendido com o que a minha mãe diz pois era a maior verdade de todas. Eu não fazia a barba há pelo menos quatro dias — Vamos embora? — bebo o resto do chá que já estava quase frio na chávena e assinto, a minha mãe vai pagar e levo as chávenas ao balcão. Saímos do café e caminhamos em direção a casa.
— O pai e a Malia, sempre vêm hoje? — pergunto curioso, eu tinha ouvido a conversa da Chloe com a mãe, ontem à noite e fiquei confuso com a vinda do pai, mas já perguntava o porquê de ele vir.
— Como sabes? — sorrio e a minha mãe suspira e não me deixa responder — Era supostamente uma surpresa. — ela sorri levemente e rio-me com a sua indignação.
— Mas vem? — olho para a minha mãe que sorri e assente, verificando o seu relógio de pulso.
— Já deve ter chegado. — assim que a minha mãe acaba de dizer, um carro pára ao nosso lado e fico confuso, trocando para a frente da minha mãe, o vidro desce e fico aliviado quando vejo o meu pai.
— Então jeitosa. — ele sorri e a minha mãe ri-se, ele sai do carro e abraço-o, ele retribui com leves chapadas nas costas, depois abraça a minha mãe, levantando-a do chão, o amor deles era realmente lindo. A porta de trás abre e a minha sobrinha sai com o seu sorriso que ilumina cada pessoa, pego nela ao colo, abraçando-a.
— Tio Derek! — ela ri-se alto e começa a chorar em seguida, afago as suas costas com cuidado para não a magoar, ela era muito frágil. Abano-a no meu colo com delicadeza e olho para o meu pai e fico confuso, ele devia estar em Paris.
— Pai... não devias estar em Paris? — ele sorri levemente e assente.
— A família é mais importante, vou trabalhar pelo Canadá até Fevereiro do próximo ano. — ele sorri levemente e assinto, entrego a Malia à minha mãe e abraço o meu pai que dá-me umas chapadas leves nas costas e sorrio, entramos no carro do meu pai e ajudo a Malia a apertar o seu cinto, observo a rua e o meu pai conduz para casa, sorrio levemente quando vejo a mão da minha mãe na perna do meu pai.
Chegamos a casa depois de uns breves minutos no carro e entramos na mesma, a Chloe e a Claire levantam-se assim que o nosso pai entra e em seguida a Malia, a Chloe começa a chorar alto e abraça a sua filha, afagando o cabelo da pequena e observando a criança como se fosse uma peça de porcelana. A Malia chora baixo nos braços da mãe e aperta a mesma, olho para a Laurah que desce e salta para cima do nosso pai, assim que ele termina o seu abraço com a Claire. Abraço a minha mãe que coloca as mãos na cara e contém as suas lágrimas provavelmente da emoção que estava a sentir. Estavam todos felizes, incluindo eu mas algo faltava dentro de mim e eu sabia o que era. A Malia abraça agora a Claire que tem um sorriso no rosto, depois abraça a Laura por breves segundos, a Malia culpava a Laurah pelo afastamento que estava a dar à sua relação com a mãe e eu percebo que a Laurah o percebe quando observa a Malia a abraçar novamente a sua mãe que ainda chorava baixo e depositava beijos na cabeça da filha, sorrio levemente.
— Quem tem fome? — o meu pai pergunta, interrompendo a sessão de choro das mulheres e eu levanto o braço, como todos fazem.
— Finalmente comida do pai! — A Claire diz baixo e vai para a cozinha, ouve-se o riso da minha mãe e a Chloe resmunga, já que era ela que cozinhava, coloco os pratos, a Malia os talheres, a Laurah os guardanapos e a Claire os guardanapos, depois sentamo-nos à mesa, esperando pela comida do nosso pai.
Olho para as minhas irmãs todas à mesa e olho para a janela, fico confuso por ver uma mulher muito próxima à nossa casa e levanto-me da cadeira, as minhas irmãs observam-me e ficam confusas, abro a janela e a mulher atravessa a estrada, tropeçando, arregalo os olhos e ela vira-se para mim, endireito-me e sinto o meu coração acelerar, pisco várias vezes os olhos para ter a certeza que era mesmo ela e dou um sorriso, saio de casa e vou até ela, como se fosse uma pessoa imune, atravessando os carros que queriam passar, chego perto dela e sinto as minhas mãos tremerem levemente, ela dá um sorriso fraco.
— Ballie... — digo baixo e ela beija-me, retribuo surpreso e coloco as mãos no seu rosto frio.
ESTÁS LEYENDO
Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)
RomanceDa mesma saga de "Thezza"... Derek Halles aparenta ter uma vida fácil, mas as aparências iludem. No seu interior, esconde um coração generoso que reluta em mostrar, mesmo perante os desafios que a vida lhe apresenta. Ele esforça-se para animar os am...