Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)

Capítulo 49

Pov Derek Halles

Olho para a Ballie e abraço-a contra mim, como é que se começa esta conversa? Como era suposto dizer para ela exprimir o que sente sem saber o que senti quando a Laurah se foi embora?

— Ballie? — oiço-a murmurar e respiro fundo — Eu sei que é difícil ver a Emma ir embora e... — ela interrompe-me.

— Eu estou bem. — ergo a sobrancelha.

— Tu estás a tentar enganar-te a ti mesma, Ballie. — ela suspira e nega.

— Eu vou ficar bem. — olho para ela e aperto-a levemente nos meus braços.

— Para isso tens de sentir. — digo baixo — Tens de te permitir sentir a perda que ela te deixou. Tens de senti-lo, Ballie.

— Como? — ela diz baixo e suspiro.

— Tens de perceber que ela se foi embora para seguir o sonho dela. Para o bem dela. — engulo em seco, eu também o tinha de fazer.

— Eu quero que ela seja feliz Derek, essa não é sequer a questão. — olho para ela.

— Eu sei. Tu tens medo. — ela assente.

— Muito medo. Tenho medo por ela. E se correr tudo mal? Há tantas vertentes e todas elas parecem assustadoras. — ela diz baixo.

— E se fosses tu, Ballie? — ela olha para mim e percebo que está confusa com a minha pergunta, reformulo a questão — E se fosses tu a ir embora? O que fazias?

— Eu não sei, mas provavelmente aceitava. — ela engole em seco — E sentia que as ia abandonar.

— Não as ias abandonar, Ballie. Ias seguir o teu sonho. A Emma não te abandonou. A Emma floresceu e não tarda nada está uma flor que te vem visitar. Ou tu a ela. — sorrio levemente.

— Não tenho dinheiro para isso, Derek. — ela diz baixo — Nem eu e nem ela. — suspiramos os dois.

— Só precisas de passaporte. — ela ergue a sobrancelha.

— Nem penses, Derek. — sorrio levemente e assinto.

— Já pensei, Ballie. — ela olha para mim e ergue a sobrancelha — O que achas de irmos a Paris na interrupção letiva de novembro? — sorrio levemente e ela olha para mim e senta-se, desencostando-se do meu corpo.

— Como assim? — olho para ela.

— O meu pai vai a Paris nessa data, aproveitei e pedi-lhe que levasse dois acompanhantes. Ou seja, nós os dois. O que me dizes? — sorrio levemente e ela ergue a sobrancelha.

— Estás a falar a sério, Derek? — assinto e ela abraça-me, retribuo o seu abraço e sinto a minha blusa começar a ficar molhada, provavelmente pelas suas lágrimas, esperava que fosse de felicidade — Nunca me fizeram isso.

— Pretendo fazer muito mais, Ballie. — digo baixo perto da sua orelha e ela observa-me.

— Porquê? — rio-me levemente e olho para o seu rosto, coloco a mecha de cabelo que está no seu rosto, atrás da sua orelha.

— Porque eu sou apaixonado por ti e quero te ver feliz e se isso implicar ir a França só para veres a tua amiga, eu faço-o. — ela olha para os meus olhos.

— Obrigada, Derek. — ela diz baixo e assinto, ela encosta-se a mim e coloca o filme a continuar, não conseguia prestar atenção ao filme, ela coloca em pausa novamente — Porque gostas de mim? — olho para ela.

— Porque tu és real, Ballie. Não tentas ser algo que não és. Tu és apenas tu, por mais distraída que sejas, acho que és incrível como ser humano. Eu gosto de ti quando franzes o nariz a rir, quando dás gargalhadas que contagiam a sala inteira. Gosto quando ergues a sobrancelha quando não percebes ou não gostas de algo. Gosto de te ver a observar as pessoas sem elas notarem. Gosto de ver a tua concentração quando lês os teus livros de romance. Apenas... gosto de ti. — ela olha para mim e sorri levemente.

— Obrigada. — ela diz baixo e assinto — Nunca me tinham dito isso. — ela ri-se levemente e olho para ela, ela desvia o olhar e observamos a noite e o som o mar faz-se ouvir.

— Ballie. Gostavas de ler para mim? — ela olha para mim.

— Porquê? — ela ergue a sobrancelha.

— Tu entras num mundo completamente diferente quando o fazes, deixa-me fazê-lo contigo também. — ela sorri e assente.

— Queres ir dormir lá a casa hoje? A Val está com o Shane? — sorrio e assinto — Ótimo. — ela sorri e ficamos em silêncio, ela coloca o filme. Estava ansioso.

Nota da autora: 

O que estão a achar da história?