Pov Derek Halles
Olho para a porta de casa quando a Claire entra com a Chloe, elas dão-me um sorriso triste e breve e vão para o quarto da Laurah. Olho para o meu telemóvel sem nenhuma chamada ou mensagem da Ballie, coloco as mãos atrás da cabeça e fecho os olhos à espera que o mundo gire e seja a minha vez de ser feliz. Levanto-me do sofá e pego na chave do carro e de casa, giro-as no meu dedo e depois agarro-as. Sento-me novamente no sofá e olho para o teto branco por breves segundos. Levanto-me outra vez do sofá e abro a janela de casa, encosto-me e coloco a cabeça fora de casa, parecia na prisão. A prisão da Laurah. Saio da janela e olho para o telemóvel, fecho a janela e saio de casa, começo a caminhar para a livraria da cidade. Esta livraria fazia-me lembrar a Ballie, ela adorava ler então eu vinha quase todos os dias ver livros para me lembrar dela, mesmo que eu odiasse ler, o cheiro de madeira da loja fazia-me lembrar o cheiro do seu quarto com o da Val, ambas liam e até fizeram um episódio do podcast sobre livros. Entro na livraria e observo as estantes cheias de livros, vou para a secção do romance, era o que ela adorava. Observo os livros e pego no seu favorito "A Seleção- Kiera Cass". Sinto uma mão no ombro e assusto-me, virando-me para trás.
— Derek... — a minha mãe diz num sussurro e engulo levemente em seco — O que achas de irmos beber um café, filho? — assinto e coloco o livro onde estava, saímos da loja.
— Como sabias que eu estava aqui? — era uma pergunta óbvia de responder, mas eu precisava de saber porque é que a minha mãe me conseguia encontrar e a Ballie nunca procurou por mim, eu sei que agi mal mas eu precisava de saber o porquê. Eu precisava de saber muita coisa, sendo sincero.
— Tu vens sempre para aqui, o motivo ainda não percebi, mas eu sei que tu vens sempre para aqui. — ela sorri levemente e entramos no café, era pequeno e neste momento, cheirava a chocolate quente.
— Eu conto-te o motivo. — digo mais baixo do que queria mas sei que a minha mãe me ouve pois assente e dá um leve sorriso.
Sentamo-nos numa mesa perto da grande janela que havia no café e olho para a minha mãe. Eu e ela éramos super parecidos um com o outros, tínhamos as mesmas cores nos olhos e no cabelo. O nosso rosto era muito parecido e a nossa personalidade era basicamente a mesma, eu tinha apenas alguns toques do meu pai. Toda a bondade que tinha no meu coração, era devido à personalidade bondosa que a minha mãe tinha. O meu pai era bondoso mas de uma maneira difícil de interpretar, ele teve de ser firme nas suas atitudes devido à vida difícil que teve e a minha mãe, teve mais facilidade na infância do que o meu pai. Esta parte das drogas era difícil para o meu pai, já que o mesmo consumiu e saiu desse mundo devido à minha mãe. Ela ajudou-o, como está a ajudar a filha.
— Ainda não tive a oportunidade de te pedir desculpa pelo o que está a acontecer e como te está a afetar. É difícil para mim e para o teu pai, mas também é difícil para vocês, afinal são irmãos dela e mantém-se unidos independentemente se vocês estão noutro país. — assinto compreendendo o lado da minha mãe — Eu sei que te sentes revoltado com a tua irmã, sentes que estás a perder a tua vida por ela, mas eu também sei que o fazes porque amas a tua irmã. — ela baixa o olhar e baixo o meu também, levanto-o quando ela pega nas minhas mãos frias, devido ao tempo gelado que estava no Canadá — Eu peço tanta desculpa pelo o que tu e as tuas irmãs estão a passar. Peço desculpa por estar ausente na vossa vida e mais presente da vida da Laurah. Eu peço desculpa por vos tirar da vossa zona de conforto... — os olhos da minha mãe marejam e aperto as mãos da minha mãe.
— Mãe... — digo baixo para quebrar o breve silêncio que houve, ela olha para mim — Não tens de pedir desculpa por precisares de mim ou das minhas irmãs. A Laurah precisa de nós e nós vamos ajudá-la a ultrapassar isto, custe o que custar e os anos que forem. — sorrio levemente e a minha mãe assente, ainda de olhos marejados — E vais sempre estar presente na nossa vida. — dou um sorriso leve e o garçom vem, pedimos um chá para os dois e lembro-me do Shane, pois ele é que bebia bastante chá mas com leite.
— Estás apaixonado? — olho para a minha mãe, assim que ela pergunta e dou um riso nasal, ela dá um sorriso, desta vez não era leve e sim um sorriso largo e com o seu brilho habitual nos olhos.
— Estou. Ela chama-se Ballie e já a conheço há um ano mas infelizmente os nossos caminhos não estão destinados a ficarem juntos. — sorrio levemente quando me recordo da loirinha que fazia o meu coração saltar mais rápido que o normal.
— E como é que ela é? — a minha mãe sorri e os nossos chás chegam, pego no mesmo e dou um gole — É parecida com a Paige? — quase me engasgo com a pergunta da minha mãe e arregalo is olhos.
— A Ballie não tem nada haver com a Paige. — olho para a minha mãe que fica confusa com o que eu digo e dou um leve sorriso — Acho que preciso de desabafar contigo sobre a Paige. Quem ela é realmente. — sorrio levemente e ela assente, olhando para mim e levando a sua chávena de chá à boca e dando um gole.
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Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)
RomanceDa mesma saga de "Thezza"... Derek Halles aparenta ter uma vida fácil, mas as aparências iludem. No seu interior, esconde um coração generoso que reluta em mostrar, mesmo perante os desafios que a vida lhe apresenta. Ele esforça-se para animar os am...