Capítulo 72

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Pov Derek Halles

Olho para a porta de casa quando a Claire entra com a Chloe, elas dão-me um sorriso triste e breve e vão para o quarto da Laurah. Olho para o meu telemóvel sem nenhuma chamada ou mensagem da Ballie, coloco as mãos atrás da cabeça e fecho os olhos à espera que o mundo gire e seja a minha vez de ser feliz. Levanto-me do sofá e pego na chave do carro e de casa, giro-as no meu dedo e depois agarro-as. Sento-me novamente no sofá e olho para o teto branco por breves segundos. Levanto-me outra vez do sofá e abro a janela de casa, encosto-me e coloco a cabeça fora de casa, parecia na prisão. A prisão da Laurah. Saio da janela e olho para o telemóvel, fecho a janela e saio de casa, começo a caminhar para a livraria da cidade. Esta livraria fazia-me lembrar a Ballie, ela adorava ler então eu vinha quase todos os dias ver livros para me lembrar dela, mesmo que eu odiasse ler, o cheiro de madeira da loja fazia-me lembrar o cheiro do seu quarto com o da Val, ambas liam e até fizeram um episódio do podcast sobre livros. Entro na livraria e observo as estantes cheias de livros, vou para a secção do romance, era o que ela adorava. Observo os livros e pego no seu favorito "A Seleção- Kiera Cass". Sinto uma mão no ombro e assusto-me, virando-me para trás.

— Derek... — a minha mãe diz num sussurro e engulo levemente em seco — O que achas de irmos beber um café, filho? — assinto e coloco o livro onde estava, saímos da loja.

— Como sabias que eu estava aqui? — era uma pergunta óbvia de responder, mas eu precisava de saber porque é que a minha mãe me conseguia encontrar e a Ballie nunca procurou por mim, eu sei que agi mal mas eu precisava de saber o porquê. Eu precisava de saber muita coisa, sendo sincero.

— Tu vens sempre para aqui, o motivo ainda não percebi, mas eu sei que tu vens sempre para aqui. — ela sorri levemente e entramos no café, era pequeno e neste momento, cheirava a chocolate quente.

— Eu conto-te o motivo. — digo mais baixo do que queria mas sei que a minha mãe me ouve pois assente e dá um leve sorriso.

Sentamo-nos numa mesa perto da grande janela que havia no café e olho para a minha mãe. Eu e ela éramos super parecidos um com o outros, tínhamos as mesmas cores nos olhos e no cabelo. O nosso rosto era muito parecido e a nossa personalidade era basicamente a mesma, eu tinha apenas alguns toques do meu pai. Toda a bondade que tinha no meu coração, era devido à personalidade bondosa que a minha mãe tinha. O meu pai era bondoso mas de uma maneira difícil de interpretar, ele teve de ser firme nas suas atitudes devido à vida difícil que teve e a minha mãe, teve mais facilidade na infância do que o meu pai. Esta parte das drogas era difícil para o meu pai, já que o mesmo consumiu e saiu desse mundo devido à minha mãe. Ela ajudou-o, como está a ajudar a filha.

— Ainda não tive a oportunidade de te pedir desculpa pelo o que está a acontecer e como te está a afetar. É difícil para mim e para o teu pai, mas também é difícil para vocês, afinal são irmãos dela e mantém-se unidos independentemente se vocês estão noutro país. — assinto compreendendo o lado da minha mãe — Eu sei que te sentes revoltado com a tua irmã, sentes que estás a perder a tua vida por ela, mas eu também sei que o fazes porque amas a tua irmã. — ela baixa o olhar e baixo o meu também, levanto-o quando ela pega nas minhas mãos frias, devido ao tempo gelado que estava no Canadá — Eu peço tanta desculpa pelo o que tu e as tuas irmãs estão a passar. Peço desculpa por estar ausente na vossa vida e mais presente da vida da Laurah. Eu peço desculpa por vos tirar da vossa zona de conforto... — os olhos da minha mãe marejam e aperto as mãos da minha mãe.

— Mãe... — digo baixo para quebrar o breve silêncio que houve, ela olha para mim — Não tens de pedir desculpa por precisares de mim ou das minhas irmãs. A Laurah precisa de nós e nós vamos ajudá-la a ultrapassar isto, custe o que custar e os anos que forem. — sorrio levemente e a minha mãe assente, ainda de olhos marejados — E vais sempre estar presente na nossa vida. — dou um sorriso leve e o garçom vem, pedimos um chá para os dois e lembro-me do Shane, pois ele é que bebia bastante chá mas com leite.

— Estás apaixonado? — olho para a minha mãe, assim que ela pergunta e dou um riso nasal, ela dá um sorriso, desta vez não era leve e sim um sorriso largo e com o seu brilho habitual nos olhos.

— Estou. Ela chama-se Ballie e já a conheço há um ano mas infelizmente os nossos caminhos não estão destinados a ficarem juntos. — sorrio levemente quando me recordo da loirinha que fazia o meu coração saltar mais rápido que o normal.

— E como é que ela é? — a minha mãe sorri e os nossos chás chegam, pego no mesmo e dou um gole — É parecida com a Paige? — quase me engasgo com a pergunta da minha mãe e arregalo is olhos.

— A Ballie não tem nada haver com a Paige. — olho para a minha mãe que fica confusa com o que eu digo e dou um leve sorriso — Acho que preciso de desabafar contigo sobre a Paige. Quem ela é realmente. — sorrio levemente e ela assente, olhando para mim e levando a sua chávena de chá à boca e dando um gole.

Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)Where stories live. Discover now