Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)

Capítulo 69

Pov Derek Halles

Olho para a Chloe que desce das escadas de casa e desvio o olhar para o meu telemóvel. Observo a fotografia que a Valerie publicou e aumento para o rosto da Ballie, engulo em seco e desligo o telemóvel, estava-me a sentir frustrado por estar aqui no Canadá.

— Ela é bonita. — a minha irmã sorri levemente e senta-se ao meu lado, no sofá. Contenho-me para não revirar os olhos com a sua afirmação e suspiro, optando por a ignorar, mas era inevitável, a preocupação corrói-me por dentro — Derek... eu sei que é complicado... mas a Laurah precisa de nós.

— E eu preciso de viver, Chloe. — digo tentando ser sério, mas a minha voz saí trémula e desesperado. Olho para a minha irmã que transmitia pelo o seu olhar, preocupação — Eu amo a Ballie e agora tive de me separar dela porque a Laurah decide entrar novamente em caminhos obscuros. Ela tem de ser internada durante mais tempo. — a minha mãe entra na sala e suspira, provavelmente ouviu o que tinha acabado de dizer, mas não disse mentira nenhuma.

— Derek... eu peço desculpa por isso... — a minha mãe diz baixo e sinto-me culpado e arrependido por me sentir frustado. Ela tinha o seu olhar como sempre tinha, desde que a Laurah começou nesta vida.

— Eu nas férias de Natal, eu vou levar a Ballie à DisneyLand. Eu prometi e vou cumpri-lo e nenhuma de vocês vai impedir que isso aconteça. — digo sério, espero que ela me perdoasse quando me visse.

A minha mãe fica em silêncio, tal como a minha irmã. A porta de casa abre e a Claire entra, sentando-se no sofá. Ficamos os quatro a olhar para um ponto fixo no chão e em silêncio, até a minha mãe suspirar e ir na direção do seu quarto. Olho para as minhas irmãs que permanecem em silêncio e um grito da Laurah faz-se ouvir, vamos até ao quarto dela e entramos todos, olho para a minha irmã que dorme e suspiro, era apenas um pesadelo juntamente com um grito. Sento-me na cadeira ao lado da sua cama e as minhas irmãs sentam-se nas outras duas cadeiras, ficamos a observar a nossa irmã mais nova que tinha vários hematomas pelo corpo, devido à agressão que ela própria se faz. Encaro o teto e quando oiço a Laurah despertar, olho para ela.

— Boa tarde... — ela sorri levemente, esfregando os olhos. Ela não se lembrava de nada, novamente — Derek! O que fazes aqui?

— Tu sabes muito bem o que faço aqui, Laurah. Não te faças de inocente, voltaste à merda das drogas. — digo sentindo o meu sangue ferver e a Chloe suspira.

— Derek. — oiço o aviso da minha irmã mais velha e suspiro, esfregando a cara. Tinha de manter a calma.

— Desculpa... — a minha irmã caçula diz baixo e esconde metade da cara debaixo do cobertor e suspiro.

— Tudo bem, Laurah. Vai ficar tudo bem. — digo tentando-me convencer a mim próprio e saio do quarto, sendo seguido pela Chloe, ela estava a tentar transmitir-me conforto, mas não era este conforto que eu queria receber neste momento.

Ela sempre foi o meu porto seguro, cuidou de mim porque os meus pais não tinham tempo de o fazer, devido ao seu trabalho árduo para dar um bem estar à nossa família. Entro no meu quarto e a Chloe entra atrás de mim, sento-me na cama e ela abraça-me, retribuo. Sentia que estava a enfraquecer no abraço da minha irmã e estava a cair em mim, a Ballie nunca me ia perdoar. Eu tinha-a perdido e provavelmente era definitivo. As memórias que tive com ela começam a passar pela minha cabeça e a serem repetidas. Sinto os meus olhos a arder, por tentar prender ao máximo as minhas lágrimas.

— Podes chorar irmão. Eu estou aqui para te apoiar. — As palavras da minha irmã rasgam-me por dentro e chego ao meu limite, começo a chorar.

Nunca fui de demonstrar sentimentos, melhor, nunca fui de demonstrar a minha parte fraca. Eu sempre fui forte em contê-los e raramente chorava, se o fizesse eu estava totalmente perdido e não aguentava mais o que estava a sentir. Pensar que tinha perdido a Ballie, era algo que não queria que se realizasse porque eu amava-a com todo o meu coração, mas era demasiado covarde para dizer a situação que a minha família se encontrava.