Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)

Capítulo 64

Pov Ballie Peak

Não acredito que o segundo episódio do podcast já tinha 3000 visualizações desde ontem. Os rapazes como tinham mais seguidores, estavam a ajudar-nos bastante. Entro na escola de dança e sorrio para a Nicole, ela sorri levemente e ergo a sobrancelha, vou ter com ela.

— O que aconteceu? — ela suspira, parecia nervosa.

— Tens um pai à tua espera e diz que não se ia embora até falar contigo. — assinto confusa — Ele está na tua sala, insistiu em ser lá a conversa.

— Certo. Até já. — sorrio levemente e vou para a minha sala. Entrou e olho para o senhor, merda — Boa tarde, já sei que quer falar comigo.

— Boa tarde, se for possível. Gostava de trocar uma palavra consigo. — assinto e pouso meu saco.

— Posso saber o assunto? — sorrio o melhor que podia e ele coloca a mão no cabelo, nervoso. Ele era super parecido com o Nicholas.

— Eu… — olho para ele séria — Tu… — ergo a sobrancelha — Bem… a minha filha vai sair desta escola, vamos mudar de cidade e gostava que tratassem da transferência. — olho para ele e fico surpreendida por não sentir nada sobre a sua mudança, era totalmente indiferente para mim.

— Certo. Mas não sou eu que o faço e sim a minha colega, a Nicole. Por isso veio falar com a pessoa errada sobre isso. — digo rude e ele assente.

— Obrigado e desculpe o incómodo. — assinto e ele vai para a porta, sigo-o com o olhar, queria dizer tanta coisa. Ele sustenta o meu olhar não sei por quanto tempo mas nenhum de nós dizia nada.

— Pode ir embora. — ele sabia que não era apenas na sala e sim da cidade, ele vacilou com o seu olhar.

— Desculpa. — ele diz baixo e eu sabia que não era apenas por ele ter vindo até aqui para falar sobre este tema.

— Não o vou desculpar, Marcus. — digo séria e ele engole em seco, assentindo e saindo da sala. Respiro fundo e apoio-me à parede. Olho para o chão, respirando fundo várias vezes.

— Ballie! — olho para a Nicole que se aproxima e sorrio levemente — O homem saiu daqui a chorar, pelo menos pareceu. — Olho para ela e suspiro, sento-me no chão, depois chorava no colo da Val.

— Vamos treinar a nossa dança? — ela assente, parecendo preocupada — Estou bem. — digo para a tranquilizar a ela e a mim.

Levanto-me e vou aquecer, para dançarmos a música. Ela coloca a música e começamos a dançar juntas, eu ficava no inicio deitada no chão e quando me levantava, tentava fugir dela. Era uma alma perdida no meio da solidão e o Diabo tentava capturar-me com a ajuda de outras almas que já o seguiam. Ela faz um mortal no ar e danço os meus passos. Paramos no fim e ela sorri, respiramos as duas ofegantes.

— Nós vamos ganhar. De certeza absoluta. — sorrio e assinto, quando ela o diz confiante.

— Também tenho a certeza que sim. — sorrimos uma para a outra — E agora tenho de me preparar para dar aula de Ballet às mais velhas. — ela sorri e assente, saindo sala. Mantenho-me quente enquanto elas não chegam.

(...)

Entro em casa e olho para as meninas sentadas no sofa a ver um programa de chefes. Aproximo-me e olho para elas, sorrio levemente.

— Olá meninas. — elas olham para mim e sorriem, sento-me no sofá.

— Como foram as aulas de dança? — a Val sorri animada e engulo em seco, agora estava a cair a ficha.

— Ele foi lá. — a Izza ergue a sobrancelha e desliga a televisão.

— Cono assim, ele foi lá… — ela diz séria e suspiro, coloco as mãos nas têmporas e massageio, estava toda dorida.

— Ele vai mudar de cidade, não sei para onde mas eu também não quero saber. — a Val abraça-me e retribuo.

— Acho que é o melhor. — ela suspira e assinto.

— Concordo com a Val. — a Izza suspira e olhamos para a Sabi que me observa.

— Não sei o que dizer… ele podia ter tentado pelo menos conhecer-te. Isso não te afetou? — suspiro e nego, ela olha para mim — Então acho que no fundo já estavas à espera que isso acontecesse. — engulo em seco e assinto. Eu já estava à espera mas não queria acreditar na minha intuição.

— Eu sinceramente não sei, mas senti um peso sair de cima de mim. Acho que foi o melhor que ele fez, eu queria apenas distância dele. — sorrio fraco e elas suspiram, assentindo. Olho para o meu telemóvel que vibra e vejo a mensagem do Derek para ir ter com ele lá fora, olho para as meninas e sorrio levemente — Vou lá fora. — elas erguem a sobrancelha e saio de casa sem esperar que elas digam algo, vou ter com o Derek e sorrio quando o vejo, abraçando-o com força. Não sabia que precisava tanto deste abraço. Começo a chorar, não sabia que precisava tanto de chorar.

— O que aconteceu, amor? — ele diz baixo e afaga o meu cabelo.