Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)

Capítulo 55

Pov Ballie Peak

Saio das bancadas e vou para fora do campo, cravo as unhas nas mãos. Respiro fundo o máximo que podia e começo a tremer, cravo com mais força mas isso já não resulta. Coloco a mão no peito e encosto-me à parede, escorregando até ao chão. Tento respirar fundo e começo a chorar baixo, o meu coração parecia saltar do peito. Oiço uma voz conhecida e abro os olhos, como ela me diz para fazer.

— Ballie! Respira comigo. — olho para a Sabi e tento respirar ao seu ritmo — Não feches os olhos. Olha para mim. — tento manter os meus olhos abertos e respirar fundo ao mesmo tempo. Sinto a Sabi apertar a minha mão e abraça a minha cabeça — Respira fundo, Ballie. — ela diz baixo e olha para mim — Lembras-te como foi a nossa viagem a nova york, nas férias de verão? Antes de eu ir para a Colombia. — assinto e olho para a Sabi, soluço baixo — Consegues-me contar o que mais gostaste?

— Foi mágica... — digo baixo e ela assente, sorrindo levemente — Fomos ver... as luzes novamente. — respiro fundo e ela aperta a minha mão.

— Estás num bom caminho, Bi. — ela sorri levemente — E lembras-te do casamento do teu avô? — olho para a Sabi e assinto — Conta-me como foi. — sorrio levemente com as lembranças e respiro fundo começando a ficar mais calma.

— Foi... incrivel. Levei o meu avô ao altar, com o meu irmão. — respiro fundo e a Sabi sorri — a Emma e a Izza levaram a avó... — digo baixo e tento cravar as unhas nas mãos, mas a Sabi agarra nas mesmas e olha para os meus olhos — Eu... dancei bastante com o meu avô. — digo mais calma e ela sorri levemente, ficamos em silêncio durante breves minutos.

— O que aconteceu, Ballie? — suspiro e olho para a Sabi.

— O Derek é muito parecido com o meu ex-namorado. — digo baixo e ela ergue a sobrancelha.

— Em que sentido, Ballie? — ela senta-se ao meu lado no chão frio e olho para o chão.

— Ele também jogava futebol americano e vamos dizer que de calma... ele não tinha nada. Ele mostrava o que era em campo e infelizmente depois de um mês de relação também o mostrou ao meu lado e esse é o meu maior medo. Eu tenho medo de cair no erro de namorar com um jogador de futebol americano e ele ser igual. — suspiro — Ele deu-me medo, tu reparaste na frieza dele ao fazer aquela placagem? O seu sorriso no fim? — engulo em seco e encolho-me.

— Vamos para casa. — olho para a Sabi e ela ajuda-me a levantar, vamos para o seu carro.

— Não me sinto bem. — digo baixo e respiro fundo, abano as mãos e ela começa a conduzir com alguma velocidade — Sabi... eu quero vomitar. — engulo em seco e ela trava rápido na beira da estrada, abro a porta, caio do carro e vomito, ela agarra-me no cabelo.

— Ballie... querida acho que estás a sofrer um desbloqueio de um grande trauma. — ela diz baixo e respiro fundo.

Ela limpa-me a boca e olho para ela. Ela ajuda-me a entrar novamente no carro e entra em seguida, conduzindo rápido para casa, fecho os olhos. Chegamos e ela ajuda-me a ir para casa, entramos e vou à casa de banho, vomito novamente e ela vem atrás de mim, agarra-me novamente no cabelo. Lavo a boca e ela dá descarga. Vou para o meu quarto e sento-me na cama, encolhendo-me. Ela abraça-me.

— Não estou nada bem. — digo baixo e ela suspira.

— Vou te fazer um chá, Bi. — assinto e ela saí do quarto deixando a porta aberta. Volta breves minutos depois com uma chávena e entrega-me, bebo devagar e olho para ela.

— Desculpa. — digo baixo e ela suspira.

— Não tens de pedir desculpa, Bi. Vou te ajudar sempre. — ela sorri levemente e abraça-me, pouso a cabeça no seu peito — O que achas de assistirmos Gilmore Girls? — ela sorri levemente e assinto, vamos para a sala e sentamo-nos no sofá.

Não conseguia ficar atenta à série. Só pensava no sorriso do Derek quando viu o tal de Bennet estendido no chão. Tive um deja vu. Sinto o olhar da Sabi em mim, mas não conseguia olhar. Levo a chávena à boca e dou um gole do chá. Eu tive medo. E este medo era um sinal para me afastar dele. 

*Flashback on*

Olho para o Zack no campo, tinha a sweat que ele me obrigou a utilizar para "marcar" o seu território já que ia jogar contra o Isaac, um dos meus melhores amigos. Observo o Nicholas a falar com o treinador e a voltar para o seu lugar. Respiro fundo nervosa e cravo as minhas unhas nas mãos para me acalmar. Começa o jogo e o Zack corre em direção ao Isaac, colocando-o estendido no chão em segundos, fica um silêncio e ele sorri afastando-se, olha para mim e engulo em seco. Olho para o Isaac estendido e salto as grades, começando a correr na direção do mesmo, nervosa. Que ele não tenha morrido. Que ele não tenha morrido. Que ele não tenha morrido.

— Isaac! — digo alto quando chego ao seu lado.

Começo a chorar quando o vejo com os olhos abertos e uma lágrima a escorrer pelo o seu olho, choro baixo e coloco as mãos na cara. Olho para o Zack que se aproxima sério e afasto-me dele, olho para o Nicholas que vai até ao Zack e empurra-o para fora do campo, o treinador chama-o e soluço baixo. Que ele não tenha morrido. Levam o Isaac e saio dali a correr, sentia a minha respiração desregulada, vou para casa que era muito perto e entro, trancando a porta. Não sei quanto tempo passa, apenas sei que estava a chorar e já me ardia os olhos. Batem à porta com força e soluço, colocando a mão para abafar o mesmo.

— Ballie! Abre essa porta! — coloco a mão no peito e uma na boca — Abre-me isso! — ele diz alto.

— Saí daqui, por favor! — soluço e fico sentada no chão.

— Ballie! Eu juro que te mato se não abrires esta porta! — ele bate com mais força e nego com a cabeça, eu queria o meu avô.

— Por favor, Zack. — soluço.

— Ballie... foi sem querer... eu juro. — oiço-o chorar e a deslizar pela porta — Ballie... eu juro. — soluço e nego com a cabeça.

*Flashback off*

— O que aconteceu? Nunca mais voltaram. — olho para a Ellie e depois para a Izza que ergue a sobrancelha e olho para a Sabi que suspira e nega com a cabeça, olho para a televisão, novamente. Não sabia quando tinham entrado.

— Estás bem, Ballie? — a Izza pergunta e aproxima-se, engulo em seco — Ballie? O que aconteceu? — ela agacha-se à minha frente e suspiro.

— Não estou pronta. — olho para os olhos da minha amiga que assente e abraça-me, sem dizer mais nada. A Ellie pega na chávena e senta-se ao meu lado — Sabi... podes explicar? — digo baixo e a mesma suspira e assente.

— Claro. — as meninas olham para a Sabi e eu olho para o chão — A Ballie teve um desbloqueio de um trauma que infelizmente não foi da melhor maneira. Ela... viu o Derek fazer aquela placagem com aquela frieza toda e associou, infelizmente, ao seu relacionamento passado. Com isso não reagiu, obviamente, da melhor maneira. — engulo em seco e a Izza olha para mim e aperta a minha mão.

— Merda. — ela diz baixo e suspiro, batem à porta e olhamos todas para lá, a Ellie vai abrir e o Derek entra com o rosto pisado de sangue, engulo em seco e olho para a Izza.