Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)

A última emboscada - 131

          Os homens mais que depressa cumprem as ordens de Jow, o pátio é esvaziado, depois ocupado por veículos estrategicamente posicionados e após isso, tem toda sua iluminação apagada, ficando em total escuridão.

          — Esse é o seu rádio. A qualquer momento ele vai tocar, e você vai atender. Eu conheço todos os seus códigos militares e sinais secretos, por isso eu espero que pense bem em cada palavra que vai dizer, em resumo, o que vai dizer quando ele chamar é: Ordem 23 (avançar e ocupar), a General está ocupada e não pode responder, os invasores estão margeados no saguão; e encerrar a transmissão.

          Poucos minutos se passam e o rádio toca.

          — Senhor, temos atividade no limite do horizonte, próximo da estrada. Não vemos veículos, apenas um olheiro.

          — Entendido, fique fora do alcance da visão e continue informando.

          Logo em seguida toca o rádio do Coronel Tompz:

          — Central, na escuta? Responda, câmbio. — A voz pesada, chama do outro lado.

          Tompz leva a mão ao rádio e Jow o impede.

          — Ainda não. Não sejamos apressados, deixe chamar mais um pouco.

          — Central, alguém na escuta? Câmbio. — O rádio toca novamente.

          — Central, responda! — Toca pela terceira vez.

          Jow entrega o rádio ao Coronel.

          — Central na escuta. Coronel Tompz falando, prossiga.

          — Central, aqui é o Coronel Bradis. Qual sua situação?

          — Coronel Bradis, nossa situação é Ordem 23. Copiou? Ordem 23!

          — Copiado, Coronel Tompz. Cadê a General? Câmbio.

          — A general se encontra ocupada. Câmbio.

          — Nós estamos a distancia de contato visual, mas está tudo escuro, a entrada parece estar danificada. Não conseguimos ter um panorama do local.

          — A situação está parcialmente sob controle, os invasores estão sitiados no saguão. Vocês podem vir pela entrada nordeste. Aguardamos sua ação, Coronel. Câmbio.

          — Ação em curso. Câmbio e desligo.

          Assim que o rádio é desligado o vigia na torre informa que veículos são avistados na estrada, são muitos e eles vem apenas com os faróis de neblina acesos. Eles param aproximadamente a um quilômetro antes do batalhão e os homens seguem a pé. Se concentram de fora dos muros ao lado da abertura do portão, e ao sinal de um deles, uma enxurrada de soldados invade o pátio do batalhão. Assim que a maioria deles entra, todas as luzes dos holofotes são acesas, juntamente com os faróis dos veículos que foram posicionados ali, momentos antes, deixando-os cegos por trás de seus equipamentos de visão noturna. Antes que pudessem reagir, o auto-falante começa a tocar com uma voz conhecida:

          — Aqui é o Coronel Tompz, nosso batalhão foi tomado por uma força numericamente superior ao nosso contingente, peço que façam tudo que lhes forem mandado. Isso é uma ordem.

          Para evitar que os mais distantes na parte externa do batalhão pudessem fugir, centenas de Rebeldes Ciganos, muito bem armados estavam camuflados na retaguarda dos Leviatãs, e se revelaram no exato instante que as luzes se acenderam, assim rendendo os homens e os forçando a entrar.