Pedindo a ajuda da floresta - 89

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          Naquelas terras nem tudo é calmaria, enquanto alguns descansam outros estão em seu pico de atividade, tudo vai bem até que essa atividade causa incômodo.

          Mister Kypper que dormia tranquilo deitado no chão sobre folhas, com a cabeça encostada sobre uma raiz sobressalente a terra, usando como travesseiro, de repente abre os olhos assustado com cara de espanto. Silenciosamente vai até Jow e o toca de leve no ombro, este, em uma reação de reflexo, aponta-lhe para o nariz um revólver brilhante, Mister Kypper assustado levanta as duas mãos em expressão de rendição.

          — O que você quer? Me assustou. Desculpe pela arma.

          — Shiiiiu. — Mister Kypper coloca o dedo na boca em sinal de silêncio e fala sussurrando. — Emergência. Precisamos visitar alguém.

          — Quem?

          — Você vai saber. Chame o Tenente, ele precisa ir conosco, não acorde os outros.

          Jow pisando macio, vai até o Tenente, que dorme meio sentado na traseira do veículo, encostado na lataria.

          — Tenente. — Jow o chama por três vezes, na terceira ele abre os olhos.

          — Já está na hora de partirmos?

          — Ainda não. Mas o Mister Kypper disse haver uma emergência e quer que vamos com ele visitar alguma criatura da floresta.

          O Tenente se levanta e ordena a Ivanovski a pegar uma arma pesada e acompanhá-lo, em seguida vai até a Sgt. Megan que está no turno de vigia junto com outros membros Rebeldes, informa da sua saída e pede pra avisar a todos para o esperar quando acordarem. Jow chama Norffi e ordena que fique em modo estendido para acompanhá-los. Mondanês que dormia tranquilo sente a movimentação e se levanta.

          — Você vem conosco? — Jow o convida.

          — Sim, quero conhecer os espíritos que guardam essa floresta.

           — Mister Kypper, quem estamos indo visitar? — Tenente parece estar desconfiado.

          — Ela se chama Yorka, é uma Dríade, uma divindade da floresta, na verdade um guardião. Um ser híbrido de animal e vegetal, muito mais vegetal que animal, mas ela se comunica de forma mais direta, assim como um animal.

           — Sim, e por que estamos indo vê-la?

           — Conversar com planta na linguagem dela é uma coisa complicada, você nunca sabe ao certo se é ela que está falando com você ou se é apenas sua mente te pregando uma peça. Por isso vamos a um intérprete, que seja capaz de passar a história a limpo.

           Eles caminham por alguns minutos entre as árvores, passam por um filete de água corrente, Mister Kypper para, pega uma folha grande, dobra fazendo um pequeno cone e coleta um pouco de água, mas não bebe, ao invés disso parece transportá-la. Seus companheiros olham confusos sua atitude, eles caminham mais um pouco até chegarem em um espaço enorme, tomado por apenas uma árvore ao centro e nenhuma outra em um raio de pelo menos três metros: sua copa é bem alta e exageradamente grande, cobrindo o céu em toda essa circunferência. Seu tronco não é liso, ao invés disso é todo coberto de pequenos galhos secos de forma caótica, do chão até a sua copa.

          Mister Kypper vai até a árvore e despeja a água do seu copo improvisado sobre uma parte específica do tronco e se afasta, em alguns segundos esses galhos secos começam a vibrar, parte do tronco da árvore começa a se mexer e a se afastar da mesma, até que todos possam ver que se trata da criatura a qual Mister Kypper se referia, ela estava integrada ao tronco de forma que eles nem podiam nota-lá. Ao ver a transformação da criatura, Mondanês dá um passo atrás perplexo.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora