Moderna, mas com cara das antigas - 33

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          Sharon 500 produzida pela marca Journey Motors em meados de 2050 seu pai era apenas um adolescente ainda quando elas saíram no mercado.

          Um motor em V de quatro cilindros, um bloco tecto nuclear, dois propulsores a jato que fazem dela a moto flutuante comercial mais potente, veloz e confiável já produzida no mundo. Capaz de ultrapassar os 260 km por hora e de flutuar até uma altura de 150 metros, carregando 300 kg.

          Recebeu o que havia de mais moderno no seu tempo, Sistema de Navegação inteligente, leitura de terreno por sonar, geolocalização via satélite, distribuição de peso para estabilidade em curvas, piloto automático e uma simulação de Inteligência Artificial, ainda experimental para aquela época.

          Dois modos de locomoção, a jato com o motor tectônico e a combustão. O jato desenvolve boa velocidade e altitude, sua grande vantagem é o modo silencioso, mas é a combustão que ela põe para funcionar seus 4 cilindros simultaneamente, que leva ao limite máximo do seu potencial e vem acompanhado de um rugido inconfundível, que fez dela moto mais desejada da época que foi lançada. Tudo isso naquele velho estilo nostálgico das clássicas estradeiras Harley Davidson e Indian que marcaram uma época e influenciaram muitos modelos depois delas.

          Graves acidentes envolvendo essas motos e seus condutores imprudentes e inexperientes, fizeram com que elas parassem de ser produzidas nessas características, dando lugar a modelos mais discretos e comportados de 300 e 250 cilindradas, com altitude máxima de 60 metros e velocidades limitadas a 180 Km por hora e bem menos ruidosas e por consequência menos interessantes.

          Banco para dois, baú grande debaixo do banco, dois alforjes de couro nas laterais, sissy bar para o garupa e suporte para bagagem na traseira. Por sua capacidade de armazenamento e transporte, Jow faz da dele seu lar, ferramentas, capa de camuflagem, saco de dormir, comida, e o que lhe falta ele obtém pelo caminho.

          Nora, assim se chama sua inteligência artificial, que no final está mais para um computador de bordo falante, uma voz que está sempre consigo em suas viagens, que lhe faz companhia, espanta a solidão de quem está sempre de partida.

          E mais uma vez ela está regulada, equipada, carregada com a bagagem necessária, pronta para encarar a estrada. E agora terá mais dois passageiros para esta nova jornada.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now