Aprontar a equipe "Az" - 62

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          Jow sai do salão acompanhado de Norffi e as pessoas que se prontificaram a ir na missão, o Monge os guia em direção ao depósito, Diesel e Jack os alcançam no caminho:

          — Diesel, que bom que chegou, levem-nos até o galpão, deixem que peguem o que forem precisar.

          — Sim, Mestre, assim farei. Namastê.

          — Namastê.

          Diesel abre o galpão, são duas portas grandes, está muito escuro, o cheiro de poeira é forte no ar, ele vai até o canto da parede onde aciona o mecanismo que abre as claraboias no teto e a luz invade o lugar permitindo que todos vejam o quão grande e cheio está, mas tudo muito bem organizado pelo espaço. Jow fica impressionado quando vê a dimensão do que está diante dos olhos.

          — Diesel, aqui tem muito mais do que eu me lembrava.

          — Tem sim, fizemos algumas aquisições depois que você partiu. Encontramos uma base de armamentos e veículos do exército, há quase mil e quinhentos quilômetros, bem longe, mas valeu a pena.

          — E a fábrica de armamentos que eu te falei, nas ruínas da cidade de Ramon, a Noroeste daqui? Foi conferir?

          — Fui sim.

          — E o que conseguiu?

          — Você vai ver daqui a pouco. Vamos aos veículos. Dá uma volta aí e me diz o que você quer.

          — Eu não, meu amigo, cada um escolhe a viatura em que vai, só vou sugerir o que precisaremos para garantir a viagem. Eu vou escolher é o que irá compor o arsenal e mais alguns acessórios.

          — Vamos lá então. Vou te apresentar os candidatos: Esse é o Ferrugem, ele é o nosso cara furtivo e entrosado, consegue entrar em qualquer lugar e sair de qualquer enrascada, é o tipo agente duplo, fica esperto com ele. — Com ele logo ao lado, Diesel fala de forma sarcástica, Ferrugem e Jow riem.

          — Que isso, Diesel, eu sou articulado, não sou agente duplo, prefiro dizer que sou diplomático. Quando precisar de alguém pra mediar um acordo difícil, pode contar comigo. — Ferrugem estende a mão para Jow. — Muito prazer.

          — Muito prazer, Ferrugem. — Jow corresponde o gesto. — Então você é o "Cara dos trâmites"? Essa é uma informação útil, será bem utilizado, seja bem-vindo a equipe.

          — Este é o Bulldog — Diesel continua a apresentar os membros a Jow. — Não se assuste com essa cara feia, ele tem um bom coração. É o cara certo pras brigas mano a mano, o cara é um tanque, não há quem tenha coragem de peitá-lo. Só te dou um conselho, ele é 99% da paz, mas não queira ver seu 1% de fúria.

          — Não se assusta garoto, também não é pra tanto. — Bulldog fala manso mas com uma voz de trovão.

          — Vamos deixar sua fúria para os troncos caídos que bloquearem o caminho. — Jow faz uma piada e todos riem.

          — Este francês magrelo, metido a besta é o cara que mais entende de armas da vila, conhece tudo que há de melhor do nosso arsenal. Não é Pierre? — Diesel se direciona a Pierre.

          — Oui. Tenho total domíni desde revouveris, fuzis, até as gatlim aposentadas. Nenhuma arma que tenha passado pelas minhas mãos falha. — Pierre fala com o sotaque característico francês.

          — É bom que não falhe mesmo, poderemos não ter chance de um segundo teste. — Diz Jow.

          — Edgar, meio homem, meio máquina, às vezes com um parafuso a menos, às vezes com umas baterias a mais. Um excelente mecânico e especialista em gambiarras.

          — Gambiarras não, eu prefiro chamar de solução emergencial provisória. Não me formei em engenharia pra ser o cara das gambiarras. — Edgar sorri e continua. — Minha vontade mesmo é uma queda de braço com o Bulldog pra ver o resultado da luta de homem versus máquina, mas vamos poupá-lo para os troncos.

          — Você que decide "homem de lata", se tiver afim de danificar os pistões, podemos experimentar. — Bulldog o desafia em tom de brincadeira.

          — Vamos deixar pra medir os pistões depois que voltarmos. — Jow intervém mesmo sabendo que tudo não passa de brincadeira.

          — Esses são Roy e Toni, ninguém sabe ao certo se são apenas amigos ou irmãos, mas se forem, Roy veio primeiro, porque gastou toda tinta da impressora. — Todos riem da piada de Diesel, Toni ainda mais, ele sempre se diverte quando brincam com o fato de ele ser albino. — Eles formam uma bela dupla, Roy é o cara das emboscadas, entende muito bem do assunto, seja pra caçar o jantar ou encurralar o inimigo, um dos pilotos mais habilidosos que eu já conheci na vida. Já Toni, tem os pés leves como um gato e é silencioso como o vento, pode entrar e sair de qualquer lugar sem ser notado.

          — Já ouvi muitas histórias do Andarilho Solitário, se você for tudo que dizem, teremos prazer em cumprir essa missão ao seu lado. — Roy diz a Jow e Toni faz sinal de positivo com a cabeça.

          — Você dispensa apresentações, velhota. É uma grande honra tê-la de novo em missão. — Jow se dirige a Jack.

          — Sou a Vovó Jack, que já conhece, meus atributos você irá relembrar ao longo do trajeto, mas se quer algo para adicionar ao currículo: eu pertenci a Marine Jeger Kommando, da Noruega, antes de ser recrutada pela ONU e me tornar a Capitã dos Elmos Azuis. Já passeei pela Faixa de Gaza como quem vai ao parque, e domino minha minigun como ninguém aqui. Com a Gertrudes nos braços, nem o Bulldog se mete a besta comigo.

          — Não mesmo, não sou louco!!! — Bulldog reforça.

          — Essa donzela você já conhece né Jow. Senhorita Melissa, e sua companheira. — Diesel estende a mão em direção a Melissa que está em pé, de braços cruzados, encostada de ombro na porta do galpão. Ao seu lado um Doberman sentado com uma expressão nada simpática.

          — Cachorrão, quero que conheça a Zoe, minha garotinha, cuidamos uma da outra, espero que não se importe dela ir também. — Melissa se abaixa ao lado da Doberman e lhe faz um afago na cabeça, e a mesma se mantém do mesmo jeito, com o olhar fixo em Jow.

          — De maneira nenhuma, quanto mais membros na equipe melhor. — Jow dá um olhar ligeiro na cadela e volta a Melissa, em seguida olha para todos ali. — Bem, parece que fomos todos devidamente apresentados, nosso tempo é limitado, então se tiverem mais dúvidas tiramos no caminho, os veículos vocês vão escolher, mas eu vou dizer o que eu preciso. A lista é a seguinte: 2 motos que aguentem a viagem, uma caminhonete de raça, um furgão, 1 blindado pequeno de assalto, carro de agilidade, um veículo de abrir caminho, focinho duro e um blindado grande de imponência pra mostrar que não estamos a passeio, é um veículo para cada um de vocês portanto não precisam brigar por quem vai dirigir.

          — Quem quer impressionar tanto, Andarilho? — Diesel pergunta sorrindo.

          — Quero que nossos aliados de missão saibam que estar ao nosso lado será a melhor chance deles. — Jow sorri ao responder.

          — Excelente, vamos mostrar aos milicos da Natihvus e aos Filhos o nosso poder de fogo.

          — Pierre, você fica responsável pelos armamentos e sua inclusão na frota.

          — Oui, é só dizer Andarilho, o resto deixa cumigo.

          — Quero duas metralhadoras e um lança míssil no blindado pequeno de assalto. Quero uma ponto cinquenta na carroceria da caminhonete e outra na traseira do furgão, discretamente montada logo atrás das portas de fundo. No veículo de abrir caminho, coloque dois lança míssil no teto e reforço nos para-choques e no blindado grande, as armas de mão que conseguirem colocar: espingardas, fuzis, pistolas... até porque, teremos mais membros na equipe que chegarão sem equipamento. Peguem as armas que mais se identificam para uso pessoal, e toda munição que puderem. Eu não vou ficar aqui pra acompanhar vocês, preciso ir de imediato para o acampamento da montanha, assim que tiverem prontos me encontrem lá. E pra você Diesel, eu tenho um pedido...

          — Também tenho uma recomendação e um presente pra você, vem comigo.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora