Vendo fantasmas - 54

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         Jow se levanta e logo vê alguns homens fardados:

          — O Coronel pediu que servisse café para o senhor, imagino que esteja com fome. Estamos só te aguardando.

          Quando sai lá fora, os soldados e veículos já o esperam, o sol ainda não se levantou, mas o dia já está claro.

          — Senhor Peregrino. Já se alimentou?

         — Bom dia, Coronel, comi sim. Estou satisfeito, obrigado. Onde está minha moto?

          — Está no pátio, junto com os outros veículos. Os homens estão prontos para a partida, agora é contigo. Precisa de mais alguma coisa?

          — Quero um rádio, Coronel, posso precisar comunicar com a equipe no percurso.

          — Vou providenciar agora mesmo.

          — Tem mais uma coisa.

          — O que é?

          — Eu quero do Senhor a garantia que a Morgana e a mãe terão um tratamento humano aqui dentro.

          — Tem minha palavra, e eu, quero a sua de que me trará o artefato.

          — A única coisa que me impediria de chegar aqui com o servidor é caso eu morra no caminho. Mas aí sua equipe completa a tarefa.

          Quando os primeiros raios de sol surgem no horizonte, Jow corta o vento, liderando o comboio rumo ao povoado da montanha.

          Algumas horas na estrada, quando estão a se aproximar da montanha, Jow encosta a moto e os outros veículos fazem o mesmo. O Capitão desce e vai até ele saber a razão da parada.

          — Eu vou subir e entrar sozinho no vilarejo. Procure um lugar por perto para ficar com a equipe. Vou para garantir que as pessoas não entrem em pânico quando vocês chegarem. Eu aviso no rádio quando puderem subir.

          — Tudo bem, estaremos um pouco mais à frente daqui.

          Jow monta na moto e continua o caminho. Faz questão de entrar pela entrada principal, sem se preocupar com o barulho alarmante da moto.

          Assim que vai entrando percebe os sinais dos garotos avisando da chegada de um intruso. Quando já no centro do vilarejo, as casas parecem vazias, não vê pessoas em nenhum lugar. Ele pára a moto em um local aberto, bem visível desta vez. Ele e Norffi descem, Jow retira o capuz, recolhe o capacete no traje e olha ao redor, em toda a volta deles.

          — Norffi, passe para o modo estendido e fique de guarda na moto, eu volto já.

          — Sim Jow, Norffi toma conta.

          Jow se vira e sai, enquanto caminha pode ouvir os sons do robô fazendo a mudança de modo. Ele vai logo em direção à cabana de Nona. A porta está entreaberta, e tem uma cortina de conchinhas do mar, ele entra e a cortina balança ruidosamente, ele sabe que a essa altura o som das conchas foi o suficiente para anunciar sua chegada. É uma sala com uma pequena mesa e algumas cadeiras ao lado dela, ele puxa uma e senta. O lugar cheira a chá fresco, tão logo vem à confirmação, Nona aparece de lá de dentro com um bule quente e duas canecas.

          — Peregrino, não esperava vê-lo. Eu sabia que tinha visitas, mas não imaginava que pudesse ser você. Não era pra estar bem longe agora? O que fazes aqui?

             — Era sim Nona, era pra estar cruzando os desertos do Leste. — Jow dá um leve sorriso.

          — E o que houve?

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now