Um lobo fora do bando - 56

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          Jow e Norffi estão de volta a estrada, rumo a um lugar onde tiveram recentemente, Jow está inseguro, sabe que essa é apenas uma das opções que possui, mas a mais almejada dentre elas.

          Eles descem o restante da Rota Norte-Sul e atravessam o Eixo da Divisa. Pegam uma estrada alternativa sentido ao beco que dá acesso à base de um clã grande e fortemente armado. É um corredor estreito no meio da floresta.

          Nas sombras das árvores Jow já começa a notar os vultos dos vigias: sentinelas armados que guardam a entrada e o observam à distância. Ele reduz a velocidade da moto, usando somente a propulsão até chegar próximo dos portões, então para totalmente e desce, os guardas que guardam o portão ficam de armas preparadas. Ele leva a mão até o peito, retira o capuz e recolhe o capacete no traje deixando seu rosto à mostra, levanta as mãos na altura da cabeça, deixando-as bem visíveis e caminha até os homens:

          — Eu sou Jow. Procuro Edward, gostaria de falar com ele.

          — Aguarde aqui. Vamos chamá-lo.

          — Olá, Jow. A que devo sua visita?

          — Gostaria de tratar de negócios. Acredito ser de seu interesse.

          — A Calia veio contigo?

          — Não, a Morgana não veio, inclusive é sobre isso também.

          — Vamos lá, entre. Vamos tomar uma cerveja.

          Edward segue para dentro do povoado, Jow pega a moto e Norffi e vai logo atrás dele. Estaciona a moto sob a sombra de uma árvore e diz a Norffi:

          — Norffi espere aqui na moto, pode ficar no modo que está mesmo. Vou falar com o Edward e não demoro.

          — Tudo bem Jow, pode contar com Norffi.

          — Então Jow, de que negócios deseja tratar comigo?

          — Preciso formar uma equipe para cumprir uma missão. Sei que você tem combatentes, veículos e armas. Gostaria de negociar com você um pessoal seu para reforçar os que eu já tenho.

          Edward olha para Jow e ri sarcástico.

          — E o que você teria para me oferecer?

          — Quando eu e Morgana estivemos aqui para buscar o equipamento de pesquisa, lhe oferecemos em troca um pacote com alimentos. Você se lembra?

          — Sim, me lembro. — O semblante dele muda, seu sorriso some.

          — Aquilo era apenas uma amostra. Eu tenho um bunker repleto, a despensa está abastecida com alimentos e água suficiente para uma família de quatro pessoas sobreviver cinco anos sem precisar subir à superfície. E tem muitos outros itens além dos que você viu.

          — Isso já é algo que nos interessa, estamos mesmo passando por falta de alimentos na vila. E pra piorar esbarramos cada vez mais com a repressão dos vermes de farda no vale, que é onde há mais alimento. Mas por que decidiu procurar a gente? Somos apenas um grupo de sobrevivência, não temos treinamento de combate nem arsenal muito grande. E com essa quantidade de suprimentos que diz ter, você consegue fácil um exército de ciganos, mais bem treinados e armados que nós.

          — Os ciganos são mercenários, respondem somente ao pagamento e defendem apenas o próprio interesse. Eu sei que com essa moeda de troca conseguiria deles um pequeno exército, armas e veículos de combate. Não descartei essa possibilidade ainda, mas priorizei vocês apenas por uma razão, encontro aqui uma motivação maior.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now