Dylan - Chicago

By PequenaVick

456K 37.5K 14.8K

{ Dylan - Chicago - Livro III } "Eu amo a insanidade, pois ela é sua melhor amiga" Daphne Williams foi vendid... More

Epígrafe
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Divulgação deliciosa!
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Último Capítulo
« Próximo »

Penúltimo Capítulo

2.3K 232 174
By PequenaVick

“É possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível. Com o tempo, a dor… diminui. Pode não desaparecer completamente, mas depois de um tempo não é massacrante” – Querido John
___
Daphne

Dylan abriu os olhos após alguns instantes e me encarou, confuso e sonolento.

Era quase cinco horas, o sol ainda estava escondido e uma chuva calma caía lá fora. Eu estava sentada na cama ao seu lado, observando-o por horas no sono tranquilo.

— Bom dia — sussurrei.

Dylan respirou fundo e estendeu a mão para ligar o abajur, depois se sentou encostado na parede.

— O que foi que aconteceu? — sua voz estava rouca e amaciou meus ouvidos.

Eu amo tanto essa voz.

Nada.

— Parece que você não dormiu nada.

— E não dormi.

— E ainda não aconteceu nada? Qual é, ruiva. Me fala.

— É só que eu estou com medo, Dylan. E feliz — soltei uma risada trêmula — O que vai acontecer nessa viajem?

Depois de finalmente matar Allan, Dylan e o restante de sua família decidiram que era necessário que o líder viajasse a negócios. Ele precisava conversar com seus aliados, reforçar tratados, molhar a mão de muita gente para garantir que nada daquilo acontecesse de novo.

E eu não o seguiria.

Eu tinha que ficar com meus irmãos. Não podia simplesmente deixá-los de lado após tanto tempo para achá-los.

Mas meu coração estava apertado só de pensar em deixar Dylan ir.

— Eu sei que vou ficar bem.

— Bem, não me conforta. Dylan, faz três semanas. Precisa mesmo ir tão rápido?

— Tio Jon está certo. Meu pai vivia viajando. Era assim que ele conhecia as pessoas e fazia os acordos. Era assim que ele mantinha tudo sob controle. Eu preciso ir. E você sabe que não estarei só. Os irmãos assustadores vão também. E o tio Jon. E Caroline. Eu vou ficar bem, ruivinha. Não fique tão preocupada.

Ele sorriu e me puxou para seus braços, beijou a ponta do meu nariz.

— Eu amo você mais do que tudo nesse mundo. Você é tudo, sabe disso, não sabe?

— Sei.

E eu sabia mesmo.

Dylan deixava isso bem claro só pela forma como me olhava.

Nunca pensei que isso iria acontecer. Amar alguém que me amasse de volta com tanta intensidade e dedicação. Cada dia ao lado dele era incrível. E não pela adrenalina. Isso era um bônus. Mas eram os pequenos detalhes do dia que fazia meu coração balançar e minha mente entender que eu nunca estive mais feliz.

Depois de todas as coisas horríveis que já aconteceram, eu tinha uma família. Uma linda e grande família.

— Eu amo você — disse, meus olhos fixos nos dele, encarando com surpresa e amor os olhos mais profundos do mundo — Amo você até o fim. E eu acho que quero um bebê, Dylan.

Dylan arregalou os olhos e ficou em silêncio por alguns segundos. Eu não tive a intenção de dizer a última parte, saiu facilmente.

— Hum. Agora?

— Não. Eu só quero ter um, sabe?

Dylan abriu um sorriso estranho, meio feliz e surpreso.

— Sim. Perfeito. Eu quero também. Um, dois ou sete filhos. Todos eles com o seu cabelo — ergueu a mão para acariciar meu cabelo ruivo — E o seu nariz. Droga. Acabei de perceber que quero que nossos filhos sejam iguais a você. Não vou ficar irritado se nenhum deles puxar a mim. Vou ser o homem mais feliz do mundo apenas por saber que eles são como você.

— Sério? Eu não sou meio irritante? — brinquei.

Dylan fechou a cara.

— É verdade. Me esqueço desse detalhe quando você fica tão próxima do meu pau assim.

Gargalhei e bati em seu ombro.

— Você é ridículo.

— Eu sei — Dylan suspirou e me abraçou mais forte, nos balançando um pouco — Não importa o que aconteça daqui pra frente, eu vou sempre amar você.

Fechei os olhos e me agarrei firmemente em tais palavras, sabendo que ele faria o impossível para que elas sempre fossem reais.

Há algum tempo atrás, ele foi apenas mais um a me decepcionar, a fazer minha fé nas pessoas diminuir, e ao mesmo tempo foi aquele que me trouxe de volta para a vida. Cat havia dito que nunca viu meu sorriso mais radiante. E ela nunca tinha mesmo. O último havia sido há muito tempo, quando meus pais ainda estavam vivos e minhas roupas tinham cores vibrantes, o mundo todo era matizado e pouco a pouco foi perdendo o encanto. Por causa de uma decisão idiota, fui arrastada para uma bagunça sem fim, dor e tragédia. No final, só restou a raiva. Mas Dylan acabou sendo muito mais do que só uma peça no jogo assustador que era a vida. Ele foi a A peça. E eu me orgulhava dele todos os dias.

* * *     * * *
Dylan

Depois de conversar por quase uma hora e fazer amor, Daphne adormeceu sem hesitar. Ela estava cansada. Minha esposa era uma mulher forte, orgulhosa, mas era sensível como nunca achei que fosse. Eu sentia uma estranha necessidade de proteger essa faceta rara.

Era sufocante olhá-la dormir sabendo que em poucos dias eu estaria longe de seu abraço e beijos, de seu perfume viciante, sua risada e suas sarcásticas observações sobre tudo.

Mas minha partida era necessária.

Tio Jon estava certo ao me incentivar a ter mais contato com as demais gangues.

A gangue de Seattle era perigosa e tinha aliados tão perigosos quanto. E era certo que Charles estava armando alguma coisa. Allan passou a imagem errada para muitos quando expôs minha família e com a traição dos Watson. E Charles adorava meu pai. Jonathan repetiu que ele ficaria tentado a entender o filho de Walter e porquê demorei tanto tempo para acabar com Allan.

Eu não tinha cabeça para ficar esperando Charles Kerr decidir a melhor hora para passar a perna em mim e se aliar contra Deus e o mundo. Minha família podia sobreviver a Allan, mas não contra todos de uma vez.

Meu celular vibrou no chão e saí da cama devagar, o agarrei, peguei um calção e deixei o quarto.

___
Cam:
Sua irmã é chata! Tira ela de cima de mim.
___

Meu sorriso foi fácil.

Caroline estava mais que decidida a assumir seu lugar na família Black e isso incluía se meter nas coisas de Cameron, que era basicamente cuidar de todos os meus assuntos junto de Evil. Meus dois melhores amigos estavam prestes a matar minha recém encontrada irmã. E eu os entendia. Em pouco tempo, Caroline demonstrou ter uma personalidade forte, carismática, mas irritante.

___
Dylan:
Aparentemente, é o seu destino lidar com a minha família super irritante.
___
Cam:
Ninguém me falou essa merda
Teria desistido há anos
Mas, cara
Sério
Ela tá me dando nas bolas
Estou quase implorando para trocar ela pelo Bennett
Pelo Bennett!!
Percebe a idiotice, certo?
___

Revirei os olhos e desci as escadas.

As luzes na cozinha estavam acesas e me encaminhei para lá. Nicolina estava sentada enquanto mergulhava a colher no pote de sorvete de chocolate, os cantos de sua boca estavam sujos, mas o olhar estava longe. Ela demorou quase dois minutos para me perceber parado na porta.

— Oi, irmãozinho! — sorriu nervosa.

— Não me chama assim desde que eu tinha oito anos. Que foi?

— Nada.

— Nicolina.

Ela revirou os olhos e passou a mão pelo cabelo escuro. Nina havia cortado o cabelo com a ajuda de Cat, antes estava quase atingindo a cintura e agora estava acima dos seios. Ela nunca foi de ter cabelo curto, amava a sensação de tê-lo tão grande, mas sua filha era apaixonada por segurar as madeixas firme enquanto fazia birra, então decidiu cortar ao máximo para facilitar a tarefa de ser mãe.

— Eu só estava pensativa.

— Sei.

Me aproximei e sentei ao seu lado. Ela me passou a colher sem dizer nada e provei do sorvete.

— Estava pensando no quê exatamente?

Nina rolou os olhos.

— Em muita coisa. Em você, nos meus filhos... em Trevor — disse o nome do meu irmão delicadamente, os olhos castanhos fixos em mim, preocupada.

Nina ainda achava que eu iria julgá-la, mas eu apenas me preocupava.

Odiava pensar que Trevor pudesse machucá-la de alguma forma quando Nina já havia passado por muita merda.

— Ele ainda não fugiu para as montanhas — apontei.

— Ainda.

— Tiveram tempo de conversar?

— Ele passou aqui ontem.

— E?

— E eu não sei. Ele só veio ver as crianças. Ficou me encarando um tempo e depois foi embora. Mal falou comigo. Acho que é por isso que estou tão irritada. Queria ter falado com ele. Queria ter dito qualquer coisa, Dy.

— Eu sei.

Nicolina sorriu.

— Você é um bom irmão, sabia disso?

— Você também é. Falando em ser bom irmão e tal, quando vai dar uma chance para o Damon e Jasmine? — Nina revirou os olhos e os desviou para longe de mim. Ela realmente detestava falar sobre seus irmãos e seu pai, ainda era tudo muito delicado, mas como seu irmão era meu dever ajudá-la de alguma forma — Mana, quando eu soube que Walter tinha outros filhos foi estranho, mas bom. Eu queria ter outros irmãos. Eu queria ter pessoas no mundo que me entendessem. Eu os aceitem facilmente na minha vida e dei minha confiança. Caroline, Bennett, Trevor. Confio neles, acredito neles e farei isso até que me provem que não dignos. Damon e Jasmine merecem uma chance, Nina. Não vou nem falar sobre o tio Jon, estou falando sobre eles, seus irmãos.

Nina revirou os olhos, mas suspirou, e conhecendo minha irmã como conhecia, ela se daria por vencida e daria uma chance aos irmãos. Nina podia ser forte e teimosa, mas era tão emotiva quanto eu. E ela sempre gostou de Damon e Jasmine.

— Dou uma semana — disse Nina, abrindo um sorriso brincalhão — para Jasmine pular no meu pescoço e Damon colocar uma granada debaixo do meu travesseiro.

Gargalhei, sabendo que eles fariam coisas até piores se ela os irritasse. 

* * *     * * *

Branna organizou um dia inteiro de folga para todos e praticamente nos trancou em sua casa enquanto nos forçava a interagir em grupo e a assistir filmes diversos.

Ela teve a decência de avisar uma semana antes, então Ava, Elena e Robert conseguiram folga em seus trabalhos.

Apesar de ter feito corpo mole no início, colocando como empecilho minha viagem para fortalecer meus laços com aliados, eu estava bastante feliz por Branna ter feito aquilo.

Estar ao redor de pessoas diferentes que se amavam era a melhor coisa do mundo. Algo que eu não tive com frequência na vida.

Com a ajuda do marido, Branna conseguiu transformar sua sala de estar em um grande e confortável cinema, com colchões confortáveis e belos travesseiros por todo canto.

Dean foi o único a chegar atrasado e Jonathan e os filhos foram os únicos que não compareceram. Não que eu esperasse o contrário. Quando tio Jonathan foi informado, por uma Samantha nada amigável, ele fez uma careta que deixava claro que ele estaria do outro lado do mundo o mais rápido possível se pudesse. A única parte ruim é que ele estava deixando de lado uma ótima oportunidade de conversar tranquilamente com Nina. Após nossa conversa sobre se abrir com os irmãos, Nina havia abaixo a guarda um pouco, permitindo até mesmo um jantar com Jasmine há dois dias. O jantar não acabou da melhor forma. Na verdade, ele teve fim apenas dez minutos após seu início e tive que ouvir por quase meia hora o quão presunçosa, ridícula e malcriada Jasmine era.

De toda forma, ainda era uma oportunidade e tanto que tio Jon não podia simplesmente deixar passar.

Mas percebi que havia algo mais no ar.

Ele não estava evitando apenas Nicolina.

— Sabe se aconteceu alguma coisa com o tio Jon? — perguntei a Cat, que estava sentada no sofá enquanto comia um pedaço de pudim afogado no mel e encarando sem vergonha Thomas e Rosie interagirem do outro lado da sala. Ela parecia prestes a vomitar e nem desviou os olhos do casal.

— Nem uma merda. Por quê?

— Ele está estranho.

— Ele é estranho.

— É, mas ele está pior. Parece abatido.

Cat suspirou e fez uma careta quando Thomas passou o braço pelos ombros de Rosie. A garota Dane deu um sorriso obviamente forçado e ela parecia prestes a fugir de perto de Thomas.

Franzi a testa.

— Ela gosta dele, não gosta? — questionei.

Cat negou com um resmungo.

— Então por que diabos eles ainda namoram? E como ele não percebe?

— Ele sabe — Cat revirou os olhos — Thomas sabe que algo está errado, mas ele é apaixonado por ela desde os dez anos. É difícil vê-la como qualquer outra coisa que não o amor de sua vida. E ela, bem, ela é uma vaca. Vou acabar com ela.

Ri com sua fala até perceber que ela não estava brincando.

— Thomas nunca perdoaria você — afirmei.

— Nós dois sabemos que eu posso fazer tudo parecer um inocente e trágico acidente — seu tom de voz era meigo, mas vindo de Catarina Dawson nada era o que parecia.

— Sério, Cat.

— Eu não vou matar essa garota. Pelo amor! — Cat finalmente me encarou — O que diabos está fazendo aqui afinal? Não somos amigos.

— Somos sim.

— Acorda, cara. Transamos algumas vezes e depois você casou com minha melhor amiga, mas é isso. Não fica se achando não.

Reprimi minha risada.

Cat era uma figura.

A porta se abriu e Kyle entrou meio tímido, tirando o casaco azul velho que sempre costumava usar e meus olhos foram rapidamente para Sean, que estava deitado do outro lado da sala mexendo no celular. Ele ergueu os olhos para o garoto, mas os desviou como se não se importasse em nada com sua presença.

Kyle percebeu e suspirou pesadamente antes de tirar o casaco e deixar na entrada junto dos demais. Ele sentou junto de Evil e Cameron, mas seus olhos flutuavam para Sean uma vez ou outra.

— Sério? — Cat perguntou — Kyle e Sean?

Fiz sinal para que falasse mais baixo e nos aproximamos mais um do outro.

— Se eu disser o que eu sei sobre esses dois...

— Sean chupou Kyle e você viu! — Cat chutou, os olhos brilhando de animação.

Reprimi mais uma risada e neguei.

— Quase. Sean colocou Kyle contra a parede no vestiário. Eu estava bêbado, mas lembro de quase tudo. Foi bem chato.

— Uau! — Cat riu — E o Lucas? Como acha que ele vai lidar com isso? Mais drama pela frente?

— Drama sempre, mas acho que Lucca vai ficar bem. Tenho notado ele meio estranho.

— Você é um fofoqueiro classe A, Dylan Black.

Dei de ombros.

Eu era um observador.

— O fato é todo mundo aqui tem um drama. Quanto tempo até o vir à superfície?

— Tudo bem. Aposta. Quanto tempo acha que vai levar para o drama Sean e Kyle acontecer?

— Um mês — disse olhando para os dois garotos que fingiam ignorar um ao outro — Ou dois. Sean é teimoso, mas Kyle é fofo. Logo ele vai mudar de ideia.

Cat concordou.

— Certo. Outro drama. Dean e Ciara.

— Bem, a garota tem que primeiro acordar pra se tornar um drama, Cat.

— Eu sei. A aposta é essa. Quanto tempo até ela acordar?

Fiquei em silêncio. Ciara Peters estava em coma há um tempo, quase dois anos, e eu odiava pensar em Branna perdendo sua irmã, mas a cada dia a esperança de Ciara acordar milagrosamente estava findando.

— Uma aposta melhor — Cat disse — Ela acorda ou não? Eu aposto que não.

— Cat — a repreendi, mesmo pensando o mesmo.

— Qual é, Dylan. Ninguém mais acha que a garota vai voltar. Só Branna ainda está se iludindo. Já conversou com a Elle? Ela ama a irmã, mas sabe que ela já era. A única coisa que mantém Ciara viva são os aparelhos e aquela louca da mãe dela.

— Ela era uma boa garota.

— É, ela era.

Havia conhecido Ciara há muito tempo em uma festa e ela estava colada com Dean. Não passei muito tempo por perto, mas dava para notar que ela estava feliz ao lado dele. Não conseguia entender como John, que havia morado com ambos, não havia percebido antes o que estava rolando. Era tão óbvio.

— Próximo drama — mudei de foco e sorri — Thomas e Cat.

Cat sorriu de lado e voltou os olhos para o objeto de seu desejo e carinho, que estava sozinho no sofá, o semblante preocupado.

Sean notou o garoto calado e largou o celular para falar com ele.

— Dois dias — Cat suspirou esperançosa e ri dela — Tá. Um mês. É isso. Se eu não conseguir uma declaração de amor daquele garoto em um mês eu corro pra Seattle e nunca mais volto!

A menção de Seattle deixou meu humor no zero.

Cat percebeu e fez uma careta.

— Nem começa. Só hoje sua mulher já tentou mudar minha cabeça três vezes.

— Daphne ama você.

— E eu amo a Speedy, mas tenho que fazer isso.

— Eu sei. Se fosse minha irmã, eu faria o mesmo.

— Nunca achei que diria isso, mas valeu, Dylan.

— Só quero que tome cuidado, Catarina. Charles é imprudente e sádico...

— Eu sei exatamente do que ele é capaz! — Cat disse friamente e me calei — Eu vi em primeira mão o que ele faz e eu juro pra você que eu vou acabar com ele.

Eu não duvidava nem por um segundo dela.

Catarina odiou muitas pessoas na vida e poucas saíram vivas.

— Daphne contou para você? — mudei de assunto.

A expressão de Cat suavizou e concordou.

— Vocês querem um bebê.

— Eu quero muitos bebês com ela — afirmei feliz — Quero que meus filhos cresçam com os filhos dos meus amigos e que no futuro eles sejam tudo uns para os outros. Quero que saibam que não estão sozinhos.

— Que lindo, Dylan. Não precisa se preocupar tanto. Eles vão se dar bem.

Um onda momentânea de afeto passou por mim e puxei Catarina para um abraço rápido, mas que dizia aquilo que minha boca não dizia.

Cat se afastou com uma careta de falso nojo, mas sorriu, entendendo meu gesto.

Branna apareceu carregando uma bacia de pipoca e seu marido veio logo atrás com o filho mais velho, também carregavam bacias, e rapidamente a sala voltou a ficar cheia.

Daphne apareceu em seguida e se acomodou ao meu lado, a cabeça descansando em meu ombro enquanto abraçava a irmã em seu colo. Jeremy escolheu ficar sentado ao meu lado, o cabelo ruivo bagunçado e um pouco suado de tanto correr no jardim dos Peters com a irmã gêmea.

Olhei calmamente ao redor da sala para todos ali.

Samantha e Marcus estavam em posições parecidas. Marcus abraçava a noiva enquanto ambos seguravam os bebês, Oliver e Clara, e Sammy ria de algo que o noivo dizia baixinho em seu ouvido.

Nina estava sentada perto de John, abraçada ao filho com um semblante radiante. Trevor estava logo atrás sentado no braço do sofá e bebendo uísque, os olhos escuros fixos na minha irmã, cheios de carinho e desejo faminto. Eu conhecia bem aquele olhar. Era o mesmo olhar que John, Marcus e eu dávamos para os amores de nossas vidas, um olhar completamente rendido de paixão e desejo.

Uma rápida dúvida sobre o caráter de Trevor havia surgido quando o conheci e aumentou quando soube do seu interesse evidente por minha irmã, mas depois pensei melhor. Nicolina havia passado por muitas coisas em sua vida. Ela merecia ser feliz e estar com quem a fizesse bem. E Trevor fazia isso. Mais de uma vez notei o rosto de Nina se iluminar quando ele a olhava. E era tudo o que importava para mim, a felicidade dela.

Continue Reading

You'll Also Like

437K 27.8K 63
Jeff é frio, obscuro, antissocial, matador cruel.... sempre observava Maya andando pela floresta, ela o intrigava de um jeito que ele mesmo não conse...
123K 5.6K 75
✞༒𝖁𝖎𝖓𝖓𝖎𝖊 𝖍𝖆𝖈𝖐𝖊𝖗༒✞ 𝑺𝒖𝒂 𝒑𝒓𝒐́𝒑𝒓𝒊𝒂 𝒇𝒂𝒎𝒊́𝒍𝒊𝒂 𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒓𝒆𝒛𝒂. 𝑺𝒆𝒖 𝒑𝒂𝒊 𝒍𝒉𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒕𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒊𝒏𝒅𝒊𝒇𝒆𝒓𝒆𝒏�...
48.5K 5.1K 28
Amberly corre atrás dos seus sonhos em outro país deixando o passado pra atrás e ainda frustada com o término e a traição do ex que ficou no Brasil...
194K 14.5K 116
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele, Ele acha que eles tem que apanhar se acaso algo estiver errado...