Dylan - Chicago

By PequenaVick

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{ Dylan - Chicago - Livro III } "Eu amo a insanidade, pois ela é sua melhor amiga" Daphne Williams foi vendid... More

Epígrafe
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Divulgação deliciosa!
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Penúltimo Capítulo
Último Capítulo
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Capítulo 72

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By PequenaVick

Daphne

Ele estava vivo.

Eu ainda mal conseguia acreditar mesmo nisso, mas tudo se tornou mais real quando o enfermeiro me arrastou até o quarto em que ele estava, prometeu que em breve ele iria acordar e se foi desajando-me boa sorte porque ele era gentil assim. Eu estava emotiva com a gentileza que todos os enfermeiros e médicos estavam nos mostrando. Não exatamente acostumada a isso. Mas era bom. Saber que pessoas se preocupavam não só porque era o trabalho deles.

Mais cedo eu havia recebido uma visita que me deixou ainda melhor. O padre, Dalton Richard, o amoroso homem que aceitou minha história sem se horrorizar, sem julgar. Eu estava dormindo pela décima vez ao que parecia e acordei ao sentir a mão quente segurando a minha, quando abri os olhos e o vi, ele sorriu e disse que milagres aconteciam. Era óbvio que o homem não gostava de como era as coisas na cidade, dos Black em especial, mas ele ainda queria que eu soubesse que torcia por minha felicidade ao lado de um homem destinado a lidar com coisas ruins. O milagre em que Dalton queria que eu acreditasse era Dylan e eu. Era nossa família tão comum e ao mesmo tempo tão incomum. Era em nossas ligações, em nossos sonhos e no amor. Para ele, até os piores mereciam o amor. Eu gostava de pensar que meu pai gostaria do meu caminho tanto quanto Dalton.

Olhando fixamente para Dylan, eu sabia que nunca teríamos tido um ao outro se minha família ainda estivesse intacta. Eu não agradeceria por isso nunca, mas também não me prenderia ao que aconteceu. O passado estava no lugar que ele pertencia. Eu estava no meu. No presente com Dylan e meus irmãos, com nossa família.

As coisas iriam ficar ruins rápido. Allan ainda não tinha acabado. As gangues e o desejo de terem o que os Black tinham não haviam acabado. E eu sabia que ficaria ao lado dele.

Deitei minha cabeça na cama e segurei com força sua mão. Eu estava quase adormecendo mais uma vez quando ouvi a voz mais linda do mundo.

- Você é a pessoa mais linda que já vi.

Levantei a cabeça surpresa ao ouvir sua voz rouca e quase me derramei em lágrimas ao ver seus olhos vívidos e seu sorriso de lado.

- Dylan - sussurrei e apertei sua mão na minha.

- Você está bem?

Balancei a cabeça e seu sorriso aumentou.

- Bom.

- E você? Como está se sentindo?

- Como se tivesse levado um tiro - seu tom divertido me fez sorrir.

- Bem, foram três.

Ele franziu a testa.

- Achei que apenas meu ombro tivesse sido atingido.

- Eu também, mas a situação era pior quando os paramédicos chegaram. Uma bala quase atingiu seu pulmão e uma bem perto da nuca. Tinha tanto sangue...

- Eu sinto muito - ele suspirou e apertou minha mão, seus olhos carregados de culpa me fizeram ficar irritada. Não era culpa dele.

- Pare. Não foi sua culpa. Não tinha como saber que tinha outra van.

- Eu tinha que saber, ruiva. Eu sou o líder. Sou seu marido. Eu tinha.

Senti vontade de esmurrá-lo e abraçá-lo ao mesmo tempo. Eu sempre me esquecia que ele era um doce por dentro. Levei minha mão livre até seu rosto e o acariciei sentindo os pelos curtos de sua barba. Ele gostava de manter a barba e o cabelo longo, acho que isso o fazia se sentir ainda mais distante do único pai que teve, que não passava de um monstro que, felizmente, não era nada parecido com o filho. Era uma bênção que quase todos os filhos de Walter tivessem mães diferentes, assim havia pouca coisa dele neles. Os únicos que realmente se pareciam com ele até aquele momento era Bennett, com sua careca e olhos negros distantes, e Bonnie.

- Senti sua falta - disse após um longo momento apenas admirando-o.

- E eu senti a sua.

- Ficou fora por quase três dias.

- Hum. Imaginei. Você tem olheiras - apontou e ri.

- É uma surpresa. A única coisa que fiz desde o acidente foi dormir.

- Deixa você ainda mais atraente.

Ri mais.

Seus olhos vívidos carregavam uma malícia que conhecia bem enquanto me observava. Eu sabia o que ele estava pensando. Era óbvio.

- Pode parar. Não vai conseguir sexo selvagem no hospital.

Ele fez uma careta de decepção.

- Posso estar meio ferrado, mas meu pênis funciona bem. Estou duro por você. Você tem olhos tão lindos, porra!

Mordi o lábio para não sorrir. Dylan era quase impossível de lidar às vezes. Não por ser muito irritante, mas porque seus desejos eram iguais aos meus. Eu queria subir na maldita cama e beijá-lo, sentir suas mãos no meu corpo e estar com ele, mas minha perna reclamaria e ele estava machucado. Não era um caminho muito inteligente.

Dylan lambeu os lábios e tentou me puxar para ele, mas segurei firme.

- Qual é! Eu quase morri.

- Mas não morreu. Quando você se recuperar, fazemos tudo o que tivermos vontade. Até lá, seja um bom menino e cale a boca.

- Tenho certeza que eu poderia fazer coisas melhores com minha boca do que mantê-la fechada. Por exemplo, chupar você - lambeu os lábios mais uma vez - Isso seria delicioso. Mas talvez tenha razão. Se transarmos aqui, vão nos pegar. Não gosto mais de dogging.

- Você não está nem um pouco curioso para saber o que está acontecendo lá fora?

Ele fez que não.

- Estou interessado no que tenho aqui dentro. Você. E seus lindos olhos. E esses lábios...

- Allan ainda não foi encontrado - eu precisava mudar de assunto.

Se ele continuasse, terminaríamos naquela cama pequena suados e trêmulos de prazer. Não que fosse realmente uma má ideia quando seus olhos quentes me encaravam daquela forma poderosa, como se soubesse exatamente como eu era debaixo daquela camisola feiosa do hospital e me quisesse tão desesperadamente quanto queria o ar para respirar.

Ele apenas deu de ombros.

- Imaginei isso também. Ele vai ficar escondido por um tempo. Clara?

- Nada. Marcus não está parando quieto desde que você saiu da cirurgia. Ele e Damon estão tomando conta das coisas - lembrei de seus irmãos e respirei fundo - Seus irmãos estão em casa. Na nossa casa.

Os olhos dele perderam o toque malicioso e ele respirou fundo, mas não parecia chateado. Parecia satisfeito.

- Você os conheceu?

- Sim. Estávamos juntos na sala de espera quando o médico contou que você estava bem.

- O que achou deles?

Dylan queria que eles fossem legais. Queria que o DNA ruim de seu pai tivesse pulado os irmãos. E eu queria dizer que eram ótimos e dar lhe a esperança de uma grande e feliz família como ele nunca teve, mas não podia fazer isso. Eu não os conhecia.

- Eu os achei contidos. Ao menos, Trevor. Ele tentou ser simpático, mas acho que foi para amenizar sua aparência. Ele é intimidante. Caroline é algo, mas ela sorri muito para as crianças. E ela parece se dar bem com Jasmine.

- E Bennett? Como ele é?

- Ele é parecido com o Walter na aparência, tem olhos escuros e algo neles que... não é exatamente convidativo. Mas não acho que ele seja um psicopata. Eles não falaram muito sobre a vida deles quando me visitaram mais cedo. Mas Caroline é russa! Ela fala errado um monte de coisa.

Fiquei feliz ao vê-lo sorrir, mas durou menos que dois segundos.

- Acha que eles sofreram? Onde quer que eles estivessem.

- Trevor tem cicatrizes por todo o corpo. Sei que ele sofreu. Caroline e Bennett... eles têm um peso no olhar, mas já era esperado. Não creio que Walter tenha sido bonzinho com um deles.

Ele assentiu.

- Queria que a vida fosse fácil pra todo mundo.

- Eu sei.

- Não quero que Jeremy e Spencer saibam o que é sofrer - admitiu - Não mais. Não quero isso para os nossos filhos. É por isso que Allan tem que morrer. E quem mais que se voltar contra nós. Eu sei que é horrível, mas não vou perder vocês. Não vou mais...

- Eu sei - repeti.

Eu sabia. Nunca cogitei algo diferente disso. Era o modo como as coisas eram para nós. Não eram coisas fáceis e aquele tipo de peso acabava com alguém.

- Quer ver a Nina? Ela está lá fora com o Jack e Bonnie.

- Nina. Como ela reagiu ao Trevor aqui?

Ele havia me contado sobre Nina e Trevor na mesma noite em que soube sobre eles.

- Acho que o clima tá pesado, apesar de serem primos e não irmãos. Não vi eles conversando, mas Bonnie não sai dos braços dele.

- É o único homem que ela conhece desde que nasceu - Dylan disse - O único que agiu de forma doce. Porra! Trevor foi um amigo para aquelas crianças mesmo naquele inferno. Mesmo com ele.

- É. E a Nina parece mais relaxada com o Jonathan. Ao menos não está gritando com ele quando se aproxima.

- Eu sabia que ela ía abaixar a guarda. Nina é teimosa e está magoada, mas sabe que Jonathan é um bom pai para Jasmine e Damon. Ela quer isso também. Ela passou muito tempo presa. Sabe que está na hora de aproveitar a liberdade e ser feliz.

Concordei.

Dylan se ajeitou na cama devagar para que criasse espaço ao seu lado e bateu na cama.

- Vem aqui. Eu só quero segurar você um pouco.

Levantei da cadeira no mesmo momento. Eu queria a mesma coisa e não diria não. Queria sentir seu calor e fazer meu medo estúpido ir embora porque o homem que eu amava estava bem. Ele não estava indo a lugar algum. Assim que subi na cama, ele me puxou para seu corpo e me segurou firmemente, o rosto enterrado entre meu pescoço e o travesseiro fino. Aquela posição não devia ser confortável para quem havia levado três tiros, mas apenas gemeu e não me deixou ir.

- Isso me faz fraco? - sua voz era apenas um sussurro e esperei um momento para entender as palavras.

- O quê? - sussurrei um tom mais alto. Éramos só nós ali, ninguém nos ouviria, mas ele não parecia entender. Era como se me contasse um segredo que ninguém poderia saber.

- Amar você - explicou e meu coração se partiu um pouco - Eu senti tanto medo quando ouvi os tiros. Não queria que nenhum pegasse em você. Me senti fraco. Quando vi que eram três caras e as armas... achei que era seu fim. Achei que... eu sei que não teria sentido metade do medo que senti se estivesse sozinho. Se não amasse você. Eu teria até sorrido. Teria acolhido o fim sem reclamar.

- Não diga isso.

- É a verdade - ele afastou o rosto e me encarou, seus lindos olhos estavam grandes e brilhosos - Meu pai nunca me ensinou a amar a vida. Nem a minha nem a de ninguém. Eu não tive mãe para me aconselhar ou me segurar se eu acordasse assustado. Eu tinha Nina e Marcus, mas eles eram apenas crianças e suas vidas eram tão solitárias quanto a minha. Eu aprendi a me importar com a vida apenas da Nina porque sabia que a ligação que tínhamos era amor mesmo que não soubéssemos amar, mas achei que a tinha perdido também. Lembra como eu queria qualquer coisa para fugir da dor? Eu teria aceitado a morte, as drogas, qualquer coisa. Porra! Eu aceitei o Allan. O cara era fodido e eu sabia, mas ele parecia tão livre. Com ele não havia dor, Nina, você, meu pai. Não havia nada além de diversão. Eu me deixei levar. Então, o luto bateu mais forte e eu sabia que Nina ficaria furiosa se me visse com alguém como Allan. Fugi, voltei pra casa, tentei esquecer aquela merda toda. Jonathan viu que eu estava mal. Ele não deixou Allan me atingir de novo. Então, eu tentei gostar de viver por Nina. Conheci Cameron e Marges, me importei o suficiente para me sentir feliz. Eu tinha amigos, a academia, um lugar para pertencer. Mas eu sempre quis mais. Você - ele sorriu e acariciou meu rosto - Cameron e Margot notaram minha aversão a você e somaram dois mais dois... odiava quando falavam de você. Nossa! Fiquei realmente furioso principalmente quando você e John ficaram amigos. Ele era dela e você e Nina nunca foram parecidas. Não via o que ele gostava em você. Ou era o que eu dizia. Você sempre valeu a pena. Sabe disso, não é? Eu sinto muito não ter estado lá para te proteger dele. Eu nunca vou poder me redimir por isso e nem espero que me perdoe. Eu fui horrível com você tantas vezes. Coloquei Margot em um pedestal e reduzi você a nada. Eu me odeio por todas as minhas más decisões, mas essa é a pior de todas. Ignorar você. Machucar você. Deixá-la sozinha para lidar com ele quando eu sabia que precisava de mim. Quando eu...

- O passado está no passado - disse com a voz firme - Eu perdôo você. Fiz coisas ruins também. Pergunte a Cat se duvidar. Ela me ensinou a fazer coisas ruins porque era o que Walter queria. Era o que a vida exigia. Além de John e dos Black, ninguém dizia não para ele e continuava vivo. Fizemos para sobreviver. Cat, Evil, eu e tantos outros. Eu sei de quase tudo o que você sofreu, eu estava lá e eu entendo. Não vou ser idiota e chorar, colocar a culpa em você. Não foi culpa sua. Walter foi o único culpado. Ele não tinha que fazer aquelas merdas. Ele não tinha que matar meu irmão e meu pai. Comprar meus irmãos da louca da minha mãe. Me usar como se eu não fosse uma pessoa. Como se eu não tivesse sentimentos. Machucar você, Nina e todos os outros, foi ele. Só ele. Está bem?

Ele assentiu, mas parecia prestes a chorar. Eu odiava como ele parecia tão vulnerável. Passei os braços ao seu redor e me acomodei mais próxima, ignorando o latejar em minha perna enquanto ele ignorava a própria dor.

Walter foi nosso pior pesadelo. Um homem sem amor, cruel. Além de Leslie, ele nunca amou ninguém. Era um homem partido e no fundo, gostava disso. Eu tinha mais de uma lembrança dele me machucando e rindo como se estivesse na porra de um circo. Ele foi um demônio para todos. Destruiu tudo para mim. Ou quase isso. Eu tinha minha vida, meus irmãos, amigos e Dylan. Eu tinha algo e eu era feliz. Então, ele não havia vencido.

* * * * * *

Evil se jogou no sofá ao meu lado e comeu seu iogurte enquanto assistíamos uma série qualquer. Ela e Cameron eram melhores amigos de Dylan, e eu não tinha nada contra eles, então eram sempre bem-vindos em nossa casa. E eles ficavam ali sempre. Com ou sem Dylan. Eu havia recebido alta há quase dois dias, mas Dylan ainda estava no hospital. Eu o visitei mais cedo e ele parecia bem, entediado, mas bem.

A nossa casa agora estava mais cheia do que achei possível com os Black andando de um lado para o outro e, estranhamente, gostei disso. Caroline se mostrou muito animada e brincava muito com as crianças e sua relação com os irmãos era tão boa que me deixou de queixo caído. Antes do sol nascer, ela, Bennett e Trevor lutavam no jardim, faziam piadas uns com os outros e conversavam como se tivessem crescido juntos. Nina se mantinha distante às vezes e notei que ela não falava com Trevor, ainda tinha um clima estranho entre eles, mas relacionei isso ao fato de que ela passou nove anos presa pelo psicopata do tio idiota. Jasmine continuava aparecendo para o jantar à noite, mas o irmão ainda estava ocupado com a gangue dos Watson, que em breve seria unicamente dele, e o pai estava tratando de negócios que Dylan havia ignorado desde o acidente. Segundo Jasmine, não falava com o pai há dois dias, ele estava muito ocupado. A festa anual das gangues aconteceria no meio do verão, então havia muito trabalho a ser feito.

Evil se esticou até pegar dois potinhos de iogurte e me deu um.

- Sabe se Marcus conseguiu achar a Sally? - perguntei.

Sally havia desaparecido no mapa com Clara e Allan. Ninguém tinha nem a sombra deles, mas Marcus continuava vasculhando cada buraco de Chicago.

- Não, mas acho que eles não estão mais em Chicago - falou exatamente o que eu achava - Allan não é estúpido. Ele tem Clara e vai fazer seu movimento quando estiver pronto. Agora ele só quer infernizar um pouco. Matar Marcus de preocupação é seu jeito de fazer isso.

- Sabe cadê a Cat? Ela não fala comigo desde ontem e mandei duas mensagens.

- Falei com ela essa manhã. Está ocupada com Clay e Dean...

Quase cuspi o iogurte e ela deu uma risadinha.

- O que ela está fazendo com esses dois?

Eu sabia que Cat tinha uma estranha amizade com Clayton Byres há anos e também era amiga de Dean, mas Dean e Clay nunca se deram bem. Colocar os dois no mesmo lugar era como pedir por um assassinato.

- Está se mudando hoje pro apartamento do Marcus.

- Ela sabe que eles vão se matar, não é? Clay é um masoquista infernal e arranja briga com todo mundo. E Dean nunca foi de recuar.

- Ela gosta de vê-los lutando.

Soltei uma risada. Cat tinha um gosto esquisito para amizade, mas eu entendia um pouco. Clay não havia tido um pai amoroso e sua mãe o abandonou muito novo, ele ajudou a criar alguns de seus irmãos, mas era partido por dentro. Quando se envolveu com Cat há alguns anos, rapidamente se deram bem e viraram amigos com benefícios. Clay causava problemas por onde ía e seu contato de emergência era Cat, sua única amiga, a única pessoa que corria para salvá-lo quando precisava. Ela era essa pessoa para mim também e eu sabia que ela faria tudo por quem amava. Por isso, ela não conseguia deixar de lado a maldita vingança.

Balancei a cabeça não querendo entrar nisso.

- Posso te perguntar algo? - a voz de Evil estava tensa e franzi a testa.

- Claro.

- Você me odeia por ter sido a opção dele esses anos? - sua pergunta era direta e a olhei surpresa.

Eu a odiei um dia, mas não mais. Não quando Cat brigou comigo por ela.

- Cat me fez entender que estávamos todas no mesmo barco, então não, eu não odeio você. Mas eu estaria mentindo se dissesse que achei incrível que ele escolhesse você para estar na vida dele e...

- Nós tínhamos algo, Daphne. Não sexual, nunca foi assim entre nós. Dylan salvou minha vida. Ele foi o primeiro que achou que eu valia a pena. Meu primeiro amigo na vida. Eu morreria por ele - havia tanta emoção em sua voz que quase senti vergonha dos meus antigos pensamentos sobre eles antes - E eu estou realmente muito feliz que vocês estejam juntos. Sempre foi você e ele.

- Você nunca se apaixonou por ele? Porra, é difícil não cair de amores por ele - soltei uma risada.

- Você já se apaixonou pelo John?

Fiz uma careta de nojo e ela riu. Dylan era o John dela, seu melhor amigo, seu primeiro amigo verdadeiro.

- Você falou com o John? - perguntou.

- Sim. Falei com Branna também. Eles vão ficar bem.

Evil passou a mão no rosto e suspirou.

- Toda essa situação é uma merda. Realmente fodida.

- Sim.

- Falando em bebês, quando vai me dar sobrinhos?

Mantive meu rosto neutro e ela riu.

- Daqui a pouco. Deixa o Dylan ficar melhor.

Evil sorriu.

- Sou a madrinha, não sou?

- Nem fodendo!

Ela riu mais e voltou sua atenção para a TV. Eu não pensei muito sobre bebês porque estávamos mais preocupados em matar Allan, mas quando os bebês vinhessem, ela seria a madrinha. Ela era a amiga de Dylan. No nosso pior pesadelo, ela esteve lá por ele. Evil era da família, nada menos que isso.

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