Eu preferia sua casa, mas não queria parecer um sem teto, ou dar a impressão de que ele não era bem vindo.

- Oh - ele pareceu animado, e isso me alegrou. - Vamos, então. Eu quero saber como ela é.

Ele segurou minha mão e fez eu andar mais rápido. Nós fomos o caminho todo de mãos dadas.

Jimin parecia uma criança prestes a entrar em um parque de diversões, todo animado para conhecer minha casa.

Era só uma casa. Então, eu não entendi o porquê de tanta expectativa.

Quando paramos em frente ao meu prédio, ele pareceu reconhecê-lo.

- Você mora aqui? - ele apontou, de forma meio infantil. - Jungkook, eu vim aqui tantas vezes...

- Veio? - fiquei surpreso, porque eu sabia que ele já tinha ido ali, mas tantas vezes, era surpresa.

O porteiro liberou o portão e nós subimos a escadaria curta. Passamos pelo apartamente onde conheci Jimin e paramos em frente à minha porta.

- Não acredito que nunca esbarrei com você - ele parecia tão impressionado, e eu acabei rindo.

- Quer coincidência maior que trabalharmos no mesmo lugar? - perguntei, de repente, pela primeira vez, contente com o destino.

Abri a porta e deixei Jimin entrar primeiro, e a tranquei novamente. Liguei as luzes e esperei que ele terminasse de avaliar minha decoração sem graça, sem nada de extraordinário.

Não tinha o charme do apartamento dele. Era tudo bem apagado e eu claramente não dava a mínima, eu apenas limpava. Jimin deixava tudo meio bagunçado em sua casa, era um ambiente claro, fresco.

Minha casa tinha móveis sem muita cor, a luz de fora não chegava até os cômodos por causa dos prédios ao lado. Não tinha quadros ou bibelots, nem cortinas bonitinhas. Era frio e extremamente organizado.

Jimin correu seus olhos por tudo enquanto eu deixava minha mochila no chão e tirava meu casaco.

- É bem sem graça - lamentei, parando, envergonhado, ao seu lado. - Era só pra conhecer mesmo. Não tem nada demais.

- É tão arrumado - ele comentou, e eu quis me estrangular, porque "arrumado" não era exatamente um elogio.

- Se você quiser, a gente pode ir pra sua casa - eu já fui me preparando para vestir o casaco de volta. - Desculpa te trazer aqui.

- Não - Jimin me impediu de continuar, e aproximou-se de mim. - É bonitinho. Confesso, é meio acinzentado, mas é sua casa, e tudo sobre você me agrada.

Eu só posso estar louco, porque Park Jimin só pode ser uma ilusão.

Não é possível que ele seja real.

- Vamos ficar - ele tirou sua bolsa de envolta do pescoço e abriu o zíper da jaqueta. - Estou com fome.

- Tudo bem - sorri, um pouco desconfortável ainda. - Vem.

O guiei até a cozinha, que não continha nada além do básico, e ele se sentou no balcão, ao lado da geladeira.

- Vamos ver - abri do refrigerador e não encontrei muita coisa. - Tem uma banana... Tem ovos... Leite.

- Que pornô - ele me atacou um pano de cozinha e eu gargalhei.

- É sério - falei a verdade, e desisti da geladeira, fui até os armários. - Aqui tem biscoito, cereal, farinha... Um pão.

- Como você se alimenta? - Jimin me perguntou, parecendo indignado.

Eu fiquei constrangido, porque na casa de Jimin sempre tem verduras frescas, carne e comida em fartura.

Sunboy {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora