Capítulo 122

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Lorena Narrando

O quarto está escuro, tanto que tenho que usar a lanterna do meu celular, iluminando com cuidado enquanto eu vou abrindo caminho e me desviando dos móveis com dificuldade.

Estou cansada de esperar! De ficar sendo obrigada a bancar a serviçal para esses homens, a matilha estúpida que está há dias preparando um momento para invadir a mansão, querem sequestrar a bastarda da Eva, mas eu tenho outros planos para minha adorável filha.

Se eu não posso ter o Eliel, por que ela o terá?

Agora que já ficamos sabendo que os bebês nasceram, eu tenho minha oportunidade de barganhar com meu marido, duvido muito que aquele rockeiro endemoniado vá querer perder sua juventude criando dois bebês sozinhos.

Mas já o banana do Eliel sim, ele vai querer dar o mundo para seus netinhos, e apesar de serem sementes da prostituta que ele tanta amava, eu preciso dos bebês órfãos para que me aceite de volta naquela casa.

Tudo era para ter sido diferente, Eliel só precisava ter aceito a oferta da minha madrinha naquela época, e não ter escolhido a Ester ao invés de mim. A gente poderia ter adotado alguma criança se ele gosta tanto de ser pai.

Nunca vou perdoá-lo por ter me deixado naquele bordel sozinha, tive minha virgindade leiloada, fui vendida pela minha própria madrinha como uma mercadoria.

Mas por um lado fui beneficiada, mal pude me conter quando descobri que o primeiro homem com quem me deitei era irmão dela, ele havia sido expulso de lá por ser briguento, porém sempre dava um jeito de voltar, minha madrinha sempre o aceitava de volta, um policial pode ser bem persuasivo e ameaçador quando precisa, e Duda não queria ter sua casa fechada pelas autoridades.

Até hoje Eliel não sabe que fui eu quem disse para o Rocha que a prostituta dele estava no hospital dando à luz, descobri pela rotina de segui-lo, sempre dava um jeito de escapar do bordel e espioná-lo.

Foi a melhor coisa que fiz, ele me prometeu se livrar dela, e assim o fez, e cumpriu com sua palavra de entregar o bebê para que Eliel cuidasse, assim eu teria a desculpa de ajudá-lo, uma forma de ser útil e que ele me assumisse.

Eu só queria sair daquela vida, ter meu lar, alguém que cuidasse de mim, e para alcançar meus objetivos eu não me importava de trapacear, mentir e fingir.

E ainda continuo assim. Talvez até pior.

“Que susto!” Dário reclama ao constatar que deitei ao seu lado na cama.

Dou uma risada quente, passeando com meus dedos pelo seu antebraço.

“Sinto falta de Eliel!” Sussurro sedutoramente em seu ouvido. “Faz tanto tempo desde a última vez.” Mordisco sua orelha. “Oh céus eu amo foder!” Motivo ele, querendo que se arme para mim. Eliel sempre foi frio e devagar, ao longo dos meses as coisas só pioraram, eu sempre tinha que armar um escândalo para a que a gente transasse, mas eu ainda quero fazer ele me pagar por todos esses anos de descaso, preciso que ele coma na minha mão.

“Para Lorena, por favor.” Dário tem uma reação oposta ao que eu esperava. “Euuu...” gagueja, “amo a Lia.” Meu estômago parece ter sido pisoteado, um ódio dissimulado me deixa cega.

Hidden [COMPLETO]Where stories live. Discover now