Capítulo 85

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“O que foi?” Faço a pergunta desconfiada, depois de devorar o quinto salgadinho de camarão, são tão miudinhos que não levo em conta a quantidade

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“O que foi?” Faço a pergunta desconfiada, depois de devorar o quinto salgadinho de camarão, são tão miudinhos que não levo em conta a quantidade. Ignoro o frio rigoroso na barriga sempre que um par de olhos verdes ilumina tudo em minha volta, eu sei que mesmo com o passar do anos, nunca vou me acostumar com esse olhar. E quando ele sorriu pela primeira vez? Eu sabia que aquilo tinha tocado minha alma, alterado alguma coisa dentro de mim permanentemente, me levando a ter uma espécie de frenesi. Depois de Hero nunca vou funcionar direito, pelo menos não para o restante do mundo!

“Está começando comer por nós três.” Zomba, talvez pelas duas fatias de pizza que comi anteriormente.

“Isso é ruim?” Questiono ao depositar um salgadinho dentro da sua boca.

Ele mastiga lindamente, mesmo com pressa dá um show até nas coisas mais simples, como comer.

“Não.” Nega com a cara de quem vai falar merda. “Quanto mais carne melhor... quero vê-la enchendo minha mão, vou adorar vê-la ainda mais rabuda e bucetuda.” Pisca me provocando.

Ignoro sua provocação e lhe mostro minha língua, ele tenta abocanhá-la em plena lanchonete.

“Isso foi deselegante.” Contesto sua conduta e ignorando os olhares sendo distribuídos pela nossa mesa. “Bem indisplicente.” Acrescento com um tapa suave na sua perna coberta pela calça, bastante desfiada no local que abriga sua coxa trabalhada.

Sinto falta dos piercings, argh! E certamente ficará uns dias sem usar por conta dos machucados.

“Deselegante vai ser quando eu cair de boca naquela outra língua que você tem.” Hoje ele tá que tá!

“Tá de bom humor hoje...” Provoco me arrastando para mais perto da sua cadeira.

“Não te falaram? Vai diminuir um vagabundo na cidade e aumentar um pai de família.” Brinca juntando nossas mãos, e começa cantar uma música que nunca ouvi:

“Indisplicente eu sou
saindo pelos becos
foda-se o receio
Indisplicente eu sou
Sou o meio termo
entre o meu e o seu
Indisplicente eu sou
sou o meio termo entre tinto e seco
e o direito e esquerdo...”

“E que pai de família canta uma música dessas?” Pergunto negando com a cabeça, uma sutil provocação.

“Tô feliz pô!” Revira os olhos ceticamente. “Me deixa cantar.” Despeja um beijo na minha nuca, arrepiada eu assinto, terminando meu café da manhã enquanto eu o ouço cantarolar, tá aí uma coisa que Hero é um desastre... mas ainda assim fico toda bobona e suspirando em cada letra.

(...)

Quando chegamos na mansão me deparei com uma movimentação na entrada, Maria descia as escadas e gritando algumas instruções, fazia tempo que eu não via tantos arranjos de flores brancas, alguns homens carregam cadeiras marrons com estofados também da cor branca, têm muitas delas sendo descarregada de um caminhão e ainda noto um toldo em vidro enorme, que provavelmente será usado como telhado.

Hidden [COMPLETO]Where stories live. Discover now