Bônus | 7

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Comecei sentir uma coisa estranha dentro de mim, algo feio e vergonhoso, eu jamais cheguei ao ponto de invejar a vida de outra pessoa, mas no segundo que eu vi minha amiga se afastando da gente radiante de felicidade, desejei ter sua vida

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Comecei sentir uma coisa estranha dentro de mim, algo feio e vergonhoso, eu jamais cheguei ao ponto de invejar a vida de outra pessoa, mas no segundo que eu vi minha amiga se afastando da gente radiante de felicidade, desejei ter sua vida.

Ela é pequena em comparação à ele, e por onde passam chamam atenção, também estamos falando de um garoto enorme todo tatuado e gótico, com uma garota pequena ao seu lado vestida num vestidinho rosa bebê que marca bem sua barriguinha de quatro meses.

“Vamos senhorita.” Charlie me chama, estou desatenta enquanto sua mão me guia pelo aeroporto, num silêncio perturbador.

Eu só queria encontrar alguém que... fosse me olhar do jeito que o Hero olha para a Eva, como se ela fosse o mundo dele, uma parte dele próprio, de sua carne, alma, mente e espírito. 

O Dylan é doce, apesar do seu interesse por mim não sinto que seja amor, não esse tipo de amor que venho sonhando, alguns dizem que ele pode ser exercitado, mas não quero um sentimento que eu venha trabalhar nele como se fosse um músculo, porque o amor não é a porra de um músculo, é abstrato, portanto se ele vier, que venha para valer, fodendo com minha vida e me deixando sem opções, porque embora algumas pessoas digam por aí... amar alguém nem sempre é uma escolha, você também pode continuar amando alguém de longe, caso decida se afastar, então não se trata de escolher amar ou não, mas da decisão de onde quer estar.

O Lucas... ah, é apenas o Lucas, somente.

Pensar no Ferrão me deixa envenenada.

“A senhorita quer comer alguma coisa?” Charlie pergunta sem desviar os olhos da estrada.

“Estou sem fome.” Respondo aborrecida.

Ele não comenta nada e terminamos de fazer o restante do trajeto em silêncio.

Para meu desgosto o carro dos meus pais está na garagem, ainda não são nem dez da noite, devem estar no sofá vendo alguma coisa melosa.

Preciso ocupar minha mente, abafar esse sentimento de rejeição do meu interior, estava tão bem uns dias atrás, mas é só ver um casal apaixonado que penso... nele.

“Sabe Charlie,” me curvo na sua direção, tentando persuadi-lo com meu charme, ele é homem, não deve ser tão difícil assim, “meus pais estão na sala, e geralmente eu ponho alguma música para escutar no quarto.” Rastejo minha língua pelos lábios, o vendo acompanhar o movimento dela com os olhos. “Por que você não escala a janela dele e... a gente brinca um pouquinho?” Me atrevo morder seu queixo, depois com minha mão espalmo sua calça de tecido caro.

Ele permanece sério, expirando o ar dos pulmões e me englobando com o cheiro divino mentolado que sai da sua boca ao assoprar meus fios loiros.

“Camila, eu não vou escalar uma janela como se tivesse dezoito anos.” O tom é seco e cru, seus olhos estão aquela mesclagem de azul-esverdeados, os lábios meio torto e talvez seja um sorriso oculto. “Embora eu queira muito meu pau dentro de você.” Sua mão se fecha na minha garganta, se ele não tivesse revelado sentir prazer em ser pisado, ia jurar que gosta de dominar e não ser dominado, talvez seja pelo meu tamanho e pouca carne, apesar de ter a bunda grande, sou magrela enquanto Charlie é grande, musculoso e alto.

Hidden [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora