Capítulo 25

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Suas palavras cessam minhas risadas no mesmo instante, ou melhor, sua declaração, eu demoro um tempo para digeri-las e o ato possessivo dele ao me agarrar pela cintura — ajoelhado e repetindo que me ama pela segunda vez, faz com que eu me agache também, ficando ajoelhada e puxando seu rosto para me olhar.

“Repete outra vez...” Peço como se aquelas palavras pudessem abrir mais portas ainda, dentro de mim, deixando minha alma escancarada e mais suscetível ao seus possíveis ataques.

Eu te amo Eva!” Repete emparelhando nossos olhares e enviando arrepios em minha pele pelo jeito que me encara. “Você se ferrou.” Uma risada diabólica. “Não irá se livrar fácil de mim, e você tem o poder de me fazer se sentir idiota e agir como um maníaco obsessivo ao dirigir pela madrugada só pra te ver.” Mais risadas e um beijo suave nos meus lábios. “Sou a desgraça de um neurótico que entra no Google pra pesquisar sobre virgindade.” Agora ele cai de bunda no asfalto, ficando sentado e rindo como uma criança.

“Você é psicopata.” Comento ao achar graça dele também e encaro o céu estrelado, hoje a noite se mostra pacífica e totalmente acolhedora, talvez uma trégua para desastres naturais e de ordem emocional.

Eu o imito e me sento também, a posição já estava me rendendo uma dor muscular.

“Também me sinto assim, literalmente pirada.” Rio de mim mesma com tom de deboche. “Olha só pra mim com essa peruca ridícula e sentada no chão do estacionamento.” Encaro meus pés descalços e nem quero ousar passar na frente de um espelho, espero que o rímel seja a prova d'água. “Eu nunca agredi ninguém, nem sequer verbalmente, mas depois de você... eu venho lidando com uma enxurrada de sentimentos, todo instante provando de toda dor e amor, você desperta o pior em mim, porém faz com que eu me sinta viva, e eu nunca desejei matar e sentir coragem de entrar na frente de uma bala pela mesma pessoa. É loucura! Você oscila minhas emoções Hero, me faz te odiar e amar ao mesmo tempo.” Concluo já sem fôlego e talvez essa tenha sido minha maior fala desde que nos conhecemos.

Seus olhos se arregalam em espanto.

“Você... me ama?” Praticamente grita. “Como poderia amar alguém como eu?” Uma careta de desdém.

Dou de ombros. Também adoraria saber.

“Só sei que amo.” Declaro a maior verdade em toda minha vida, eu o amo, desde o dia em que entrou naquela sala arruinando minha fachada de boa moça.

“Fala de novo.” Implora já se esticando pra cima de mim.

Eu te amo Hero Fiennes-Tiffin!” Proclamo em alto e bom som. “E você estava errado quando me contara sobre seu pai na cafeteria.” As lembranças da nossa conversa ainda são vívidas.

“Sobre?” Sua expressão de felicidade é ilegível.

“Ele não desperdiçou o dinheiro dele ao pagar uma barriga de aluguel, para que você nascesse, talvez foi a decisão mais assertiva que ele tomou até hoje.” Mal termino de falar e me puxa pelo braço, me convidando a ficar em pé, e tão logo me envolve com longos braços e começa me beijar com bem mais devoção.

Aquela velha rebelião volta na minha região íntima, implorando por ele, necessitando que Hero extingue as pulsações dolorosas e sedentas, de qualquer forma.

“Você estacionou o carro muito longe daqui?” Interrompo nossos beijos eufórica.

Um sorrisinho devasso.

“Já estava pensando a mesma coisa.” Me olha dos pés à cabeça. “E essa calça...” coça o queixo com a expressão ardente. “marca bem seu corpo e valoriza suas curvas.” Elogia, me deixando feliz por ter lhe agradado nesse aspecto, sempre desejei vestir uma. “Mas tenho uma ideia melhor.” Segura na minha mão determinado.

Hidden [COMPLETO]Where stories live. Discover now