Capítulo 42

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Seu braço tatuado me vira na cama, deixando-me de cara para cima, com a respiração entrecortada.

Ele levanta graciosamente e retira o balde, guardando-o numa mesinha de canto.

Sobe de volta e vai logo separando minhas pernas, bem apressado.

Noto que mastiga alguma coisa, até que ele se curva, enfiando a cabeça entre minhas pernas, mas só o suficiente para encostar a boca e despejar caquinhos de gelo, no qual seus dentes trituraram em pedacinhos minúsculos.

Sua língua lambuza o local, fazendo-me reagir ao me erguer pelos cotovelos e puxar seus cabelos.

"Meu pinguelinho também precisava de gelo, está muito inchado ainda, e... vai ficar mais." Seu dedo chocalha meu lugarzinho mágico, que aumenta em resposta.

Hero pausa por uns segundos, desacelerando, já eu me contorço, ficando no formato de uma bola, encolhida e travando uma guerra interna para não gozar.

"Gostei da posição." Murmura, se aproximando ajoelhado, me mantendo de ladinho e bem exposta.

Então fazemos de novo...

(...)

Bocejo morta de cansada, o cochilo que nós tiramos depois que fizemos amor me deixou mais mole.

Encosto minha cara no vidro do carro, espiando a cidade se escurecer gradativamente, o sol já se ocultou no horizonte, deixando o céu com aspecto sombrio, vestindo sua melhor capa a noite nos cobre com formosura.

"Muito cansada?" Hero interrompe meus pensamentos.

"Por que está me perguntando isso?" Fico desconfiada que ele queira só me deixar em casa e escapulir.

"Ué! Só porque quero saber." Parece meio perdido. "Perguntei uma bosta qualquer." Dá de ombros, girando o volante, finalmente entrando na minha rua.

"Você não vai ficar?" Ouso questionar, embora talvez ele interprete como pressão, os minutos ao seu lado são bons demais, o suficiente para me permitir soar obsessiva.

"Se você quiser, claro que fico." Desliga o carro na entrada da minha casa, espio pela janela, as luzes estão acesa e posso vislumbrar a claridade da tv, minha mãe passa o tempo inteiro na sala.

"E o que você quer?" Sei que deveria somente falar que sim, mas não quero forçá-lo, embora a ideia dele não ficar seja desastrosa.

"Dormir um pouco com você Eva!" Sua voz é tão clara e decidida que aumenta minhas esperanças. "Vamos fingir que apenas te deixei e fui embora, sobe pro quarto e... eu fico até as quatro, estou desgastado." Confessa achando graça.

Sou egoísta demais para recusar a oferta, ele vai ter continuar dirigindo em plena madrugada.

"Vou levar um lanche." Comemoro, lhe abraçando com força.

Abro a porta entusiasmada, desço com cuidado e espero ele me entregar as sacolas.

"Sua mãe não vai gostar muito do que tem aí dentro." Ele abafa uma risadinha, com o rosto meio encoberto pela escuridão dentro do carro.

"Você não a conhece, ela vai surtar, de verdade." Nem sei como vou fazer para não chatear Hero, ele insiste para que eu simplesmente comece usar calça.

"Você vai sobreviver, depois ela simplesmente terá que engolir, fácil assim." Fácil para ele, que nunca teve que lidar com alguém agressiva, dentro da própria casa.

"Te espero lá em cima." Jogo beijo e saindo correndo, fugindo do assunto.

Quando entro na sala minha mãe está falando ao celular.

Hidden [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora