Capítulo 112

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Na madrugada de quinta-feira Hero me deixou, ou fugiu, tanto faz o emprego das palavras, pois em ambos, as consequências são as mesmas, estou sozinha lidando com uma confusão mental, pensamentos negativos e catastróficos, sem falar nos tremores e ...

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Na madrugada de quinta-feira Hero me deixou, ou fugiu, tanto faz o emprego das palavras, pois em ambos, as consequências são as mesmas, estou sozinha lidando com uma confusão mental, pensamentos negativos e catastróficos, sem falar nos tremores e suadeira excessiva nas mãos, couro cabeludo, pés e rosto. Andei dando uma pesquisada e os sintomas podem indicar uma sudorese emocional, resultado do estresse associado com minha gravidez, mesmo me vendo no fundo do poço eu tento hibernar os pensamentos depreciativos e sentimento de inferioridade.

Sempre foi assim.

Eu quero ter uma relação saudável e livre de agressões com minha nova família, pois só agora me dou conta que preciso cuidar dessas questões internas que não foram resolvidas lá atrás, como serei uma boa mãe para meus filhos se os traumas gerados numa infância abusiva não foram dissolvidos? Até um tempo atrás eu nem sabia que sofria abuso emocional por parte da minha mãe, foi preciso colocar uma quarta pessoa na minha casa para ter essa percepção, meu pai precisava trabalhar e manter nossa dispensa cheia, então nem sempre ele estava lá para me socorrer, eu lidava com aquilo sozinha.

As terapias trataram a área sexual, na qual eu vinha enfrentando bloqueios, pelo jeito ainda possuo mais gatilhos negativos do que imaginava.

"Você é uma imprestável, não faz nada direito, nunca será uma boa dona de lar..." minha mãe falava.

"Eva sua malcriada, tenho desgosto de ser sua mãe... que pecado cometi para ter você como filha?"

E não parava por aí... Cheguei a ser ameaçada dentro do meu próprio lar, o lugar deveria ser meu abrigo, lugar de paz, e não uma carceragem em qual me via sendo obrigada aguentar os abusos de minha mãe.

São tantas coisas que minaram minha autoestima, chantagem emocional e agressão física foram as mais prejudiciais. Fui adestrada dessa maneira, cresci ouvindo da minha própria mãe que eu não sou uma boa filha ou boa o suficiente em absolutamente nada, e talvez eu leve tempo demais para me desvencilhar dessa autoimagem negativa, porque apesar de toda essa insegurança eu tive o apoio do meu pai e todo seu amor, ele foi o responsável por eu não ter deixado tudo isso me lançar numa depressão, ou acabar como mais um de muitos jovens que desenvolvem fobias por conta de traumas emocionais vividos na infância.

O Hero não entendeu que não é sobre ele, é sobre eu mesma, apesar de não ter confiança em mim, acabo confiando demais nos outros, não vejo maldade, e quando vejo... aquilo acaba por disparar os gatilhos emocionais na minha mente, foi o que aconteceu com as mensagens, aquilo me atingiu ao mesmo tempo que me desestabilizou e fez com que eu me fechasse ao invés de reagir, e mais tarde resultando no aumento da impulsividade, como se fosse uma defesa, eu agia com agressividade para me defender, enquanto não lidava bem com a situação, eu queria lutar pelo o que era meu, pelo meu marido, mas ao invés de conversar adotei um comportamento agressivo.

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