Hidden [COMPLETO]

Bônus | 10

Revejo o contrato de experiência assinado por Camila, o contrato foi registrado na carteira dela e não pode exceder os noventa dias, fiz isso mais como uma forma de ter tempo para conhecê-la melhor e poder ajudá-la com um valor simbólico que cairá quinzenalmente na sua conta.

Odeio quando as coisas fogem do meu controle, se tem uma coisa que sei é hibernar coisas que atrasam, ou que não somam em nada na minha vida.

Sim, sou um maníaco perfeccionista e não seria justo dar baixa na carteira dela antes do período de experiência findar, se bem que merecia uma justa causa depois da palhaçada em Cancún, e também não faz sentido que eu gaste meu dinheiro com ela sem receber algo em troca, terá que pagar cada centavo durante esses noventa dias, e não me refiro à sexo, mas no cargo de assistente.

Dei uma folga de alguns dias depois de voltarmos de Cancún, mas hoje ela terá que voltar com sua rotina, ainda estou avaliando se devo continuar com a tal relação, Camila desliga minha mente — sim não posso negar — mas também aciona ela de um jeito que eu não gosto —, por isso desaprovo relacionamentos, essa inquietação na alma não é para mim, sempre soube que chegaria um dia que uma mulher me faria arriscar toda essa merda, todo esse controle, me provaste que tem dezoito anos no documento, agora terá que me provar se tem maturidade para aguentar um homem como eu.

Um sentimento estranho e esmagador se apossa de mim quando ela invade meu escritório, o qual fiz questão de compartilhar.

“Bom dia Charlie!” Me cumprimenta cabisbaixa ao se aproximar da minha mesa, não tivemos uma conversa decente desde aquela noite em que ela se embriagava, mesmo estando naquele estado tentei defendê-la daqueles homens toscos, sou contra qualquer tipo de homem que desmereça ou destrate uma mulher, seja ela o que for.

“Olá Camila!” Não faço questão de ser gentil, então deixo que meu modo automático assuma daqui para frente, sendo fechado e focado no meu serviço.

Por sorte ela vai para sua mesa e começa trabalhar também.

Algumas horas depois ela tenta puxar assunto comigo, se desculpando pela milésima vez.

“Nunca mais vou testar meus limites daquele jeito Charlie, não tenho costume de beber, estava empolgada, fui imprudente e arruinei suas férias, me perdoa.” Agora a loirinha tem a brilhante ideia de fazer-me de cadeira e se enroscar no meu corpo de uma forma que minha linha de raciocínio é afetada, tudo que sinto é suas mãozinhas se acomodando no meu tronco e seus olhos azuis enormes tristes.

“Sim você arruinou senhorita.” Concordo com ela, enviando toda minha indignação pelo meu olhar, sou bom em trabalhar minhas emoções, melhor ainda quando preciso usá-la de forma negativa, a parte do meu cérebro que processa esses sentimentos já está habituado.

“Não me olhe como seu eu fosse o diabo.” Ela soa implorativa e começa bagunçar meus cabelos que estavam penteados perfeitamente para trás.