Capítulo 104 - The f word

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BOM DIA SEUS FILHOS DA PUTA DO CARALHO 

VAMOS CANTAR COMIGO PRA ESPANTAR O SONO 

EU QUERO QUE TU VÁ 

VÁ TOMAR NO CU 

PARA DE TOMAR CONTA DA MINHA VIDA E VAI 

PRA PUTA QUE PARIU 

AONDE JÁ SE VIU 

HOJE EU TO TIPO TOLERÂNCIA ZERO 

ELE NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO INFERNO 

BOM, PRA QUEM GOSTAR DESSE CAPÍTULO, VÁ NAS NOTAS FINAIS, EU TENHO UM DESAFIO PRA VOCÊS 

BOA LEITURA SÓ PRA QUEM NÃO VAI VOLTAR NO BOLSONARO

Lauren POV

Eu sempre achei que a coisa mais difícil de se lidar com a gravidez de Camila seriam suas mudanças de humor, por conta dos hormônios, mas a vida estava disposta a provar que eu estava errada toda a vez que eu pensava estar certa sobre alguma coisa. Camila sempre teve o humor bem instável por conta da síndrome e porque ela era estressada de natureza mesmo, então eu conseguia lidar com isso com tranquilidade. Quer dizer, eu sempre fui muito distraída, então eu constantemente iria largar um blazer pelo sofá da sala ou meus sapatos no corredor e não necessariamente porque eu era bagunceira, mas porque eu simplesmente não prestava tanta atenção nessas coisas. Camila era extremamente metódica com organização, contas e tudo mais, então parecia que meu dia nem era completo se ela não me ameaçasse me sufocar com o cadarço do sapato que eu esqueci de por na sapateira ou gritasse para todos os vizinhos ouvirem que eu deixei uma caixa de leite vazia na geladeira.

Ela brigava comigo por essas coisas desde que namorávamos, e, convenhamos, quando eu morava sozinha, meu apartamento era um caos. Eu sempre esquecia de pagar alguma conta, perdia as chaves da minha moto constantemente no meio das minhas coisas ou não fazia ideia de onde guardei algum documento importante. Isso fazia Camila quase morrer do coração aos finais de semana que ela passava comigo lá, então aos poucos ela foi me ajudando a organizar, colocando um gancho na parede com a placa "chaves" bem ao lado da porta, adicionando alarmes no meu celular para um dia antes das contas vencerem, esse tipo de coisa. Acho que, sem ela, eu literalmente perderia a minha cabeça independentemente dela estar colada no meu pescoço ou não.

A questão toda sobre casar com alguém é saber que essa pessoa vai ter atitudes que você odeia no seu dia a dia, e você vai ficar brava por cinco minutos e jogar uma almofada nela, mas, no fim do dia, esses pequenos defeitos definem quem ela é e porque você a ama mesmo que você tropece e leve um tombo porque sua esposa deixou um sutiã no chão do banheiro. Sim, isso aconteceu.

Esse dia foi muito engraçado. Primeiro eu ouvi um estrondo, então perguntei se estava tudo bem, mas não obtive resposta. Camila gritou meu nome todo e eu fui correndo ver do que se tratava e ela estava ajoelhada no chão, com o rosto vermelho de ódio, segurando um sutiã meu de renda com tanta força que parecia que ele tinha feito algo de ruim a ela. Fui ajuda-la a se levantar, mas ela me bateu com o sutiã e me xingou de todos os nomes que ela conhecia – que não eram muitos, já que minha esposa não falava palavrões. Por fim, eu coloquei gelo em seus joelhos, lhe preparei uma banheira quente e pedi todas as desculpas do mundo, embora estivesse morrendo de vontade de rir. Pelo menos ela não estava grávida na época.

Se Camila levasse um tombo estando grávida eu a colocaria na UTI por cinco dias em observação somente para ter certeza que estava tudo bem.

Esses aspectos eram normais no nosso dia a dia desde o namoro e eu de fato não havia notado uma grande diferença em suas oscilações de humor. Havia uma outra coisa com a qual eu não contava, a médica havia citado muito rapidamente e eu sequer sonhei que isso fosse acontecer com ela, pois definitivamente não estava na minha lista de prioridades que envolviam cuidar da minha esposa grávida.

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