Capítulo 58 - Prom?

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Camila POV

- Vocês não vão pra um motel não né? - Rolei os olhos, trocando o celular de orelha e corando.

- Claro que não, mãe. Só vamos a um restaurante.

- Olha lá hein...

- Mãe, pelo amor de Deus. - Ela deu uma risada do outro lado da linha.

- Eu to brincando, Lauren não seria louca a esse ponto. - Soltei o ar devagar.

- A propósito, que roupa que eu uso?

- Eu não acredito, Camila. Você tem dezesseis anos, pode muito bem escolher sua roupa sem precisar de uma velha de quarenta e dois pra isso.

- Mãe, por favor... Eu tenho medo de sair parecendo uma palhaça ou uma velha, sei lá. - Ela riu.

- Ok. Abre se guarda roupa, acha a sua calça branca comprida, depois acha aquela blusa verde de listras brancas que não tem mangas e...

- Essa blusa aparece minha barriga! - Reclamei.

- Para de ser ridícula, Camila. Você nem tem barriga, tem mais e que colocar de fora mesmo. - Passei a mão nos meus cabelos úmidos, considerando a possibilidade. - Continuando, acha aquela botinha branca que você nunca usou e usa, faz uma trança de lado do cabelo, mas uma trança folgada, não aquelas de velha de sessenta e oito anos que você faz de vez em quando pra ir pra escola e coloca um lacinho na ponta, vai ficar lindo.

- Tem certeza? - Perguntei mordendo o canto do lábio, apreensiva.

- Tenho. - Ouvi uma voz grossa do outro lado da linha, mas que parecia feminina. Franzi o cenho.

- Mãe, quem...

- Se divirta, querida! - Minha mãe desligou o telefone e eu larguei o celular do meu lado, na cama, prendendo melhor a toalha ao redor do corpo para ir achar a roupa no armário.

Quase caí pra trás de susto quando Lauren enfiou a cabeça na brecha da porta enquanto eu abria a porta da guarda roupa.

- Princesa, você já... - Ela arregalou os olhos e eu coloquei a mão na toalha na intenção de segurá-la ainda que ela estivesse no lugar. - Oh... Desculpa, eu...

- Lauren! - Minhas bochechas pegavam fogo aquela altura.

- Desculpa! - Ela gesticulou de forma desajeitada com a mão. - Eu vou... - Em seguida a porta foi fechada.

- Droga. - Murmurei sozinha e fui em direção ao guarda roupa, voltando a escolher minhas roupas.

Depois de ponderar um pouco sobre a blusa, acabei por decidir vestir aquela mesma e percebi que caía bem em mim, assim como o resto da roupa, embora eu não me sentisse lá a pessoa mais confortável do mundo. Sequei meus cabelos e fiz a trança de lado, deixando alguns fios soltos caindo sobre o rosto e colocando um lacinho preto na ponta.

Eu não sou a pessoa com a maior auto estima do mundo, eu nem sei nem mesmo que se eu tinha isso. Claro que, com todos os meus problemas, minha aparência é a última coisa que eu iria me preocupar tipo, na minha vida. Acontece que tem alguns dias, em particular dias bons, como esse, que eu gosto de dar uma chance a minha imagem no espelho de me dizer alguma coisa, além de me informar que estou horrível.

Naquela noite, eu não estava.

Eu não me achei bonita. Não havia nada em mim em particular que eu gostasse muito, a não ser o meu cabelo, talvez pelo fato dele não me dar muito trabalho e sempre estar mais ou menos do jeito que eu queria, mas, em geral, eu me achava normal. Nos dias ruins, claro, eu só queria quebrar a porcaria do espelho, mas não hoje. Como eu citei, não me achei exatamente bonita, mas também nã achava que havia nada de muito errado.

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