Be Your Everything

Capitulo 13 - Distraction

Narrador POV

- Eu posso tirar sangue do nariz deles, se você quiser. - Lauren sugeriu, tentando fazer a menina rir. Deu certo.

- Você não... - Camila parou de rir. - Para de ser idiota. - Disse, ainda com a sombra de um sorriso no rosto. Lauren ficou séria e encarou a menina, acariciando sua bochecha.

- Sério agora, eu... Não quero que se sinta assim. - Tentou confortar Camila, que se sentiu mal por ter que voltar naquele assunto. Mas pelo menos Lauren não era como as outras pessoas. Ela se importava com Camila, ela queria saber como a menina se sentia, ela queria que ela se sentisse melhor com o mundo e consigo mesma. Era isso que a fazia completamente diferente das outras pessoas babacas habitantes da face da terra. - Você não precisa se sentir mal pelo que eles acham de você. Eles não te conhecem, tá bom? - Acariciou o braço da mais nova, que levantou o olhar triste até seu rosto.

- É isso que eu não entendo, Lolo. Eles não me conhecem. Porque fazer isso comigo? - Indagou, mas sabia que Lauren não tinha resposta.

- Eles são todos uns filhos da puta, eles não sabem o que estão fazendo e eu realmente espero que um dia eles caiam na real. Ou eu os faço caírem na real. - Camila abaixou a cabeça e encarou a estampa da blusa de Lauren enquanto ouvia a mulher falar. - Ei, esquece isso, tá bom? Esquece, eles não valem o tempo que você perde se preocupando com isto. - A menina assentiu e deitou a cabeça no ombro de Lauren, fechando os olhos por um minuto. Ela estava certa, não precisava se preocupar com as outras pessoas. Só não entendia como iria fazer isto, se as palavras continuavam ecoando em sua cabeça, repetidamente.

- Lolo? - Camila chamou, levantando a cabeça para olhá-la.

- Hm?

- Me responde uma coisa? Com sinceridade. - Lauren fez que sim com a cabeça.

- Claro, pequena.

- O que você acha... De mim? - Lauren entendeu a pergunta. Camila não era dessas adolescentes loucas que se achavam a porra do centro do mundo e só queriam ouvir algo para inflar seu ego cada vez mais. Ela só estava insegura e queria algo para confortá-la, procurando isso na única pessoa a qual ela confiava para fazer essas perguntas.

- O que eu acho de você? - Levantou as sobrancelhas, estudando o rosto de Camila. Mesmo tendo acabado de chorar, Camila era linda. Mas claro que ela não estava perguntando nada relacionado a aparências. Por isso que ela tinha entendido a pergunta, quando qualquer outra pessoa poderia falar somente do exterior. A menina não estava interessada em saber nada sobre o que ela via no espelho e sim sobre o que Lauren via quando olhava dentro de seus olhos, como ela estava fazendo agora. - Eu acho você incrível. Inteligente. Engraçada. Tímida de um jeito fofo. Graciosa, mesmo quando cai da escada. Delicada. - Foi citando os adjetivos com pequenas pausas, pensando nos melhores para classificá-la. Seu coração disparava quando ela pensava em todas as qualidades que ela sabia que Camila tinha. -Eu nunca me canso de olhar você, de reparar no seu jeito, de achar linda a forma como suas bochechas coram, de ver seus olhos brilhando quando você sorri, porque eu amo tudo sobre você.

Lauren parou de falar no mesmo segundo e Camila arregalou os olhos, pensando se foi aquilo mesmo que ela escutou. A menina não tinha coragem de dizer nada. Ela não conseguia, ela não sabia se sua voz iria se manifestar ao seu comando. Ninguém nunca havia dito nada parecido para ela antes e ela realmente queria saber como reagir, mas parecia que Lauren também estava um pouco perdida. Ela simplesmente havia deixado as palavras saírem e não conseguia se decidir se estava arrependida ou não por isto. Talvez ela não devesse decidir, tudo podia depender somente da reação de Camila.

- Camila, eu... - Lauren quis abrir a boca quando percebeu que a outra estava em silêncio há muito tempo, com medo de que talvez tivesse falado demais. Mas a frase morreu na ponta da sua língua, ela não sabia o que dizer. Na verdade, ela já havia dito o que queria, talvez estivesse assustada demais para realizar que havia verbalizado algo que ainda não havia aceitado nem para si mesma. Porém, agora a duas sabiam disso.