Capítulo 83 - College

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"Ai, cala a boca." – Camila não respondeu nada e Hailee supôs que ela levou a sério a história de calar a boca. Aproveitou para ir vestir uma roupa descente e quando terminou, suspirou fundo e pegou no celular para mandar uma mensagem para Camila antes de sair. – "To indo. Se eu sumir é porque fui morta no meio da rua."

Enfiou o celular no bolso, avisou para a mãe que ia na casa de Ally e foi. Se Hailee não se enganava, os pais de Ally estavam viajando, então era por isso que ela pôde faltar três dias de aula seguidos sem que eles a obrigassem a ir. Tudo bem que ela podia estar doente, mas se fosse esse o caso não teria porque a pequena parar de responder as mensagens da morena e fingir que ela simplesmente não existia. Até porque, no dia do beijo mesmo, Ally a evitou e a ignorou na hora da saída, entrando no carro da mãe logo em seguida.

Suspirou parada na porta da melhor amiga, era fim de tarde e ela tocou a campainha uma vez, não obtendo resposta. Tinha conseguido passar direto pelo porteiro pois ele já estava careca de vê-la e não ligou para pedir autorização para subir, apenas deixou a garota passar como sempre fazia. Talvez ela estivesse dormindo. Hailee tocou a campainha de novo e ouviu um barulho lá dentro, como se alguém tivesse caído do chão. Ela bateu na porta com o punho e disse:

- Ally, está tudo bem? Sou eu, Hailee.

- Vai embora! – Ally gritou com a voz abafada lá dentro.

- Será que você pode parar de agir como se a gente tivesse cinco anos? Nós somos adultas o suficiente para ter essa conversa, para com isso, Ally! – Gritou de volta, batendo na porta para afirmar que não iria sair dali. – Abre essa porra.

- Eu não sou obrigada a abrir e não vou. – Sua voz estava muito mais perto agora e parecia um pouco enrolada, mas dava a impressão de que ela estava exatamente do outro lado da porta. Hailee estava quase chorando, ela só queria acertar tudo.

- E eu não sou obrigada a sair da porta e não vou. – Dito isso, Hailee sentou na porta e assim ficou pelos próximos trinta minutos. Ela estava perdendo a paciência e a vontade de conversar que ela tinha quando chegou aqui, no momento ela só queria entrar e gritar com Ally por ser tão infantil por uma coisa tão boba.

Alguns vizinhos passaram e estranharam a cena, mas nada falaram, afinal, não era muito normal ter uma garota sentada na porta do apartamento dos Brooke que parecia uma marginalzinha com aquele moletom preto esquisito, ainda por cima com capuz na cabeça. Hailee se vestiria melhor, mas hoje ela não estava a fim.

Depois de muito lutar contra seu dilema interno, Ally largou a garrafa em suas mãos e abriu a porta, fazendo Hailee, que estava encostada nela, quase cair para dentro, mas a morena estava tão puta que se levantou e entrou como se nada tivesse acontecido, sem dar uma risadinha sequer.

Ally voltou a pegar sua garrafa no meio do caminho até a sua sala, onde Hailee jazia em pé a olhando com uma expressão indecifrável. Ela parecia – e era – tão mais alta que ela, principalmente porque ambas estavam descalças. Não que Ally fosse para a escola como fosse para um desfile da fashion week, mas ela sempre colocava um saltinho porque andar do lado de Hailee sem salto era uma humilhação por causa da diferença de tamanho. Deu um gole em sua Sky antes de se aproximar mais da amiga, que alternou o olhar entre ela e a garrafa.

- Você me trancou pra fora pra encher a cara sozinha?

- Eu estava bebendo antes de você chegar. – Disse simplesmente e estendeu a garrafa para ela. – Você quer?

- Parece que eu quero?

- Parece. – Ally largou a garrafa na mão dela e para não perder a total paciência, Hailee deu um gole e começou a tossir, tinha esquecido como era fraca pra bebida e como achava essas porras fortes. Ally que bebia essas merdas como se fosse água.

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