Capítulo 66 - Bad dream?

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Todo esse tempo nesse lugar estava acabando com Camila. Ela não conseguia nem mais dormir direito, sua mente insistia em continuar trabalhando quando tudo o que ela queria era descansar. Sua cabeça estava sempre doendo e ela se sentia cansada. Aquela altura estava prestes a ligar para sua mãe e pedir para leva-la embora, mas sabia que também iria se sentir mal se fizesse isso. Sua única opção permanecia a mesma de sempre, se manter existindo por ali e esperar que tudo melhorasse – mesmo que, com a situação atual, ela acreditasse que não iriam.

E os dias foram se arrastando como borrões cinza, no mesmo loop depressivo a qual Camila já havia se obrigado a se acostumar. Naquele dia em específico, Lauren estava mais quieta do que o normal – nos últimos dias ela não havia falado muito. A menina até entendia, mas achava que talvez pudesse fazer algo que não fosse se sentir inútil se Lauren conversasse com ela.

Elas haviam acabado de voltar do hospital, sua cabeça doía como o inferno. Camila foi tomar um banho quente para ver se aquela dor infinita em sua cabeça melhorava. Ela demorou mais do que o normal no banho, deixando as lágrimas caírem e tentando amenizar a pressão que ela sentia no próprio corpo para ir para o próximo lugar mais distante dali.

Acabou saindo do box e se vestiu depois de se secar, passando um pente rápido nos cabelos. Camila abriu a porta do banheiro devagar, se certificando de que não havia ninguém no corredor ou subindo as escadas antes de ela ir para o quarto de Lauren, onde a porta estava trancada ou emperrada. Emperrada, talvez, já que ela não acreditava que Lauren fosse trancar o quarto sabendo que ela iria entrar a qualquer momento.

Depois de tentar abrir e bater algumas vezes, Camila estremeceu quando escutou um barulho nas escadas, indicando que alguém estava subindo. Bateu na porta com mais força, talvez Lauren estivesse dormindo e não a estivesse ouvindo. Só que ela viu que estava errada quando escutou o barulho de algo se quebrando lá dentro e o pânico cresceu dentro dela. Percebeu que era Clara que subia, pois ela parecia ter algum tipo de conversa por telefone, mas Camila não prestou a mínima atenção e girou a maçaneta com força, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Ela escutou um barulho como se algo estivesse preso e houvesse soltado, logo em seguida a porta deslizou sobre a força que ela fez, abrindo rapidamente com um som indicando que as dobradiças não viam óleo há muito tempo. Dois segundos depois ela estava dentro do quarto e havia fechado a porta, ainda chorando com o susto e escutando Clara terminar de subir as escadas e, ainda falando no telefone, atravessar em frente ao quarto de Lauren e seguir adiante no corredor.

Tremeu e tirou a mão da maçaneta, se virando em direção ao quarto bem a tempo de ouvir a respiração pesada de Lauren depois dela aparentemente ter quebrado alguns porta retratos e jogado outros objetos de decoração do quarto dela no chão. Engoliu em seco e não pensou duas vezes antes de ir até ela, não fazendo ideia de que iria ser recebida daquela forma.

- Lo...

- Sai daqui, Camila. – Lauren respondeu com a voz firme e seca.

- O que tá acon... – Disse se aproximando mais ainda e tocando seu ombro.

- Eu disse pra sair daqui! – Lauren gritou e se virou, agarrando os ombros de Camila. Seu rosto estava todo vermelho e as veias saltadas, a menina nunca a havia visto dessa forma. – Será que você não pode me deixar em paz por dois míseros segundos? Que inferno! – Ela empurrou Camila, que caiu no chão amparando a queda com os braços atrás do corpo e começou a chorar.

- Lauren? Tá tudo bem ai? – Clara bateu na porta e gritou do outro lado, enquanto Lauren fechava a cara.

- Está. – Respondeu de forma audível e Camila escutou claramente os passos da mulher se afastando.

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