Capítulo 05: Yokai no Ie

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Durante todo o tempo em que viveu ali, Mikasa nunca tinha visto o escudo mágico que as escondia deixar de cumprir sua tarefa. Entretanto, naquele momento de crise, ele oscilava como uma luz com mal contato; em breve se apagaria. Cada vez que ele falhava, Mikasa podia ver do outro lado; o outro lado de verdade, e não a ilusão que a proteção criava. Um grupo de lanternas passava de um lado para o outro; era uma equipe de busca. Não sabia como poderia ser possível, mas pareciam procurar por elas.

Logo que estavam do lado de fora, Yagyuu surgiu pelo lado da casa, a qual havia contornado. Akira e Sakura ficaram na frente das outras meninas, Akira, de fato, em frente a Sakura também. A Joro-Gumo estava com os olhos vermelhos, um sinal de que seu ódio estava maior do que esteve em muito tempo. Mikasa tinha certeza absoluta de que ela iria atacar.

Com o coração acelerado, ela olhou para suas amigas; todas elas extremamente assustadas; lembrou-se de todas as meninas que passaram por ali. Seus olhos foram para a proteção e para as pessoas do outro lado, que logo estariam ali – e imaginou que as proteções não funcionariam, não falhando como estavam. E por fim, olhou para Yagyuu, que ferida e machucada, buscava o sangue daquelas que a feriram. Mikasa tinha que fazer alguma coisa.

Era a única que podia fazer para que aquilo não acabasse em uma tragédia maior do que já era.

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Sakura se preparou para o inevitável. Não teve tempo para perguntar os pormenores das habilidades de Akira, mas sabia que elas tinham limite, pois a garota ofegava como se tivesse corrido uma maratona. Ela lançava objetos contra Yagyuu com a mente: pedras, galhos, bolas, tudo e qualquer coisa que estivesse em seu caminho.

Quando Yagyuu estava próxima o bastante, ela levantou a pata dianteira e atacou Akira diretamente. Sabia que se matasse a menina, as outras se submeteriam – exceto pela própria Sakura. Usando toda a força de sua mente, Akira parou o ataque no meio.

– Yagyuu-sama, pare por favor! – Ouviu Mikasa gritar; não surtiu qualquer efeito. – Tem pessoas chegando! – Pega de surpresa, Sakura olhou para os lados, e viu, quando o escudo falhava, a equipe de busca. Yagyuu, porém, não se mexeu. – OKA-CHAN!­ – Mikasa gritou ainda mais alto. Todas as garotas olharam para Mikasa; até mesmo a Joro-Gumo. – Acabou. – Mikasa apontou para os que chegavam.

Yagyuu desvencilhou-se de Akira e Sakura, agarrando Mikasa com suas patas aracnídeas e correndo para floresta o mais rápido que suas pernas permitiram. Ela parou na proteção, esperou que ela falhasse e saiu, deixando todas as meninas de quem um dia cuidou.

– Deixa eu ver se entendi direito: a Joro-Gumo era mãe de Mikasa? – Akira disse, com uma confusão zombeteira no olhar. – Isso significa que Mikasa também era uma Joro-Gumo? E que um homem transou com uma Joro-Gumo? Parece nojento.

– Deixa eu ver se entendi: você tem superpoderes? – Sakura retrucou.

– De certa forma, sim. – Akira respondeu, dando de ombros. – Mas não sei por que está surpresa. Eu disse que tinha uma coisa com mentes. – Sakura revirou os olhos.

– Isso não é exatamente específico. O que mais você consegue fazer?

– Muitas coisas. Eu não consigo ler mentes, por exemplo, mas consigo confundir mentes, fazer ver ou não ver coisas. – Sakura lembrou-se de quando estava escondida no quarto de Akira ou quando estava roubando uma faca na cozinha; Yagyuu poderia tê-la pego nessas duas ocasiões, mas não o fez. Akira protegeu Sakura. – E graças a você, eu consegui entrar em contato com eles. – Apontou para o grupo do lado de fora. – Bem, na verdade eu entrei em contato com uma amiga que me ajudou antes de eu vir parar aqui. Ela também tem uma coisa com mentes, mas é algo diferente de mim.

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