Capítulo 04: O Artista e a Bruxa

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Egito, Terra

Avary olhou pela janela, para o prédio que estava à frente do seu. A figura encapuzada no topo do prédio observava-a. Bast, dentro de sua mente, disse que sentia magia vindo dele; ele sabia que Bast estava ali. Usando uma espécie de supervisão – o que era incrível na opinião de Avary – ela percebeu que ele estava falando com alguém. Avary se concentrou – a mando de Bast – para ouvir o que ele dizia.

– Encontrei a deusa. – Foi o bastante para Bast, e consequentemente, Avary saltar pela janela até o outro prédio; aquele homem estava atrás dela, ou seja, trabalhava para Apófis já que ninguém mais no mundo teria como saber que Bast estava ali.

Avary, usando as habilidades de Bast, mas sem a deusa controlá-la como fizera na noite anterior, escalou o prédio em um segundo; todavia, o estranho já estava correndo até a beirada do prédio e, uma vez lá, saltou para o que estava ao lado. Ela foi em seu encalço; se ele passasse a localização de Bast para Apófis, seria o fim. Os dois correram e correram, como cão e gato – ou gato e rato, já que Bast era a deusa dos gatos e provavelmente se sentiria ofendida se fosse comparada a um cachorro –, até que o estranho saltou na escada de incêndio de um prédio e a desceu; quando Avary chegou na beirada do prédio do qual ele tinha pulado por último, ele já estava na metade da escada.

– Confia em mim? – Bast surgiu ao lado dela.

– Sim. – Ela respondeu rápido; era fácil confiar em alguém que te dá poderes mágicos.

– Então, pule, para o chão. – Avary olhou-a incrédula, mas a determinação nos olhos felinos da deusa convenceu-a.

Avary saltou do prédio. Enquanto o chão aproximava-se em alta velocidade trazendo a morte certa, a garota pensava no quanto isso era idiota – e demais, ao mesmo tempo. Ela nunca devia ter vindo ao Egito. Devia ter ficado em casa, com seus pais. Quando seus pés tocaram o chão, seus joelhos dobraram, absorvendo o impacto; o homem parou de repente, assustado, e recuou ao ver Avary, parada, ameaçadoramente olhando para ele – como um gato que acaba de encurralar um rato.

– Quem é você? – Avary perguntou, querendo saber quem era a figura misteriosa.

Ele tirou o capuz, revelando um rosto jovem, de alguém com não mais de dezesseis anos. Ele sorria maliciosamente, como se soubesse todos os segredos de Avary. Seus olhos azuis e seu sotaque entregaram sua origem rapidamente – afinal, Avary conhecia alguém que tinha o sotaque parecido, Kay Beringer, que estudou com ela no Colégio Andersen em 2009 e 2010. Sem dúvida, aquele cara era alemão.

– Podem me chamar de Observador. – Ele respondeu; havia algo errado. Avary podia sentir através de Bast.

– Ele não está mais emanando magia. – Bast falou, surgindo atrás do garoto.

Avary deu um salto contra ele, mirando um soco, mas seu punho atravessou seu rosto, como se ele fosse uma miragem. Ele, em algum momento, tinha feito um feitiço para fugir – Avary sabia que tinha sido; não teria escapado de outra forma – e fazer com que ela perseguisse uma ilusão.

– Temos que partir imediatamente. – A deusa falou. – Eu consigo chegar primeiro que ele no tal de Estados Unidos. Você sabe onde fica?

– Sim. – Avary falou. – Já fui para Washington algumas vezes com meu pai, ele é fissurado em política norte...

– Não temos tempo para conversar. Mentalize esse lugar. – Avary fechou os olhos. – Ótimo, isso mesmo. Não tenha medo, mas eu preciso que você me dê o controle totalmente de seu corpo, já que o que tenho em mente, requer um nível de precisão e controle que você não tem, e que não temos tempo. Prometo que, assim que atingirmos o lugar, você retornará ao controle, tudo bem?

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