O fogo não chegou até aquela parte da cidade, mas o calabouço veio abaixo com a força do impacto da magia meteórica do dragão. Ninguém se lembrou de procurar nos escombros. Erla levou cinco dias e meio para morrer. A morte dela se sentou sobre os escombros e puxou o dedinho de Erla, de onde saiu um fiozinho prateado, que a morte foi puxando e puxando com a paciência de um soprador de vidro.
Mas conforme a morte de Erla puxava o fiozinho da ponta do dedinho negro, outra coisa foi tomando o lugar que a vida de Erla liberou. Trevas vazaram para dentro do corpo da mulher enterrada em escombros. Quando a morte de Erla terminou de recolher o fio e fez dele um novelo, Erla se ergueu e os escombros rolaram para longe dela.
A morte de Erla estendeu a mão,convidando. Se Erla aceitasse aquela mão, sua morte tinha o poder de mandarembora as trevas. Mas Erla escolheu a Guerra.
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A Boca da Guerra
FantasyUma guerra de rotina. O rei da Franária morreu sem deixar herdeiros. Aconteceu o de sempre: três primos que se achavam no direito começaram a brigar pela coroa. Depois de quatrocentos anos (e, sim, todos eles tiveram descendentes), a guerra continua...