Cap. 133: A primeira noite de sono pacífico.

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Gu Hai colocou sua mão sobre o pescoço de Bai Luo Yin, sentindo a veia sob sua palma pulsando vigorosamente. Uma serenidade sem nome foi transmitida para seu coração fortalecendo-se ali.

Como um viciado em drogas que suportou exaustivamente a dor da abstinência por dias incontáveis e, finalmente, ser capaz de ter aquela onda da dependência dentro daquelas veias transportadoras de sangue, era puro êxtase. O efeito da droga rapidamente se dispersaria pelo seu corpo e até as fendas sob seus ossos ficariam exultantes.

Bai Luo Yin estreitou seus olhos, virou-se, olhando para Gu Hai de cima a baixo.

Ele ainda era a mesma pessoa, um pouco mais magro, com algumas pontas de barba seriamente teimosas circulando seu queixo. O contorno do perfil do rosto dele estava ainda mais distinto que o normal.

"Você deveria se barbear."

Os dedos brutos e não refinados de Gu Hai tocaram a parte inferior de seu próprio rosto; a existência daquelas pontas que espetavam agora óbvia até para ele mesmo. Parecia que um longo tempo havia passado desde a última vez que se barbeara. Há um longo tempo ele já esquecera o dia, e pior ainda, ele nem conseguia se lembrar da última vez que ele lavara seu rosto.

"Ter um pouco de barba dá uma impressão ainda mais viril." Gu Hai preguiçosamente consolou a si mesmo com essa desculpa sem vergonha.

Bai Luo Yin soltou um riso abafado por um segundo antes de não conseguir evitar e deixar a risada sair logo em seguida.

"Talvez em outras pessoas isso as faça parecer um pouco mais bonitas. Para você... esqueça isso. Você só parece velho."

Um ar de desgosto passou pelos olhos de Gu Hai, "Por que você sempre diz que eu pareço velho? Onde eu fiquei mais velho?"

"Em toda parte."

Os dentes de Gu Hai bateram grosseiramente uns nos outros enquanto ele os rangia firmemente. Ele ponderou e pensou em agonia em um defeito em particular que o corpo de Bai Luo Yin tivesse para que ele pudesse contra-atacar o garoto com ela. Porém, no fim, ele descobriu que cada parte, cada centímetro era visualmente atraente. Era realmente um colírio para seus olhos cada vez que sua vista caía sobre ele.

Havia absolutamente nenhum defeito... nem mesmo um, que ele pudesse apontar.

Bai Luo Yin saiu da cama, se virou para o banheiro e entrou. Em menos de um minuto, ele reapareceu com uma toalha pendurada em seu braço.

"Deite ali," Bai Luo Yin comandou apontando para o sofá de dois lugares perto da porta.

Gu Hai lentamente esticou seu corpo, "Para que?"

Bai Luo Yin balançou maliciosamente o barbeador em sua mão, para a esquerda e para a direita... esquerda e direita. Estava bem claro quais eram suas intenções.

Luzes foram refletidas nas pupilas dilatadas de Gu Hai, fazendo-os vacilar por um segundo. Era como se ele tivesse atingido algum tipo de epifania. Uma que fez um sorriso se emplastrar no rosto dele. E suas bochechas se salientarem assim como as pontas de barba em seu queixo.

Antes, foi Gu Hai quem lavou os pés de Bai Luo Yin, fez a barda de Bai Luo Yin... como podia ser que, agora, o próprio Gu Hai poderia aproveitar esse tipo de tratamento!

O próprio Bai Luo Yin voltando por vontade própria para o seu lado já fizera Gu Hai voltar-se para os céus, baixar seus joelhos e curvar-se enquanto batia sua cabeça quinhentas vezes contra o chão duro e frio. Se Bai Luo Yin fosse sequer um pouco bom com ele, isso já seria o suficiente para ele. 

No entanto, ser capaz de experimentar tamanha felicidade e mais do que seu coração tinha pedido, tinha implorado. Sem mencionar qualquer outra euforia divina. Quando Bai Luo Yin teve a visão da boca do jovem mestre Gu se estendendo de orelha a orelha, sorrindo largamente, ele sabia que esse cara desprezível provavelmente estava se entregando à sua própria fantasia delirante. 

Addicted Heroin I (Port/BR)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora