Sunboy {jikook}

By swagay

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A versão física de SUNBOY já está disponível em www.editoraeuphoria.com.br Jeon Jungkook não gosta muito do s... More

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By swagay


EXTRA DE SUNBOY, EM COMEMORAÇÃO AOS 5 ANOS DA FIC, E AO LANÇAMENTO DO LIVRO EM VERSÃO FISÍCA! VOTEM, COMENTEM E BOA LEITURA!


Leiam as notas finais <3



5 anos.

5 anos haviam se passado desde quando eu conheci Jimin e meu mundo deu um giro de 365 graus.

Você pode estar pensando: "nossa, isso é tempo pra caramba", mas pouca coisa mudou desde então. Mas vou resumir algumas mudanças que possam te interessar.

Jimin entrou na faculdade.

Eu comecei a competir em campeonatos de karatê.

Jin e Namjoon adotaram uma criança.

Acho que só.

Ah, não, tem mais. Yoongi virou pastor.

Há um tempo atrás eu soube que algumas pessoas apostaram que eu e Jimin não íamos durar 6 meses, mas nós continuamos firmes e fortes, como nunca antes, e praticamente não tem como melhorar.

— Jungkook! — Jimin me chamou, alto, irritado. — Você esqueceu de pagar a internet?

De novo?

— Eu tenho quase certeza que paguei — respondi, terminando de estender meu kimono.

Depois que minhas turmas infantis continuaram a falhar miseravelmente nos campeonatos, o Sr. Jihyun me convidou a me retirar da academia. Eu não entendi muito bem o que ele queria dizer, até Jimin me explicar que eu havia sido demitido.

Uns dias depois ele me ligou e me perguntou se eu gostaria de competir em alguns eventos locais, já que eu ainda era jovem e estava em forma. Sinceramente, ele devia ter me dito que eu estava em forma, mas em forma de idoso.

Meu primeiro combate foi contra um senhor de pelo menos, tipo, chutando baixo, uns 98 anos de idade. Naquele dia, ao perder para o avô do meu pai, provavelmente, eu percebi que treinar crianças de 8 anos por tanto tempo não me ajudou em nada. Mas naquele dia também, ao sentir o pé daquele senhor, que já estava aos farelos, vir de encontro a minha cara, eu percebi que eu gostava de competir, e talvez eu devesse mesmo tentar voltar aos campeonatos, algo que eu não fazia desde os 16 anos de idade.

Após um tempo de treino, eu já estava melhor, e podia derrubar pelo menos uma grávida em trabalho de parto. E também havia vencido os últimos dois eventos dos quais participei, em breve teria um novo combate, com alguém da minha idade e peso dessa vez. Eu precisava ir bem.

— Jungkook! — Jimin tornou a me chamar. — Eu preciso enviar meu trabalho para o grupo.

Park Jimin tinha começado uma faculdade após regularizar os estudos, estava cursando relações humanas, e era muito dedicado, mesmo, quase obcecado. Também ficava falando que já tinha 30 anos e não tinha nenhuma carreira a seguir, que a qualquer momento poderia acabar no olho da rua. Eu disse que ele não precisava se preocupar, porque eu o bancaria. É claro que eu também não tenho nenhuma carreira, mas quem precisa de dinheiro quando se tem amor?

— Hoje é domingo, meu bem — disse a ele. — Como eu vou pagar a internet?

— Mas eu preciso entregar isso hoje, pois o Jaehyun vai fechar o arquivo e imprimir para a primeira aula amanhã — Jimin me disse.

Pensei em dizer que ele devia ter terminado aquilo antes, se não quisesse ter problemas com atraso, mas algo em mim disse que Jimin ia arrancar no mínimo três de meus membros. Os vitais, no caso.

Quando eu digo que Jimin se dedicava muito à faculdade, eu digo que ele até andava esquecendo de retocar a raíz do cabelo de loiro. E ele geralmente adiantava muito os trabalhos da faculdade, mas essa tarefa fora passada de última hora, aparentemente.

— O que quer que eu faça, Jimin? — perguntei, honestamente confuso.

— Nada, né! — soltou, visivelmente puto. — Tenta pagar o quanto antes, o dinheiro tá na sua conta. Eu vou procurar uma lan house.

Vendo ele se afastar, eu suspirei, e quando ele já estava na porta, o seu celular tocou e ele logo atendeu. — Oh, Jaehyun...

Sempre esse Jaehyun.

— Sim, vou entregar... não, é que meu namorado não pagou a internet. — ouvi ele explicar. — Não, ele não gastou o dinheiro. — e deu uma risadinha. — Ok, se um dia eu precisar, eu peço pra você. — e mais uma pausa. — Ah, parece uma boa! Sim, me lembro do seu endereço... ah, legal, então, vai ser mais fácil se eu for aí. Certo, até mais, Jae.

Respira fundo, Jeon Jungkook.

O acompanhando com o olhar, o vi andar até o quarto e passar perfume e depois voltar para a porta. Fingindo limpar a garganta, o fiz me olhar. — Onde você vai?

— Virou GPS, Jungkook? — questionou, calçando os tênis.

— ÓH! — apontei. — Depois que você sumir e eu não fizer ideia de onde te procurar, não vem reclamar!

— Aham, é com isso que está preocupado — disse, já abrindo a porta. — Vou na casa do Jaehyun.

— Por quê? — perguntei, incomodado.

Ele me deu aquele olhar, aquele, que soava como facadas em minha direção, e disse: — Lá tem internet.

E saiu. Batendo a porta, ainda!

E eu fiquei, encarando a parede, completamente sozinho. Ele passava a semana inteira na faculdade ou biblioteca, e agora, nem no domingo, nós podíamos ficar juntos.

Irritado, eu afastei os sofás, começando a treinar sozinho. No início, Jimin me ajudava, mas depois a carga horária do curso ficou mais pesada e ele não teve mais tempo. Mas tá tudo bem, sabe? Eu não sou mais carente. Aquele Jungkook que passava meses chorando pelo Jimin, simplesmente, morreu.

Sabe por que? Porque Kim Namjoon mandou eu me amar.

No final daquela noite, quando eu ouvi a porta da frente abrir, eu me levantei quase de imediato da cama, indo receber Jimin, analisando qualquer tipo de evidência visual de que algo poderia estar errado, mas não, como ele saiu, ele também voltou, e deixando uma sacola na mesa, ele me olhou. — Aish, por que levantou? Tá frio, garoto.

— Vim só ver se não era um ladrão — disse, indo também especular o que havia na sacola.

— Parece cachorro quando o dono chega — resmungou, tomando a sacola da minha mão. — Jaehyun me comprou um band-aid porque cortei meu dedo enquanto fazíamos ramen.

Enquanto faziam ramen?

Escuta, eu nunca tive nenhum problema com nenhum amigo universitário de Jimin, mas esse Jaehyun, ah... não podia ser coisa só da minha cabeça. Ela nem funciona assim tão bem, então eu raramente percebo alguma coisa, MAS ESSE CARA!

— Tem ramen em casa — respondi. — Você não precisa ir na casa dos outros pra fazer ramen, sabia? Aliás, você tem casa, sabia? A casa é pra gente ficar dentro, não fora.

Ele me ignorou, caminhando para o banheiro. — Vou tomar um banho. Arruma a cama pra gente, por favor.

Eu colei na porta do banheiro. — Banho pra quê? Você se sujou na casa do seu amigo? Mas vocês não foram só estudar... por acaso você suou?

— Por Deus, Jungkook!! — ele soltou. — Põe um microfone em mim da próxima vez, e fica escutando tudo num walkie talkie... ou melhor, enfia uma câmera no meu rabo, estaciona uma van na frente da casa dele da próxima vez. Só não me enche o saco.

Girei meus olhos, porque tinha a impressão de que Jimin sempre fazia isso, desviava do assunto me tirando pra lunático. Respirei fundo e observei entrar no banho, sem falar mais nada, antes de me retirar, indo arrumar a cama.

Pra falar a verdade, algumas coisas andavam esquisitas. Mas o Jin me disse que era normal.

Sei lá, talvez o fato de estarmos fazendo coisas completamente diferentes dificultasse a comunicação, e por estarmos a maior parte do tempo longe um do outro, a gente talvez deixasse a imaginação fluir demais.

Mas Jimin não imaginava nada estranho sobre mim, aliás, parecia mais seguro do que nunca. Já eu, eu não. Eu sabia que ele não estava fazendo nada de errado, mas só de pensar que agora ele estava rodeado de caras bonitos e inteligentes, a insegurança entrava igual um pinto na minha bunda. Só não era gostoso.

E se ele achasse alguém mais legal que eu? Não seria difícil.

Quando ele entrou no quarto, eu ainda estava de pé, arrumando algumas coisas no armário. Jimin veio em minha direção, apanhando algumas peças de roupa, se vestindo em seguida. — Jungkook...

— Hm? — soltei, muito baixinho.

— Eu não gosto de quando insinua coisas — me disse, e eu soltei o ar preso em meu peito. — Faz eu me sentir nojento.

— Eu não insinuei nada — respondi. — Estava só irritado.

— Cuida do que fala, então — pediu, virando um pouco a cara. — Não tô aqui pra pagar de idiota.

— Pelo amor de Deus — eu ri, me estressando. — Vai ficar com esses papos? Era melhor ter ficado na casa do seu amigo.

Ele se deitou, ajeitando os travesseiros debaixo da cabeça. — Você não vai me fazer sentir mal por ter um amigo, Jungkook, não adianta. Ao contrário de você, eu sei separar muito bem.

— Ah, por favor — respondi. — Você tem uma porrada de amigos... nenhum deles fica no seu pé igual esse Jaehyun.

— Olha onde essa sua cabecinha vai, Jungkook — ele disse, debochando. — Me dá um tempo, cara, faz isso por mim. Tenho que acordar cedo amanhã.

— Quem estava na casa de fulano até uma hora dessas era você — eu disse, apagando a luz e me deitando ao lado dele.

— Estava mesmo, e pelo menos não estava me estressando igual agora — Jimin me disse, virando para um canto.

— Se muda pra lá, vai — disse, puxando o cobertor para mim.

— Eu posso me mudar sem problemas — respondeu. — Só que você vai ter que lembrar de pagar a internet pra me ligar implorando pra eu voltar.

Eu ri, eu genuinamente ri, e quando ouvi, ele também estava rindo. Que cachorro.

Sorrindo contra o travesseiro, eu fiquei assim um tempo, deixando o silêncio tomar conta do quarto por um tempo, antes de me virar, colando no corpo dele, sussurrei: — Você não iria suportar me ver com outra pessoa, Jimin.

Ele puxou minha mão, a pressionando contra sua barriga, a esquentando. — Que outra pessoa, Jungkook? Quem iria te suportar?

Verdade, pensei. Todo mundo me acha meloso demais.

Uns dias antes do início do meu torneio, eu e Jimin estávamos jantando, enquanto ele digitava no computador, quando SeokJin me ligou, e eu atendi, porque há uns dias eu não falava com ele.

— Pronto — disse ao atender.

— Parece um velho — Jimin comentou baixinho, com os olhos colados no computador.

— Jungkook! — Jin soltou do outro lado, e automaticamente eu soube que havia algo de errado. — Jungkook, meu melhor amigo de toda uma vida...

Algo definitivamente estava errado.

Em resposta, tentando imitar seu tom, eu disse: — ... Jin...?! Meu... meu amigo... yeee...!

— Liguei mais cedo para o Jimin, mas ele não me atendeu — me contou.

— Ah, ele só atende as ligações do amante que ele conheceu na faculdade — respondi, e tudo o que senti, foi a cotovelada que Jimin me deu, me mostrando o dedo do meio em seguida, sibilando um: "vou te comer na porrada, moleque". — Mas o que queria falar, Jin?

— Ah... nada... você é meu amigo, né, é normal que eu ligue. Tipo, a gente é brother, né? Há anos, assim, coisa de muito tempo. Eu sinto que eu posso contar com você pra qualquer coisa. — me disse, e no fundo eu pude ouvir Namjoon dizendo: "diz que sem ele, você é Claudinho sem Buchecha". — Hm, enfim! Somos melhores amigos, Jungkook... uma amizade assim é rara. É preciosa, é genuína e precisa ser cuidada... tipo, tipo uma criança.

Eu não sabia onde ele queria chegar, mas sabia que ele queria muito chegar. Já eu, queria fazer o caminho contrário e pegar o primeiro trem para bem longe.

— Jin... — pedi, incerto se queria saber. — O que foi?

O ouvi respirar antes de falar: — Eu e Namjoon vamos viajar. Da-Bivaiterqueficarcomvocês.

Meu celular caiu de minha mão, e tudo que eu ouvi foi ele dizer: — Te ligo mais tarde para combinarmos tudo. Você é um grande amigo, Jungkook, grande, enorme, bem maior que o seu pau.

E desligou.

Jimin, apanhando meu celular na mesa, não entendeu nada e me olhou, confuso. — O que foi, Jeon?

Eu o olhei, sem saber como contar. Mas quanto mais eu demorava a dizer, mais desencorajado eu ficava. Jimin tornou a me perguntar, e me restou falar: — Da-Bi vai ficar com... a gente.

Seus olhinhos arregalaram, e a cor de suas bochechas sumiu. — Não podemos, Jungkook!

Como eu devia dizer que Jin não parecia estar nos dando muitas opções?

Ele tentou me fazer segurar o celular. — Ligue e diga que não podemos... vamos, Jungkook! Não podemos cuidar de uma criança!

Juntando forças, eu liguei de volta para Jin, e depois de alguns toques, quem atendeu foi Namjoon. — Jungkook! Por favor, cara... por favor...

— Joon, eu... — tentei dizer. — Eu... a gente não sabe...

— Claro que sabem! — ele disse.

Jimin então tomou o celular de minha mão. — Escuta aqui, Kim Namjoon, a prole é sua!

Isso não vai terminar bem.

— AH, MAS NA HORA VOCÊ INCENTIVOU A GENTE, NÉ? "VAI, ADOTA, VOCÊS VÃO SER ÓTIMOS PAIS" — ouvi Namjoon responder.

— EU ESTAVA ERRADO! — Jimin lhe disse. — As pessoas erram, tá? Foi um erro! VOCÊS SÃO UNS PAIS BEM PÉ DE CHINELO!

— Mas na hora você bem que gostou, e agora não quer ajudar a cuidar! — Namjoon respondeu.

— O pai é você! — ele disse. — Nem temos espaço pra uma criança aqui!

— É uma criança de menos de um metro de altura — Namjoon rebateu. — Se cabe você, cabe ela também!

Ficando vermelho, Jimin me passou o celular. — Resolve isso, os amigos são seus.

Voltando para a ligação, eu ouvi Namjoon passar o telefone para Jin, que me disse logo: — São uns dias, por favor... a gente anda esgotado, por causa do trabalho.

— PEDE PRA ELE CUIDAR, ELE NEM TRABALHA — Namjoon gritou no fundo.

— Hm, eu sei que você pode nos ajudar, Jungkook... por favor. — Jin pediu de novo, usando sua voz chorosa.

Ah, por que tudo que pinta, pinta de novo no meu rabo?

— Ah... — eu tentei responder, enquanto Jimin me encarava, esperando eu negar. — É... eu acho que eu posso ficar com ela uns dias...

— YEEE!! — eu ouvi Jin soltar do outro lado, enquanto Jimin soltava o ar, se virando e apanhando o notebook, indo para o quarto.

— Quem vai cuidar é você, Jungkook — ele me avisou, antes de se enfiar no quarto.

— Eu vou te pagar, tá, Jungkook — Seokjin me disse.

Até que seria bom, mas eu paguei de simples e humilde: — Não precisa.

Por favor, insista e dobre a proposta.

— Ah, tudo bem, então — ele respondeu. — Vamos combinar tudo por mensagem, ok?

Eu sou otário mesmo. — Ok...

Entrando no quarto, Jimin tinha os braços cruzados, encarando uma pilha de roupas. — Como nós vamos cuidar de uma criança?

Eu pisquei algumas vezes, sem resposta. — Somos amigos legais.

— Então a gente vai cuidar da menina enquanto eles transam? — questionou, cerrando os punhos.

— E daí? — questionei. — Isso não vai impedir a gente de transar também. A gente não transa mesmo.

E assim que aquelas palavras saíram de minha boca, eu soube que elas não deviam ter saído.

— Sabe que eu odeio quando você fala assim — ele me disse, se virando e começando a separar as roupas. — Fica parecendo esses caras héteros.

— Gays não são automaticamente pessoas bacanas — o lembrei.

— Mas você é, então para de falar assim — pediu.

Jimin era mais divertido antes. E eu odeio ter esses pensamentos, porque eu queria que fosse apenas paranoia minha. E se eu estiver sendo um idiota?

— Essa faculdade te mudou — soltei, sem mais conseguir segurar minha frustração.

Ele se virou devagar, deixando uma peça de roupa cair. — Do que tá falando?

Me encostando na porta do nosso armário, eu dei de ombros, sentindo uma raiva crescer em mim. — Você não era assim antes de começar a estudar.

Ele riu, daquele jeito, estupefato. — Não começa, Jungkook, você vai acabar ouvindo o que não quer.

Isso me deixou tão puto. E eu não fico assim com facilidade.

— Fala, fala o que você pensa — pedi, cruzando os braços. — Eu posso ser um idiota mas acho que ainda falamos o mesmo idioma. Vai, me fala o que você tá pensando... tô com saudade de te ouvir falar comigo, sabia? Você quase não faz mais isso.

Ele não respondeu de imediato, ficou um bom tempo apenas me olhando, e eu não posso te dizer o que ele estava pensando, mas aquele era o olhar que você dá para um estranho. Mas eu achei que nós nos conhecêssemos muito bem.

— Sabe qual seu problema, Jungkook? — me perguntou, finalmente. — Você criou uma imagem de mim, baseado no que você sonhava e nas impressões que você teve. Mas eu não sou apenas o cara dos seus sonhos. Eu vivo pra mim também. Se você não pode aceitar isso, então temos uma situação aqui...

Ele tinha razão. Eu ouvi o que eu não queria.

Eu apenas assenti, o olhando enquanto segurava as lágrimas que queriam escapar dos meus olhos. Infelizmente eu sou péssimo em esconder minhas emoções, então eu tive que me virar e ir para o banheiro.

E encarando a pia enquanto minha visão se perdia nas poças de água, eu chorei igual bebê. Eu poderia ter ouvido aquilo de qualquer um, mas não dele, porque vindo dele, eu era obrigado a encarar esse pensamento. E não era assim, não era... eu não criei fantasia alguma.

Jimin era exatamente o que ele era e se era tão bom quanto um sonho, então não era só a forma como eu o via, mas a forma como ele era de fato.

Eu não precisei inventar nada.

Gostaria que as pessoas soubessem, que não era coisa da minha cabeça, não, eu via o que eu via e sentia coisas de verdade.

Ele não se via assim? Por isso mudou? Ou mudou porque se via assim e não gostava? Ah, eu gostava tanto de quando ela era assim...

Fungando, eu me olhei no espelho, e pensei comigo: odeio dramas disfarçados de comédia.

E naquela noite eu não dormi com ele, não porque estava bravo, mas porque estava triste, e raiva passa, mas isso... dura mais.

De manhã, mesmo que estivéssemos tomando café juntos, a única coisa que eu ouvia era o noticiário, a moça do tempo mostrando o clima na praia, e a quantidade de carros que desciam rumo ao litoral no feriado. Nós viajamos ano passado, mas esse ano Jimin tinha muitos trabalhos para fazer.

Quando o interfone tocou, eu levei um susto, confesso que estava perdido nas lembranças não tão distantes. Quando atendi, levei outro susto, porque era Jin, e eu confesso que esqueci que ele viria.

Que Da-bi viria.

Meu Deus, é verdade. É verdade!

— Jungkook? — ele chamou mais uma vez. — Jungkook! Amigão, qual é... responde... deixa a gente subir vai.

Ah, céus... que vontade de dizer que nem os conheço...

Suspirando, eu fechei os olhos e apertei o botão para liberar o portão. — Oi, Jin... sobe aí.

E agradecendo, ele desligou. Me virando, peguei Jimin me olhando. — Já são eles? Eu nem terminei de tomar café... o inferno já começa agora?

— Não fala assim, é uma criança — ralhei. — Eu pensei que você gostasse de crianças.

— Eu gosto — disse ele, desviando o olhar. — Gosto das crianças do Brasil, que estão bem longe de mim.

Não sei se entendi, mas parecia coisa ruim.

— Jimin, ela é uma criança de 3 anos de idade, não é tão difícil quanto um bebê, ela já é bem independente tá — tentei dizer. — E já está quase do seu tamanho...

— Vai, fala, fala da minha altura de novo — resmungou. — Se cuida, Jungkook, você é grande mas não é dois e eu sou pequeno mas não sou metade. VIGIA, VIU!

Quando ouvi as batidas na porta, me perguntei como eles poderiam ter subido tão rápido assim. Tudo isso era saudade de mim? Que amor.

Abrindo a porta, Namjoon suspirou, jogando uma mochila da Miraculous sobre mim, passou para dentro, se apoiando no primeiro móvel que viu na frente. — Tá na hora de se mudar para um apartamento com elevador, não acha? Tá vivendo em 1950 ainda?

— Veio só esculachar? Pode voltar! — Jimin reclamou com ele.

— Escuta, por mim você nem estaria namorando meu amigo, tá — Namjoon me puxou, passando o braço por meus ombros. — Ele é um homem de ouro tá, e é meu parceiro.

Eu o olhei, confuso. — Namjoon, você nunca me disse coisas assim, que lindo...

— Ele só tá dizendo isso porque você vai cuidar da filhinha deles, Jungkook — Jimin se levantou da mesa, me puxando para longe dele. — Sai, seu interesseiro!

— Eu conheci ele pri... — e Kim ia continuar falando, mas Jin o interrompeu, finalmente chegando, arrastando Da-bi pelo carpete.

— É aqui, Da-bieee — Jin a puxava, e chorava tanto quanto ela, mas ela provavelmente só estava fazendo birra, enquanto Jin provavelmente estava chorando de verdade.

— Papa — ela abriu o bocão, chorando e exibindo seus dentes de leite. — IU QUERIO I JUTO!

Eu me virei para captar a reação de Jimin, mas ele já estava apanhando todos os enfeites da estante, enfiando em uma fronha.

— O que ela disse? — perguntei.

— Ela disse que vai destruir tudo — Jimin passou por mim dizendo. — E eu vou destruir os pais dela.

Deixando a menina no chão, Jin se encostou na porta. — Obrigada, Jungkook, de verdade... eu não sei o que faria sem você.

Eu dei de ombros, sorrindo amarelo. — Ah... isso não é nada...

Eu quero chorar também.

Pegando Da-bi no colo, Jin a entregou para mim. — É bom que ela durma antes das dez, sério, não deixem passar da meia noite. Ela não come açúcar, escondam tudo de doce que vocês tiverem. Se as coisas ficarem feias, coloquem Pocoyo na TV. Se ela foi malvada, digam que o JYP vai vir pegar ela. E nós estamos tentando tirar a chupeta dela, então só deem se ela chorar muito.

Eu juro, depois de ouvir tudo aquilo, eu acho que o espaço restante da minha memória encheu.

— O que mais? — Jimin quis saber, parado no caminho, com seus vasos de plantas nos braços. — Tem que esperar a lua cheia pra dar banho nela? Ela só come carne crua? Devo comprar arruda?

— Isso é muito sério — SeokJin nos disse, quase chorando de novo. — É só um esforcinho.

— Sejam os titios legais que eu sei que vocês são — Namjoon pediu. — Que a força esteja com vocês.

— Titios legais? — murmurei, enquanto já sentia meu ombro babado pela saliva de Da-bi.

— Vejam isso como um treinamento — Jin sugeriu.

— Treinamento pra que? — perguntei.

— Pra guerra — Jimin respondeu.

— Pra quando vocês forem ter o filho de vocês — SeokJin abriu um sorriso robótico. — Tipo, um treinamento para ver se vocês sobreviveriam. — e mesmo sorrindo, uma lágrima escapou de um dos olhos dele. — Eu até me emociono com a paternidade, sabe... Namjoon, vamos logo.

— Pelo amor de Deus, eu achei que nunca diria isso — o mais alto respondeu, sendo o primeiro a pular para fora da minha casa, puxando Jin em seguida. — Nós vamos ligar... não atenda.

E assim, eles desapareceram como as minhas últimas esperanças.

Jimin fechou a porta lentamente, e eu coloquei Da-bi no chão. Não tinha mais volta.

— Papa — ela chamou. — Fo ibora?

Eu fiquei a olhando por um tempo, encarando seus olhos pretos e grandões. Eu não entendi uma palavra do que ela disse.

— Sim — foi Jimin quem respondeu. — Os papais saíram. Espero que o destino seja o raio que o parta.

Eu peguei a mãozinha dela e a guiei até o sofá. — Os papais vem te buscar depois de amanhã.

— Debois manha? — ela perguntou, quer dizer, eu acho que foi uma pergunta.

— É... — assenti, mesmo sem entender. — Hm... diz pro titio, o que você gosta de fazer?

Ela me olhou e riu, e eu não sabia se ela havia me entendido.

— Não sei se ela sabe o que ela gosta, Jungkook — Jimin chegou por trás, a olhando como se ela fosse um filhote de espécie não identificada. — Vê se tem algum brinquedo na mochila dela.

Assentindo, eu apanhei a mochila, e assim que abri, a chupeta dela caiu e saiu rolando pelo tapete. Eu vi então a ferocidade no olhar daquela menininha, e toda sua técnica ao soltar o ursinho que ela segurava, e pular para fora do sofá, pulando por cima do meu par de tênis, correndo em direção a chupeta que ainda não havia parado de rolar.

— JIMIN, A CHUPETA — eu gritei, longe demais para que eu mesmo tentasse apanhar o objeto mortal. — ELA NÃO PODE PEGAR!

E eu vi o olhar desesperado de Jimin ao notar o que estava acontecendo, e aquela altura, ele só teve tempo para uma reação possível, se jogando no chão, impedindo que Da-bi passasse, ele arrancou um grito de raiva da fera enfurecida, mas esticando seus braços, ele conseguiu finalmente recuperar a chupeta, e se levantando em um pulo, com o objeto místico nas mãos, ele encarou a fera, esbravejando: — NÃO PODE!

Explosões, flashes, o céu fechou e trovões foram ouvidos. A pior de todas as coisas aconteceu, a temível Da-bi começou a chorar. E era ensurdecedor.

— POR QUANTO TEMPO VAMOS AGUENTAR? — perguntei, levando as mãos aos ouvidos, tentando abafar o som.

Quando ela parou, Jimin já estava trancado no banheiro, e quando se sentiu seguro, ele saiu, e seus cabelos estavam em pé. Foram só alguns minutos.

— É por isso que eu não me dou bem com nenhum tipo de Kim — soltou, esfregando o rosto. — Não deixe ela chorar, eu vou estudar.

Eu o observei sumir no quarto, antes de encarar Da-bi, que estava sentada comendo um pêssego, com toda a tranquilidade do mundo, e suspirei, me sentando ao seu lado, parando para assistir o desenho na TV com ela. E desabafei: — Ele não me ama mais, Da-bi.

— Hm? — ela me olhou, apanhando mais um pedaço da fruta.

E eu a olhei também. — É exatamente o que você ouviu. Escute, nunca se apaixone, tá.

— Papaixona? — ela perguntou, e eu assenti.

— Isso, papaixona — suspirei. — É um sofrimento sem fim. No começo é tudo mil maravilhas... mas depois. Sabe, eu iniciei uma operação para salvar ele das mãos de uma bruxa malvada. Mas parece que agora ele me odeia.

— Buija? — ela me perguntou, e eu não compreendi, mas assenti. — Feio, feio...

Ela está certa. É exatamente isso, sabe.

— Da-bi, eu acho que você é a única que me entende — e apaguei sua cabecinha, deixando seu cabelo todo bagunçado e seu rosto com uma careta.

No fim, cuidar de Da-bi não era ruim, não era o pesadelo que eu pensei que seria. Ela virava os olhos para mim e me olhava como se eu fosse um idiota, mas ficou quieta, apenas assistindo TV, rabiscando um caderninho que pegara na própria bolsa, chacoalhando a própria mamadeira de leite. De repente, era como se tivesse mais um Jimin na casa.

A noite, quando lhe dei um banho de gato, com medo de machucá-la, eu dividi um macarrão com ela e a peguei no colo, me preparando para encarar o Jimin no quarto, entretanto, para minha surpresa, quando entrei, já tinha o colchão estendido no chão, arrumado com lençol, travesseiro e cobertor, para Da-bi dormir.

— O que você deu pra ela comer? Ela não ficou com fome não? — ele me perguntou, fechando o notebook, enrolando o carregador e guardando.

— Está com fome ainda, Da-bi? — perguntei, a colocando no colchão.

— Mome não... peta... peta, Da-bi domi... — ela disse, e esticou as mãos, chamando alguma coisa.

— Por Deus... o que? — perguntei.

— Ela disse que não tá com fome, mas quer a chupeta pra dormir — Jimin disse, apanhando uma toalha e roupas. — Fala pra ela que depois você dá.

Eu o olhei. — Como você sabe?

Ele deu de ombros. — Só enrola ela até dormir.

Comecei a enrolar o cobertor ao redor dela então, que ralhou, e Jimin soltou, suspirando: — Não foi isso que eu disse, Jungkook.

— Não? — questionei, soltando a bebê.

— É pra você distrair ela, Jungkook — explicou.

— Ah — entendi então. — Eu não sei, nunca cuidei de criança.

Ele riu, baixinho. — Mas você até que cuida bem de si mesmo.

— Ahn?

— Nada — me disse. — Conta uma história, brinca com o cabelo dela, sei lá... Já ela dorme, o olho dela tá pesado.

Assentindo, eu mirei Da-bi. Como Jimin podia saber que os olhos dela estavam pesados? Eu não via nada de diferente, mas em seguida Da-bi bocejou.

Contar uma história?

Pensando sobre aquilo, eu cruzei minhas pernas, sentado ao lado dela, que me olhava com o ursinho nas mãos. — Você gosta de histórias?

Ela sorriu, as bochechas ficando rosas. — PRINCESA!

Foi uma das primeiras palavras que eu a ouvi pronunciar corretamente.

Assumi então que ela gostava de histórias de princesas, mas não sabia qual contar, e nem como contar. Provavelmente iria esquecer muitas partes e trocar outras. Histórias de princesas são sempre meio parecidas pra mim, honestamente, tipo a da Bela Adormecida, que fura o dedo nos espinhos de uma rosa guardada num vidro, e a Bela e a Fera, que dorme e é acordada pela Fera, que em seguida se torna humano de novo. Espera... quem é acordada por um príncipe é a Branca de Neve, não?

Suspirando, frustrado, eu a olhei e comecei a murmurar: "dorme, dorme, dorme" porque eu acredito muito na lei da atração, sabe.

Mas ela continuou bem acordada.

Voltando ao plano da história, eu respirei fundo, começando: — Era uma vez... uma princesa... que amava muito seu noivo, um princípe lindíssimo... até que, um dia, o rei descobriu que esse príncipe era uma farsa, e que ele sequer amava a princesa, sabe... — disse, vendo os olhos dela saltarem por um instante. — A princesa, desolada, não sei se você vai entender essa palavra... — comentei, interrompendo minha narrativa. — Triste. A princesa, muito triste, saiu do palácio, e foi beber no vilarejo... não beba, tá... faz mal. Enfim, no dia seguinte, sem lembrar de muita coisa, ela esbarrou com um rapaz lindo no palácio, e ele era um lorde, de família muito nobre, que viera visitar as terras... e... e ao colocar os olhos nele, a princesa soube que já o tinha visto alguma vez, e flashes vieram a sua mente, lapsos de memória...

— Lapis? — ela me perguntou.

— Lapsos — repeti. — Tá, você provavelmente não conhece essa também... hm... enfim, ela teve lembranças daquele rosto. Ela se lembrou então que o viu na noite anterior, no vilarejo, que bebeu com ele... não beba, ok? Hm, e aquelas memórias fizeram sentido, sabe? Tudo meio que fez sentido. O sorriso, o olhar, a voz... o toque. Era como estar embriagado, entende? — e esperei que ela me respondesse, mas ela apenas sorriu, os olhos se fechando. — A princesa se apaixonou pelo lorde nos dias em que ele esteve ali, e o lorde também se apaixonou por ela... eles se gostavam muito e sentiam que era para sempre. Um dia, o lorde e a princesa estavam andando em direção ao rei e à rainha, eles iam pedir permissão para casar. Mas, infelizmente, no meio do caminho, os guardas passaram com o antigo amor da princesa, o falso príncipe, e quando ela o viu, ela chorou, porque ainda estava muito magoada... e diante daquela cena, o lorde do sorriso bonito pensou que ela ainda amasse o falso príncipe. Confuso e chateado, ele fugiu, porque não queria mais ver a princesa, e correu tão longe, que não viu quando pegou o caminho errado na floresta... e você não acredita, Da-bi... ele foi raptado por uma bruxa má. Uma bruxa impiedosa. Ela pôs os olhos nele e o quis para si. Foi horrível. Ela o prendeu em sua casa e não soltou mais. Desesperada para encontrar o príncipe perdido, a princesa pediu ajuda do mais bravo cavaleiro do palácio, que investigou as pistas deixadas e descobriu onde o lorde estava. Descobriu também que em pouco tempo, ela obrigaria o lorde a casar com ela na floresta, e então roubaria dele toda sua juventude. O cavaleiro montou um plano, e em pouco tempo, ele e a princesa adentraram a floresta, chegando a tempo de impedir o casamento, eles lutaram bravamente contra os poderes sombrios da bruxa, conseguindo enfim resgatar o lorde, e derrotar a bruxa. Todos voltaram para o palácio, são e salvos... digo, a princesa estava um pouco machucada, mas logo se recuperou. O rei e a rainha permitiram o casamento dos dois, e em pouco tempo a princesa e o lorde se casaram... e foram felizes... — parei de contar, notando que ela dormia, murmurei: — Para sempre.

Ajeitando sua franja, eu me levantei e a deixei dormir. Quando me virei, Jimin estava na porta do quarto, com seu cabelo úmido e desbotado, me olhando. — Ela dormiu. — apontei. — Contei uma historinha.

Jimin sorriu, daquele jeitinho, tão bonito, sincero. — Vamos assistir um filme... é final de semana.

— Você não está cansado? — perguntei, estranhando.

Ele negou com um gesto, e estendeu a mão. — Vamos... 


CONTINUA





//Como dito lá em cima, Sunboy recém ganhou uma versão fisíca, adaptada pra original, assim como foi feito com Addict, que no ano passado (2020) também foi adaptado e muuuita gente colaborou com a gente. Ficaria muito feliz se vocês colaborassem com Sunboy também, pois o livro tá ficando incrivel e comprando dentro da pré venda, que termina dia 31/12 desse ano, 2021, você recebe vaaarios brindes, a maioria ilustrados por mim mesma. Além disso, o livro tem ilustrações internas, feitas por mim também, então é um novo jeito de ler Sunboy. E é um ano muito especial pra Sunboy, pois esse ano ela completou 5 anos. 


CINCO ANOS GENTEEEEEE AAAA PASSA MUITO RAPIDO MEU DEUS 

ENFIM, COMENTEM AQUI O QUE ACHARAM DO EXTRA, DA PRE VENDA DO LIVRO, DE TUDO

BEIJÃO ATÉ MAIS//


TT @ namjowl

IG: @ baobei.zi

SUNBOY EM PRÉ VENDA EM:

www.editoraeuphoria.com.br


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