Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das Fadas

Capítulo 38 - À um Passo do Oceano

[Eu esperei muito tempo para enfim começar essa parte da história. Esta cena está na minha mente desde o início deste livro. Não pensei que seriam necessários 37 capítulos antes, mas enfim cheguei na parte em que o livro começa a ter outro desenvolvimento no meu planejamento]

Emily

Eu jamais teria imaginado como esse dia terminaria. Nem nos meus sonhos mais estranhos ou nos meus momentos mais inspiradores eu conseguiria pensar em tudo o que aconteceu. Assim que o meu jantar com a Astrid terminou, a segui até o convés próximo a popa onde estavam os demais tripulantes à nossa espera. Havia um garoto com um saco na cabeça e com roupas que pareciam um terno todo rasgado e sujo.

A princípio eu não entendi o que estava acontecendo, mas logo a Capitã começou a esclarecer as coisas.

— Venha, Pan! Se aproxime!

Astrid estava com um olhar desafiador, de quem estava ansiosa para o que estava para ocorrer. Electra puxou o garoto com o saco que resmungava baixo, provavelmente estava com a boca amarrada. O menino tinha a pele clara, mas estava bastante maltratado. Tinha sinais de corte por toda parte de seu corpo e hematomas, eu não sabia como não o tinha visto antes no navio.

— Você o capturou na ilha? — perguntei sem temer sua atitude grosseira de sempre.

Mas para a minha surpresa ela foi completamente indiferente a minha pergunta, porém, ainda se deu o trabalho de responder:

— Não. Eu o trouxe, na verdade, antes mesmo de você vir para o navio. Nós temos uma espécie de prisão escondida aqui. São nada mais que gaiolas de ferro, não ocupam lá muito espaço.

Naquele momento eu não me chocava com mais nada com o que via naquele lugar.

— Aham. — Electra fez com a garganta para chamar a atenção de Astrid.

— Ah, sim, vamos prosseguir — disse a Blackwell. — Emily, eu prometi que assim que você voltasse de seu teste bem sucedida, você poderia ver o seu primo, certo?

— Sim. Não me esqueceria disso.

Tentei disfarçar meu nervosismo. Meu estômago começou a revirar com a pouca comida que eu tinha acabado de comer e esperei pelo que iria acontecer.

— Então. Ali está ele — disse Astrid apontando para a proa do navio onde uma figura escura vinha em nossa direção.

Me assustei a princípio, mas na medida que ele se aproximava fui reconhecendo sua silhueta, apesar das roupas escuras e pitorescas. Ele vestia um uniforme pirata completamente preto, uma espada prateada brilhava de seu cinto e um lenço vermelho estava amarrado em sua cabeça, como um típico pirata. Comecei a pensar se aquilo era mero teatro dele e da Astrid ou se algo tinha realmente acontecido para ele ter se transformado daquele jeito.