Capítulo 13 - A Canção do Mar

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Emily


— NÃAAAAAO!

Não, não, não, não...

Era a única palavra que eu conseguia formular. A única que dominava meus lábios e atormentava minha mente inquieta.

Não.

Não.

Não.

Entre soluços de desespero podiam-se me ouvir balbuciar. Lágrimas nem mesmo inundaram os meus olhos, pois já não tinha mais forças para chorar.

Eu não acredito em fadas...

Como eu tivera coragem de dizer aquilo?

— Emily! — uma voz me chamou ao longe com um eco que me deixou cada vez mais distante da realidade.

— Emily!

Eu não tinha coragem de abrir meus olhos. No momento que vi o que Astrid iria fazer, gritei e me joguei ao chão. Abracei minhas pernas diante do peito e fechei meus olhos em busca de uma fuga. Queria que nada daquilo estivesse acontecendo, queria não ter fugido aquela vez na Escócia por causa de um desentendimento bobo com meus pais. Queria jamais ter conhecido a verdade.

— Não, não, não, não...

— Levem-na para dentro!

— Emily! Deixe-me te ajudar. Venha! — disse alguém me puxando pelo braço.

— Napoleão? — Consegui dizer depois de tantos "nãos"

— Ele não... — Alguém dissera.

Mas eu não consegui ouvir o resto, estava emersa em tudo que fora forçada a fazer e continuava sem querer abrir meus olhos, pois o que eu veria poderia me perturbar ainda mais.

Fui levada para dentro da cabine de Astrid e lá me puseram deitada numa rede que se estendia próxima de onde eu tinha acabado de jantar. Passei algumas horas sozinha e peguei no sono, o vinho estava enfim fazendo efeito. Quando acordei, demorei alguns segundos para descobrir onde é que eu estava e me lembrar do que havia acontecido. O som da lâmina cortando algo ainda soava em meus pensamentos, os gritos, as palmas e até mesmo o meu nome.

Levantei-me e avistei Astrid dormindo sentada sobre o tapete felpudo e escorada na parede da cabine. Saí pisando de fininho tentando não fazer barulho ao subir pelos degraus que levavam para cima. Lá fora o ar estava quente e a lua em seu ponto alto. Estávamos navegando sobre o mar e algumas das lamparinas estavam desligadas deixando tudo com um ar sombrio e sonolento, principalmente com os roncos que se ouvia de todos os cantos.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora