Capítulo 15 - Constelação Perigosa

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Elena



Ar.

Água.

Ventania.

Tempestade.

Dois elementos, duas forças...

Que podem levar a destruição.

Eu estava em casa, pronta para sair com a minha mãe para um chá da tarde que ela tinha sido convidada por uma de suas amigas. O céu estava escurecendo e pequenos relâmpagos brilhavam com sua luz veloz espalhando-se pelo ar.

Comentei com a minha mãe que talvez fosse melhor esperarmos a chuva passar, mas ela disse que não choveria naquela hora, seria só a noite de acordo com a previsão. Ela não queria faltar o chá por nada, era uma de suas poucas oportunidades desde que se tornou mãe de visitar suas amigas e saber das fofocas do momento.

O ar tinha uma energia que prenunciava que algo estava para acontecer. Arrepiava-me só de imaginar o que nos aguardava naquele dia. "É só um chá Elena, nada demais pode dar errado", eu tentava me convencer. Fiquei esperando minha mãe na porta de casa, queria sair logo dali. Logo depois ela apareceu com uma cesta de biscoitos de chocolate que tinham acabado de sair do forno. Não resisti e peguei dois, enquanto minha mãe fingia que não tinha visto o que eu tinha feito.

Ficamos esperando por alguns minutos até meu pai trazer o carro. Entramos e nos despedimos dele. Minha mãe quem ia dirigindo, era um passeio só de mulheres. E eu até curtia estes passeios, mas não naquele dia.

Minha mãe deu partida e seguimos rumo à pequena chácara que sua amiga Elis vivia. Logo começou a chover no caminho. De início, era uma chuva leve, mas na medida em que afastávamos ainda mais do centro da cidade ela engrossava. Pegamos uma estrada de terra, e a chuva começou a forças várias poças e lama. Perguntei minha mãe se tínhamos como parar em algum lugar, contudo, ela disse que seria ainda mais perigoso, já que não havia nenhuma casa por perto.

Perto de uma ponte, o carro começou a deslizar e minha mãe estava perdendo o controle da direção. Havia uma correnteza na estrada que nos arrastava para a ponte. Fiquei sem saber o que fazer. Minha mãe falava para que eu ficasse calma, pois tudo ia dar certo.

Não deu.

O carro foi jogado no córrego cheio e ficamos presas enquanto o veículo afundava na água fria. O desespero de ver cada vez mais água na cabine do carro me deixava tonta. Mamãe tentou abrir a porta do carro, mas estava tudo travado. Procurei algo que pudesse quebrar os vidros, mas só tinha a cesta flutuando no banco detrás com os biscoitos a deriva.

Achei que nós iríamos morrer. Foi a minha primeira experiência traumática. Se não fosse a minha mãe nós não tínhamos conseguido. Ela pegou seu sapato de salto e o jogou contra o vidro até que este se quebrasse. Saímos com alguns ferimentos e um senhor que era dono daquela terra nos encontrou na beira do córrego horas depois, encharcadas e tremendo de frio. Ele nos convidou para tomar um chá quente em sua casa até que conseguisse entrar em contato com o meu pai ou uma ambulância.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now