Capítulo 32 - O Olho [ parte 2 ]

115 16 17
                                    

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.


— Como desceremos até lá? — perguntei tentando conter o meu desespero.

— Pulando? — indagou Henrique apreensivo.

— Claro que não. Temos que encontrar uma outra entrada — disse Beatrice.

— Não acho que tenha outra entrada. Ficamos quase a manhã toda aqui procurando por esse tal olho — falei.

— Então o que você sugere, garota? — questionou Beatrice nervosa.

Mas eu não sabia o que responder. Não sou uma pessoa experiente em caçada pirata ou em praticar esportes radicais em serras ou esse tipo de ruína.

— Tem alguém ai? — choramingou Jasper. — Acho que não estou sentindo a minha perna.

Ai pelas deusas dessa terra! O que isso queria dizer?

— Eu vou pular!

— Nem pensar, Henrique! Não vai ser outro a se machucar. — O repreendi.

Ficamos por alguns minutos calados e pensando no que poderíamos fazer. Não só Jasper estava com problemas como a pista provavelmente estava lá dentro. Resolvi me sentar no chão arenoso e respirar fundo. Estava começando a sentir um pouco de ansiedade e isso me deixava com falta de ar, tudo o que eu não queria era desmaiar ali.

— Está tudo bem, Elena? — perguntou Henrique ao se aproximar.

— Na verdade nada tem estado bem a tempo, não?

— Você entendeu o que eu quis dizer.

— Só estou tentando respirar fundo aqui. Acho que teremos que pular, não vejo outra saída.

— Beatrice, acho que tive uma ideia — disse Henrique.

— Então diga, rapaz!

— Podemos amarrar uma corda e descermos de um por um. Talvez alguém tenha que ficar aqui em cima para ajudar a gente a sair depois. Não sei.

— Humm. E quem é que ficaria para trás? Gostei da ideia da corda, mas não vou deixar ninguém ficar sozinho aqui. Se algo der errado nesse plano, nem sei o que o Capitão é capaz de fazer.

Henrique amarrou uma corda em torno de uma coluna da antiga construção. Deu nós bastante apertados e se preparou para ser o primeiro a descer. Amarramos a corda em forma de anel na outra ponta para que pudéssemos colocar um de nossos pés na hora de descer. Stewart se pendurou na antiga janela, tentando se desvencilhar dos vidros quebrados que ainda restavam nas ferragens. Segurei a corda para que ele pudesse ter mais estabilidade. Henrique foi descendo com uma mão de cada vez, o ouvi resmungar algumas vezes quando a corda o machucava. Talvez não tivesse sido a melhor forma de descer com a corda, mas não tínhamos muitos recursos naquele momento.

A próxima a descer era eu, fiquei temerosa ao olhar para o abismo e ver que somente uma corda me segurava. Depois que Henrique desceu, Beatrice puxou a corda e a enrolou de novo em volta da rocha e me fez colocar o pé direito na amarração da ponta. Entrei na janela quebrada, que devia ter ao menos dois metros de diâmetro, para não dizer mais, tremendo. Segurei a corda com todas as minhas forças e Beatrice foi desenrolando ela aos poucos. Quando toquei meus pés no fundo Henrique estava lá e me ajudou a me firmar. Beatrice desceu sem precisar enrolar a corda na coluna de pedra como eu, ela desceu segurando com as mãos tamanha era a força e treinamento que ela tinha.

— Onde está o Jasper? — perguntei olhando para Henrique.

Ele apontou para uma sombra na penumbra e ouvi alguém ofegar como se estivesse perdendo os sentidos. Corri até ele tentando não perceber como o meu coração estava disparado e o chamei:

— Jasper? Está me ouvindo?

— Elenaaa... Eu não sinto minha perna. Me ajuda!

— Henrique! Sente ele! Ele não pode ficar deitado assim, não sabemos se bateu a cabeça também.

Nos aproximamos, mas estava difícil de enxergar, foi quando Beatrice tirou da mochila um lampião e o acendeu. Quando a luz amarela tomou conta do lugar precisei esperar alguns segundos para que meus olhos se adaptassem e quando me virei para encarar Jasper, tive uma surpresa.

Haviam pelo menos umas cinco colunas de ferro atravessando sua perna esquerda. E não era qualquer ferro, as colunas estavam ultra enferrujadas. O ferro devia ter até século que estava ali naquela situação, eu não conseguia imaginar a quantidade de bactérias que podiam ter ali ou se era possível existir uma chance de Jasper escapar dessa.

Já tinha visto falar de vários casos em Londres de pessoas morrerem de tétano ou coisa pior que nenhum médico sabia explicar. Mesmo já existindo a vacina não era todo mundo que conseguia tomar a tempo. E no caso de Jasper é óbvio que ele não conseguiria uma vacina naquele lugar inóspito e muito menos um cirurgião para dar um jeito naquela perna.

— Meu Deus! — gritei em choque.

— O que foi? — indagou Jasper desesperado.

— Elena, não o apavore! — disse Henrique.

— Não está vendo? Olha a perna dele! — falei.

— Se você ficar nervosa assim ele pode piorar.

Tentei ficar calada e não olhar direto na ferida. Esperei até que Beatrice dissesse alguma coisa que pudesse ajudar, mas do jeito que esse mundo funcionava era possível que ela mandasse que a gente abandonasse Jasper até a morte.

— Sei que isso é sério, mas não estamos com muito tempo, é possível que a equipe de Astrid já esteja aqui. Isto se já não tiver pego a pista.

— Não podemos deixá-lo assim, ele vai morrer! — rebati.

— Olha, eu sinto muito. Mas é o risco que todos corremos numa caçada. Seu amigo pode ser mais forte que você imagina e talvez aguente firme até voltarmos ao navio.

Voltei meus olhos para Henrique para saber se ele tinha algo a dizer. Porém ele me devolver o olhar com indagação. Não tínhamos muito o que fazer naquela situação a não ser achar a pista logo e irmos embora. Só que antes que pudéssemos tomar qualquer atitude um estrondo sacudiu toda a estrutura do outro lado.

— Eles chegaram! — sussurrou Beatrice.

Eles?

Terra caiu sobre nós e uma fumaça de poeira cegou os meus olhos. Alguém tinha aberto uma passagem com uma granada e logo entraram no lugar.


________________

O que vai acontecer com Jasper?


Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora