Capítulo 49 - A Chance de Gancho

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Henrique


— Eu sabia que um dia você me devolveria o soco que lhe dei — disse John ao cuspir o sangue da boca. Soco este de uma briga na casa da avó da Emily quando eu e ela fomos até o telhado, onde John havia ficado furioso comigo.

— Ah, claro! Como eu poderia esquecer daquele dia! — ironizei e passei a mão no olho onde ele havia batido como se ainda doesse.

John estava furioso, mas em vez de me devolver o soco, virou as costas e voltou a sumir na mata. Liam mais que depressa sacou a pistola e começou a gritar:

— Não deixem ele escapar. Andem, seus vermes!

Tentei ignorar todas as dores que eu estava sentindo, principalmente nas minhas têmporas desde que a tal deusa me usou e peguei minhas armas do chão. Corri para tentar acompanhar os demais. Maia continuou comigo, tentando não me deixar tropeçar e me perder. Ubiratã, Jack e os demais piratas de Liam dispararam na frente. Eu nunca vira John correr tão rápido na vida. Eu tinha certeza que mesmo que ele não deixasse transparecer, estava nervoso e com a adrenalina nas alturas.

Corremos até chegarmos a uma clareira, onde uma cena inusitada acontecia. O Jolly Roger estava ancorado a duzentos metros de onde estávamos. E cerca de umas três jaulas estavam perto das laranjeiras, estas, cercadas de homens vestidos com adornos de crocodilo. Quando nos viram, de imediato, apontaram suas armas na nossa direção.

— Era nessa armadilha que você quis nos meter, Senhor Darling? — Gancho esbravejou assustado. Seus olhos mais que depressa fitaram o de Astrid que o encarava com um sorriso maléfico.

— Ora, ora. Se não é o meu servo mais leal. E trouxe exatamente o que eu lhe pedi? — questionou Astrid ao John.

— Trazer, você quis dizer a mim? — perguntou Gancho. — Você acredita mesmo que eu lhe tiraria dessa jaula? Esta é a cena que almejei há séculos ver. Não sabe como estou eufórico.

— Ah, sim, Mon Amour. Quem mais eu poderia trazer de isca para distrair estes bárbaros?

E foi quando os homens começaram a atirar lanças em nossa direção. Desvencilhei-me de uma que por pouco não atingiu meu pescoço. Peguei minhas espadas e me joguei na direção do nativo mais próximo. E foi quando um caos de sangue, pólvora e tilintares se fez na clareira da Ilha da Raposa.

Gancho tentava chegar em Astrid, espero que para eliminá-la e não soltá-la. Mas ninguém o deixava se aproximar. John havia desaparecido da minha vista. Alguns piratas conseguiram abrir as jaulas e tirar as amarras. Alguém os estava ajudando. No meio do caos eu só pensava. Onde estava a Emily? Foi quando George gritou:

— Capitão! Capitão!

Mas Gancho parecia não ouvir. Pegou uma de suas facas e atirou na direção da jaula de Astrid. O que acertou a coxa esquerda da Capitã. Ela urrou de dor.

— Seu miserável. Eu juro pela Deusa que irei te matar. Liam! Mas antes irei arrancar seus olhos...

Porém, antes que Blackwell pudesse terminar sua ameaça, George pegou Gancho pelo colarinho:

— Está maluco! Sua sede de vingança o fez esquecer do que é mais importante aqui?

— Ela vai fugir! Não podemos deixá-la sair viva daqui. É a minha única chance — dizia Gancho exasperado.

— Esta é sua única chance de recuperar o seu navio e de encontrar a Emily antes que Astrid fuja com ela outra vez. Ai, sim, você estará perdido e sem uma de suas mãos se o seu pai lhe pegar...

Parei de prestar atenção no que diziam, olhei ao meu redor procurando por Maia. Desvencilhei-me de outra arma vindo na minha direção. Meu arco e aljava já estavam nas minhas costas. Guardei uma de minhas espadas no cinto e comecei a olhar para todos os lados à procura de uma trilha que pudesse me levar a algum lugar que Emily estivesse sendo mantida. Foi quando ouvi a voz de Maia:

— Henrique! Henrique!

— Maia! Aqui, aqui!!!!

Apontei em direção à mata onde eu havia visto uma fresta entre as árvores. Ela pareceu entender e seguiu até a plantação. Nos encontramos a dois metros mata adentro e falei o meu plano. Ela começou a rastrear.

Provavelmente a procura de sinais de que alguém tivesse sido rastejada pela trilha. Andamos cerca de vinte minutos até encontramos uma espécie de cachoeira.

— Alguém nos seguindo está — sussurrou Maia. — Fique de guarda.

Concordei com um movimento de cabeça e tentei procurar por movimentos ou qualquer barulho que pudesse haver em nosso redor. Enquanto isso, Maia avançava para próximo da água farejando.

— Algo estranho aqui tem. Espero que Ubiratã esteja bem. Não ficará nada feliz com Maia.

— Vai ver é ele que está nos seguindo...

Um cheiro forte impregnou minhas narinas. Seria cocô de crocodilo ou de corpos apodrecendo? Alguns ossos humanos estavam no fundo da cachoeira. Preparei a flecha para qualquer movimento que pudesse vir da água. Quando um estrondo e um som gutural saíram de dentro da rocha da cachoeira. Era uma caverna e lá, vivia o crocodilo gigante.

— Emily!!!! Pelo amor de Deus! — berrei quase chorando de tanto medo. Como iríamos escapar de um crocodilo gigante? E onde ela estava?

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Ah, sim, meus marujooooooooos! Voltei!

Os capítulos estão mais curtos nesse final para dar mais suspense e para poder mudar de narrador e mostrar as várias emoções que estão presentes nas cenas.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now