Capítulo 40 - Um Beijo no Escuro

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Elena


Fui até a enfermaria para tratar dos meus ferimentos e do corte no braço que se recusava a se curar desde que Henrique enfiara a adaga em mim, ou melhor, na Kraken. Precisei esperar que o auxiliar do cirurgião terminasse com Henrique primeiro para poder chegar a minha vez. Não levou tanto tempo como eu imaginava que seria, minha preocupação, na verdade, era com o Jasper em cima de uma mesa sangrando sem parar e se preparando para a cirurgia.

Graças ao universo tudo saiu bem, mas não depois de dois dias que se passaram. Jasper começou a piorar e a ter febre alta. Ele não acordava e nem demonstrava estar lúcido quando abria os olhos. A minha preocupação e a de Henrique estavam evidentes e estampadas cada vez mais em nossos rostos para quem quisesse ver. Decidimos ir visitá-lo, porém, tudo me deixou ainda mais desanimada, principalmente depois da ideia que o Henrique teve.

Mas sabe o que era o pior de tudo? É que ele tinha razão. Eu poderia fazer aquilo. Eu poderia tentar. Era da vida de um amigo que nós estávamos falando e se eu pudesse fazer algo para ajudar eu faria. E foi o que fiz.

Fui até a minha cabine que eu dividia com outra mulher dentro do navio e procurei por uma camisola ou algo semelhante que tivesse no quarto. Eu comprara algumas roupas enquanto estive na ilha, desde que me tornara uma oficial, mesmo não vendo diferença efetiva até o momento nas minhas funções, pelo menos eu ganhei alguns privilégios. Encontrei uma camisola branca quase transparente com alguns bordados também brancos e a vesti. Pus o meu casaco de oficial por cima, calcei uma das minhas botas e me dirigi até a cabine do Capitão que ficava na popa do navio. Esperei que todos estivessem dormindo para realizar tal feito, contudo, eu sabia que alguns marujos ficavam de guarda vigiando qualquer um que quisesse causar alguma desordem ou para vigiar o mar.

Quando cheguei ao convés, dois piratas me interceptaram. Eram dois dos novatos que entraram no navio. Não precisei muito para convencê-los de que eles precisavam permitir a minha passagem. Eles logo me reconheceram como sendo uma oficial e também viram que eu estava sem calças, me cobrindo apenas com o casaco até os joelhos. Os piratas encaram um ao outro com malícia e ainda fizeram uma reverência para que eu pudesse passar.

Abri a porta da cabine e desci alguns degraus. O lugar estava silencioso e escuro, com exceção de um brilho pálido que vinha da mesinha de cabeceira do Capitão. Era a sua fadinha, eu podia apostar. Se ela me sentisse ali, com certeza faria um escarcéu. Me aproximei com cuidado e peguei uma taça vazia que estava sobre a mesa de refeições e fui até a cabeceira. Quando a fada despertou, já estava presa e tudo o que se podia ouvir eram seus bracinhos batendo no cristal.

Tirei meu casaco, soltei meu cabelo, o penteei com os dedos para que separasse as madeixas e o deixasse mais volumoso. Talvez Henrique não estivesse todo errado, eu sabia como fazer aquilo. Não que eu tenha feito isso antes, mas sedução sempre foi a arte que dominei. Principalmente para conseguir o que eu mais queria. Não vou mentir dizendo que não fiquei nervosa com toda a situação, eu estava tremendo a princípio, não sabia que reação Liam teria quando me visse ali e também não sabia até onde eu estava disposta a ir para conseguir o que eu precisava.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now