Azuis Como o Mar

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Elena saiu da cabine de Gancho desapontada. Desapontada não pelo que não aconteceu, pois de certa forma era um alívio para ela não ter rolada nada. Mas sim pela rejeição. Se tinha algo que era difícil para ela aceitar era ser rejeitada. Passou a vida sempre indo atrás do que queria e quase nunca deixava de conseguir. Um coração ambicioso pode ser muito útil para alcançar objetivos, porém, é um coração perigoso.

A deusa da guerra estava sempre atenta àqueles que ela podia usar para o seu fim. Observava cada mente e cada coração daquela dimensão em busca de um que fosse puro o suficiente e tendencioso para fazer o que ela queria. Olhando para um navio prateado viajando pelas águas escuras da Terra do Nunca, ela viu uma sombra surgir. Se aproximou mais para ver de perto que macha escura era aquela diante do convés. E viu uma menina de olhos azuis cabisbaixa olhando para o oceano, esperando por um milagre. Era a oportunidade perfeita. Foi quando ela soube que tinha encontrado exatamente o que buscava, uma alma solitária e ambiciosa em busca de um desejo impossível.

O destino de Elena já tinha sido traçado desde o seu nascimento. Era algo que ninguém poderia impedir. Sua mãe sempre soubera que ela era especial e que seria grandiosa, um dia. No dia que Elena nasceu, coisas estranhas aconteceram. Coisas essas que poderiam ter passado despercebidas por qualquer um, menos pelos olhos de seus pais.

João já havia testemunhado coisas demais enquanto esteve na Terra do Nunca, mas em Londres era diferente. A magia naquela dimensão agia de outra forma. Peter dissera que no dia que Emily nasceu ela foi abençoada pelas fadas, como ele sabia disso era ainda um mistério para João. Uma estrela também passou a brilhar mais forte depois do nascimento da herdeira do guardião, mas com Elena foi diferente.

Quando chegou o momento da mãe de Elena dar à luz todos estavam muito felizes, porém também estavam temerosos. Tinha sido uma gravidez de risco desde o início, sua mãe achou que não conseguia passar do quinto mês. Mas tudo deu certo no fim. Elena nasceu prematura com quase oito meses de gravidez, ela não aguentou esperar pelo fim da gestação, foram o que os médicos disseram. Que ela estava ansiosa para conhecer o mundo.

No seu primeiro banho em casa, Elena quase se afogou na banheira. A sua babá que auxiliava a Senhora Darling enquanto ela estava de resguardo deixou Elena escapar de seus dedos por alguns segundos e foram suficientes para que a bebê engolisse água. Tiveram que levar Elena para o hospital aquele dia, para ver se tinha entrado água em seus pulmões. Contudo, os exames mostraram que nada estava errado. Quando chegaram em casa, a mãe de Elena sentiu que sua bebê não era mais a mesma, algo havia mudado, mas nunca descobriram o que realmente era.

Coisas estranhas sempre aconteceram durante a infância da menina. No seu quinto aniversário, Elena ganhou um pequeno aquário, ele ficava em seu quarto perto da cabeceira. Todos os dias, quando acordava, a menina encarava o peixinho com amor que só uma criança pode ter pelo seu bichinho de estimação. O alimentava assim como sua mãe havia lhe ensinado, mas um dia o peixinho não queria mais comer, logo não queria mais nadar ou se mexer. Elena chorou desesperada, pois queria seu bichinho de volta, então o pegou enquanto ele estava de barriguinha para cima na água. Ela o olhava como se quisesse desvendar o que causara aquilo, o segurou em suas mãos com pesar e o devolveu para a água. Mais tarde, quando Elena voltara ao seu quarto, o peixinho estava nadando como se nada tivesse acontecido, então ela concluiu que tinha sido apenas um susto.

Um dia na escola, quando tinha em torno de dez anos, Elena havia se desentendido com a sua colega de classe. Elas estavam na cantina com seus almoços sobre a mesa, Elena estava tomando uma limonada e se irritou quando sua colega lhe disse algo desagradável. O copo que estava em sua mão foi o instrumento mais fácil e rápido que ela encontrou para que pudesse revidar. Então, no momento de raiva, ela atirou o suco em sua colega, mas o que ela não esperava era que o suco se voltasse contra ela e molhasse todo o seu cabelo. Ela saíra da cantina aos prantos.

De todos os pequenos acontecimentos estranhos que ela presenciou e alguns ela nem mesmo notara, o mais grave foi o acidente de carro que ela e sua mãe sofreram. Mas essa história, vocês já conhecem.



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Hummmm o que está por vir?

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now