Uma Viagem Sob as Estrelas 🌟⛵

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"Peter: Esqueça-os, Wendy. Esqueça todos.

Venha comigo para onde nunca... Irá se preocupar com os problemas dos adultos.

Wendy: Nunca é um tempo longo demais.

...

Seria maravilhoso dizer que eles chegaram ao quarto a tempo. Mas ai não haveria história."

(Filme Peter Pan - 2003)

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Nem mesmo em meus sonhos mais sombrios eu imaginava que voar fosse ser tão assustador. Não estou falando da altura ou da sensação do vento batendo em meus cabelos, ou mesmo do fascínio que é experimentar tal feito, claro, mas sim do meu estômago girando e a vontade incessante de vomitar pelos ares.

Acharam que estar a bordo de um navio voador seria tudo perfeito? Enganaram-se aqueles que pensaram que sim.

Já tinha perdido a noção do tempo. Devíamos estar a bordo por vários dias. Esqueci-me de quantas luas já tinha visto e quantos mares sobrevoado. Os navios zarparam da Escócia e cada tropa fora para uma direção. Eu era refém de Astrid Blackwell, juntamente com meu primo John e viajávamos no navio pirata mais cobiçado de todos, Jolly Roger.

Para muitos, Jolly Roger é apenas o nome da bandeira negra típica dos piratas que possui a figura de uma caveira branca com dois ossos cruzados. Mas para aquela tripulação era o nome da embarcação mais desejada entre os foras da lei e um dos estopins da recente guerra pirata, guerra esta comandada pelas duas famílias mais temidas de todas as dimensões, família Gancho e a família Blackwell.

Liam Gancho era descendente direto de James Gancho, um dos mais perigosos piratas que já pisara na Terra do Nunca, em um passado distante, ele fora imediato do Barba Negra e também o inimigo mortal do meu pai. Pelo menos essas foram as histórias que ouvi. Ainda era muito difícil digerir tudo aquilo, todo o passado viera a tona sem nem estarmos preparados. John ainda estava deslumbrado com tudo que via e ouvia, mas eu estava assustada, tinha medo de que nunca pudéssemos voltar para casa e principalmente de não ver mais os meus pais.

Astrid Blackwell era cruel, não tinha pudores e nem tolerava covardia, ela era descendente do Barba Negra, que apesar de ser loira e provavelmente ter puxado mais a sua mãe fisicamente, pelo menos era o que eu pensava que seria, tinha a personalidade muito parecida com a de seu pai, segundo contavam os tripulantes do navio.

O navio flutuava sem rumo próximo as estrelas, sua madeira era lustrosa e completamente negra, eu nunca tinha visto um barco assim, nem mesmo nos livros ou museus. Era impressionante como era feita toda a sua construção ou como as velas também negras deixavam o lugar com um ar ainda mais sombrio. Perguntei-me por várias vezes onde toda a madeira que o compunha teria sido esculpida, nunca tinha ouvido falar de alguma árvore que tivesse madeira preta e muito menos que fosse tão firme.

Jolly era uma embarcação denominada de brigue, um tipo de navio grande, com aproximadamente vinte e quatro metros de comprimento e que era o modelo mais usado entre os piratas. Sua capacidade de transporte era de cerca de cem pessoas a bordo e até cento e trinta toneladas de carga extra, a velocidade na água, segundo estudei em um livro sobre piratas uma vez, era lenta, porém acomodava cerca de doze canhões em seus porões. Mas até então não tínhamos se quer aterrissado sob as águas ou solo, estávamos a toda velocidade sob a atmosfera, onde nem mesmo sentíamos a falta do ar que devia ser rarefeito. Era como se estivéssemos dentro de uma bolha mágica invisível que era repleta de pó de fada.

Tudo isso me dava uma sensação de enjoou ainda pior do que estar em alto mar. O navio não chegava a balançar como era de se ouvir sobre as viagens de avião, as quais tive o prazer de experimentar uma vez. As turbulências eram diferentes, pois não viajávamos a quinhentos quilômetros por hora e sim em câmera lenta.

Isso mesmo! Câmera lenta, sem dimensão exata do espaço e do tempo, como se estivéssemos no vazio a mercê do universo ou num buraco de minhoca. Ou seja, um "atalho" intergaláctico.

Mas não estávamos no espaço, se for isto que está questionando, nós estávamos sob o que parecia ser o céu, que era sempre coberto por nuvens fofas como algodão e de noite por estrelas brilhantes como um enxame de vaga-lumes na escuridão.

No começo da viagem podíamos avistar o solo, que era algo impressionante de se ver. O conjunto de montanhas, rios e construções formavam uma visão magnífica, como se o homem tivesse esculpido cada detalhe juntamente com Deus. De cima não existiam divisões políticas ou de países, era como se fossemos um só lugar, uma só terra. Como se nós assumíssemos o lugar dos deuses e pudéssemos enxergar um o mundo muito maior do que pensávamos ser lá embaixo. Senti o peso da insignificância humana, não passávamos de formigas vistas de cima e mesmo assim podíamos fazer um estrago terrível com o planeta e com nós mesmos.

Pensei nas guerras que antes dizimaram o planeta. Que repreenderam e mataram as minorias, que queimaram livros e trataram o conhecimento como lixo. Além de destruir a esperança, o lar e a felicidade de todos, fizeram os homens esquecer do que era o mais importante: o amor ao próximo, a paz e o bem comum. Estes conflitos mostraram o pior da humanidade, o pior do que somos capazes de fazer por interesses, riqueza e poder.

A maldade e a ambição não possuem limites e eu temia que estivesse dentro de uma nova guerra ainda mais cruel, a guerra pirata.

Os piratas têm ainda menos escrúpulos, com suas falsas honras e ambições são capazes de raptarem e escravizarem crianças para os servirem. Se alimentam da inocência e da pureza dos jovens e os transformam em formidáveis soldados, quer dizer, piratas. São movidos pelo desejo de vingança e de poder, quanto mais ouro e magia melhor. Eu não fazia ideia no que exatamente estava me metendo, só sabia que a minha família estava tão envolvida nisto quanto as outras e eu nem mesmo entendia o início de tudo isso.

Antes de tudo dar errado, papai me contara que tinha sido o guardião da ilha chamada Terra do Nunca, onde vivia com as fadas e lutava contra piratas. Dissera que derrotara James e o expulsara de lá, mas que a situação em que ficou sabendo que sua terra estava, era ainda pior do que antes.

Ele não dera detalhes, pois infelizmente não o dei abertura para que me contasse tudo o que sabia, mas eu pressentia a cada momento que passava dessa viagem sob as estrelas, que não estávamos indo para o lugar dos sonhos e sim dos nossos maiores pesadelos.









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Obs: No livro clássico de Peter Pan, a viagem até a Terra do Nunca dura dias, onde as crianças perdem até a noção do tempo. Diferentemente de como é no filme, então talvez vocês estranhem um pouco a viagem, pois além de me basear no clássico também criarei a minha própria fantasia.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora