Capítulo 31 - B. de Bon Voyage!

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Liam 


Liam,

Espero que tenha acordado bem. Achei melhor que o nosso encontro fosse adiado. Eu quem lhe enviou aquele bilhete na taberna, mas depois do seu encontro com a Astrid houve um grande imprevisto com a Capitã Gancho, se é que me entende. Tome cuidado com ela. Todos estão à espreita esperando apenas um deslize seu. Ah, e quanto a flecha envenenada com sonífero, foi um presente da senhorita Gancho. Me encarreguei de que fosse levado ao seu navio com segurança.

Com carinho,

B.


B.? Que B.? Tudo o que me lembro era de ver Astrid indo embora e depois uma flecha me atingir de raspão no braço. Haviam pessoas em cima das árvores também, só não sei se eram os encarregados por me envenenar ou por me salvar. 

E que raios meu pai havia enviado seu carrasco atrás de mim? Ele não confiava que eu podia cumprir a missão sem alguma ajuda dele? Talvez fora o que eu vira no bilhete que o estivesse deixando-o mais preocupado. Se os planos do Barba Negra fosse mesmo muito maior do que todos imaginam, então não só a Terra do Nunca estaria em perigo, mas todos que nela viviam. Ele poderia mudar toda a história se conseguir por as mãos na ampola. 

Mas algo ainda me intrigava, se fora essa tal de B. que me entregara o bilhete, então, quem armou para que Astrid me encontrasse no mesmo lugar e hora marcada? Talvez tenha sido uma só pessoa que queria, mesmo, era ouvir os nossos planos ou o que tínhamos a dizer um ao outro. Astrid podia ter razão quanto ao fato dos Barbarossa estarem na ilha e que queriam, por alguma razão, interferirem na guerra. Guerra que eu pensei que já estava quase no fim, até existir a possibilidade do plano do Blackwell seguir em frente. Aí sim todos os piratas e pessoas dessa dimensão ou das outras vão querer interferir. 

—  Roque! Tem notícias de Beatrice e os meninos? — gritei após refletir sentado no convés.

— Não, Senhor! Pensei que estivesse com eles? O que houve? Está tudo bem?

— É o que eu quero descobrir.

Sem mais palavras fui até o meu quarto no navio, que era também o meu escritório de navegação. Joguei na mesa tudo o que eu tinha relacionado a Ilha das Fadas e a joia do tempo. Existiam três fragmentos da joia. Um deles pertencia ao Peter, o qual ele passou para sua filha. O outro estava na Ilha Negra e o terceiro pedaço estava desaparecido no tempo e no espaço. Ninguém tinha notícias dele havia séculos ou mesmo soube de seu paradeiro. O Blackwell, pelo o que eu soube através do meu pai é que detinha a joia completa a princípio. Mas depois da guerra sombria a pedra foi dividida em três e após várias tentativas de roubo, dois pedaços foram perdidos. 

Para encontrar a ampulheta eu teria que reunir os três fragmentos e usar o guardião da Ilha das Fadas. Astrid estava com Emily e com isto dois pedaços da joia em sua posse. Eu seguia em total desvantagem, tinha comigo apenas três crianças de que nada tinham ligação direta com o guardião, um navio precisando de reparos, nem uma grama de pó mágico, um grande desfalque na minha tripulação e o meu pai seguindo meus rastros. Só me restava esperar que Beatrice voltasse o quanto antes com a primeira pista em mãos para que houvesse alguma esperança para mim. 

Meu pai não era nem um pouco condescendente com pessoas que falhavam com ele. Ele tinha colocado toda a sua confiança em mim quanto ao destino dessa guerra. Ele tinha seus negócios na Ilha Negra, e já estava cansado de lutar. Preferia ser um homem de negócios e deixar que seus filhos cuidassem de seus legados. Sem falar na tal Rainha Gancho, que era ainda mais cruel em relação a falhas. Como bastardo eu não teria sua misericórdia e minha sentença era certa. Não me surpreendia que a temida Capitã Gancho estivesse na minha cola, ela podia muito bem estar atrás de mim a mando da matriarca e não do meu pai.

Horas e mais horas se passaram e nada dos meus prisioneiros, ou melhor, novos marujos, se Beatrice tivesse mesmo feito os registros. Estava começando a pensar em ir atrás deles, mas eu precisava confiar que ela conseguiria, porque eu não podia abandonar o navio quando haviam tantas ameaças atrás de mim. A pista era mais importante, porém eu e o resto da minha tripulação eram mais. Não podia perder mais isto. Além do que, Beatrice sabia se virar muito bem, ela era a melhor assassina pirata que eu já conheci, fora muito bem treinada.

—  Capitão! —  gritou alguém que me tirou dos meus devaneios.

— Capitão!

— Sim, estou aqui! —  gritei de volta.

O que poderia ser tão urgente?

— Gancho, nós temos que ir — disse Jules, o carpinteiro do navio.

— O que está acontecendo?

—  Temos que ir, agora!

Quando saí do meu quarto e fui até o convés, entendi o motivo de tamanha urgência. Um navio com velas púrpuras se aproximava do porto onde estávamos. Ele estava acendendo os canhões e se preparando para o ataque. E o alvo era nada menos que o meu navio.

Não era possível que aquela vadia estava mesmo atrás de mim! Isso não era o combinado. O que ela queria? Mas eu quem não ia esperar para ver.

— Preparar velas! Acender os canhões! Nós temos que atracar agora! —  esbravejei para que cada tripulante pudesse escutar.

— Mas Capitão! E os outros? — questionou Jules.

— Nós os pegaremos depois.

Coloquei o meu chapéu, afivelei os cintos e me preparei para lutar por aquilo que ainda me restava.


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Oláaaaaa! Sim, eu voltei. Quero pedir desculpas a todos pelo sumiço, mas é que a vida não anda colaborando muito para a escrita no momento. Sem falar que to sem Word e está um saco escrever só pelo wattpad. 

Espero que todos estejam bem e que continuem acompanhando esta história.


Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now