O Fim Nunca Esteve Tão Próximo

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 ...

Astrid sabia que um dia morreria. Que sua eternidade chegaria ao fim. No entanto, não admitia que seria de uma forma tão idiota presa em uma cela. Assim, ela segurava todas as suas forças para quando o momento certo chegasse. Quando ela revidaria e se libertaria. Respirava fundo tentando não sentir as fisgadas de dor que vinham de sua coxa. Tentou fazer o possível para não perder muito sangue. Desviava de flechas que vinham em sua direção. E aguardava...

Esperou pelo momento em que os nativos que ainda restaram fugiram. Largaram-na em sua jaula com suas mãos atadas e sua ferida aberta. Largaram todos os piratas que sobraram. E ela se indagou pelo motivo que os teriam feito fugir. Seria precaução? Tinham percebido que seriam dizimados, mesmo estando eles em maior número? Mas ela estava enganada. Os nativos ouviram o chamado de seu Deus. Sabiam que ele estava furioso e que precisavam contê-lo.

Maximus pegou o machado que um dos tribais tinha deixado para trás e o usou na cela de sua capitã. Depois viu que no baú, onde haviam guardado suas armas quando os enjaularam, estava praticamente vazio. Um dos piratas do Gancho o quebrou quando chegaram na clareira. E foi assim que Maximus conseguiu alguma arma para que pudesse se unir ao seu inimigo, para derrotar o outro inimigo em comum.

Astrid pegou a pistola do primeiro moribundo pirata que encontrou no seu caminho. Matinha sua coluna ereta e sua pose de invencível para que seus subordinados vissem que era preciso de muito para derrotá-la. Mas, no fundo, sua perna latejava, seu fôlego estava falho. Ela tinha séculos de experiência com dor. Já tinha passado por momentos piores na sua vida, já sobrevivera a uma quase morte e quase tivera sua mão arrancada. Mas lá estava ela. Com a cabeça erguida e com a vontade de derrotar um exército.

A Capitã analisou os corpos e quem ainda havia restado. Os piratas de Liam tinham se mandado há alguns minutos antes, quando viram que Max a soltaria. Ela teve um vislumbre de ter visto Jules soltando seus marujos da cela que estava ao seu lado. E quando ele passou pela sua, ela pensou em suplicar, mas se conteve. Jules cuspiu em seu pé quando terminou de soltar os seus piratas e foi ajudar um tribal com adornos de raposa. Pelo que ela percebeu, nenhum dos piratas de Liam que foram até a clareira atrás de John, tinham morrido. As baixas eram dos tribais e de seus marujos que foram soltos primeiro. Menos Max, seu fiel e astuto mestre. De Liam só haviam fugido dois piratas e o homem da raposa.

— Onde está o John? — perguntou para Max, que apontou até a um corpo estirado no chão, gemendo. Ela se aproximou do garoto e falou:

— O que eu faço contigo, hein?

Max sugeriu que largasse o garoto para morrer. Mas Astrid era esperta. Ela não tinha mais a descendente de Peter em mãos. Sabe-se lá se a menina teria sobrevivido ao crocodilo. O que ela tinha quase certeza que não. As engrenagens de sua mente trabalhavam rapidamente pensando nas soluções que tinha à sua frente. Ela levaria o garoto para o caso de Pan ter sobrevivido. Assim, quando a pegasse de novo, ela poderia continuar manipulando-a tendo seu primo como prisioneiro. Se de tudo, Emily não tivesse mesmo sobrevivido, ela iria atrás de Peter e de sua família. Para isso o garoto também seria útil. E por fim, o que a fez tomar a decisão de levá-lo consigo de uma vez era de que ela tinha sofrido uma baixa de seu pessoal e precisava de um servo leal como tinha conseguido fazer John se tornar.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora