Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das Fadas

Capítulo 42 - Um Mergulho Gelado

Henrique

— Onde está a Elena seu cretino? O que fez com ela? — falei pegando Gancho pelo colarinho.

Fazia cerca de meia hora que Elena tinha saído da cabine dele. Eu fiquei de vigia enquanto ela entrava para tentar achar a poção das fadas, mas em menos de dez minutos ela saíra de lá. Fui atrás para perguntar se tinha conseguido, mas uma névoa espessa apareceu e cobriu todo o convés antes que eu pudesse me aproximar um pouco que fosse. Tateei por todo o meu lado tentando não tropeçar enquanto seguia à procura de Elena e foi quando eu dei de cara com Liam.

— Eu não sei do que você está falando! — respondeu Gancho tentando se soltar do meu aperto.

— Não se faça de idiota, mais do que já é. Ela foi até o seu quarto, eu vi e agora não a encontro em lugar nenhum desse convés.

— Já tentou procurar lá dentro? — falou apontando para dentro do navio.

— Ela estava bem aqui há um instante atrás, não deu tempo dela passar por mim e ir até lá dentro.

— Você quer fazer o favor de me soltar? Obrigado — agradeceu depois que o empurrei para longe de mim. Ele ajeitou seu casaco pirata e sua camisa e voltou a dizer. — Sabe, ela entrou no meu quarto para me furtar e você sabe muito bem disso, devia querer que ela sumisse.

— É por isto que estou te perguntando o que é que você fez com ela para começo de conversa.

— Eu já disse que não sei, saí logo depois que ela saiu da minha cabine, queria ainda falar com ela, sobre, humm... Deixa para lá. Não é da sua conta.

— Claro que é da minha conta.

— Se é mesmo, então vá procurá-la! Está perdendo o seu tempo comigo.

E foi exatamente o que eu fiz. Procurei por todo o convés antes de descer para as cabines interiores. Precisei bater à porta de uma cabine por vez, obviamente eu era recebido a xingamentos na maioria. Aleguei que eu estava em busca de Elena por ordens do Capitão, assim eles me deixavam em paz. Olhei por todos os dois andares até chegar no porão do navio. Vasculhei cada caixa, cada barril e saco que havia ali. Estava amanhecendo e nem sinal dela. Decidi fazer uma pausa e descansar um pouco rezando para que ela estivesse bem.

— Henrique?

— Ahm?

— Henrique, acorde!

— Jasper? Jasper você? Você está bem? — perguntei confuso ao me levantar e me deparar com ele com um par de muletas ao meu lado. — Você não estava de cama?

— Você viu? Parece um milagre!! Um instante eu estava alucinando na rede na enfermaria e agora estou de pé, nem dá para acreditar. Eu não sinto mais dor nenhuma, única sensação estranha é de estar sem uma das pernas, ainda estou tentando me equilibrar, pois esqueço que não a tenho mais. — falou com um olhar tristonho.