Epílogo

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(música tema do capítulo, lê-lo com ela torna a experiência mágica)


Epílogo


"Os sonhos são como estrelas: você não pode tocá-los, mas se você seguir, elas vão guiar o seu destino." (Peter Pan, filme)


"Nem mesmo em meus sonhos mais sombrios eu imaginava que voar fosse ser tão assustador. Não estou falando da altura ou da sensação do vento batendo em meus cabelos, ou mesmo do fascínio que é experimentar tal feito. Claro, mas sim do meu estômago girando e a vontade incessante de vomitar pelos ares." (Emily Pan de Volta à Terra do Nunca)


Emily


O vento soprava os meus cabelos, perpassando por cada fio. Eu fechava meus olhos para sentir o frescor noturno. Meus pelos se arrepiavam e calafrios de alívio percorriam meu corpo. Respirava e expirava lentamente sentindo cada célula dos meus pulmões se libertarem. Há tempos minha mente não ficava leve e despreocupada com o que viria pela frente. Enfim, pude sentir meu corpo sem dor e sem restrições.

As estrelas se intensificavam mais e mais enquanto permanecíamos voando pelo céu. Minha vontade era de poder tocá-las, assim como eu tentava capturá-las da janela do meu quarto. Era como se elas se comunicassem comigo e me contassem histórias. O piscar de luzes me davam esperança e tranquilidade. A energia era mágica, na qual, eu não duvidava que tudo fosse mesmo possível.

Nem mesmo em meus sonhos mais intensos eu imaginava que voar fosse ser tão libertador. Não estou falando da altura ou da sensação do vento batendo em meu rosto, ou mesmo do fascínio que é experimentar tal feito. Mas sim, da impressão de ter borboletas em meu estômago e a vontade de sair pelos ares.

O navio já estava há um dia sobrevoando o oceano. Saímos da Ilha da Raposa as pressas. Eu não estava muito lúcida quando me tiraram das correntes e me levaram até o navio. O que mais me recordo é apontarem para a ausência da minha sombra e me acorrentarem. Arrastaram-me até uma cachoeira dentro da mata fechada e com uma espécie de escada carregaram-me até um galho das árvores onde me prenderam. O momento foi horrível. Senti que as correntes me dividiriam no meio pelo tórax e que arrancariam meus pulsos.

Não sabia por quantas horas tinha ficado dependurada, eu estava desidratada e minha glicose estava baixa. Era como se eu estivesse entre o mundo dos mortos e dos vivos. Quando cheguei ao navio, me deram uma gota de bebida das fadas junto do rum. Uma pirata que depois conheci como sendo Beatrice, tinha encontrado num dos baús no navio um frasco com um líquido furta-cor. O baú que estava na cabine da Capitã era repleto de moedas de ouro e alguns itens mágicos que a Blackwell mantinha escondido até mesmo de seus oficiais.

O milagre das fadas, como também era chamado a bebida com propriedades de cura e longevidade, foi distribuída entre toda a tripulação que sobrara no navio. Gancho também se recuperou depois de quase ser morto pelo crocodilo. Ele estava radiante, a felicidade não cabia nele ao ter seu navio de volta. Não parava de tocar na madeira negra, de abraçar a gávea, de subir nas velas. Eu não o conhecia muito bem, mas acreditava que se sentia aliviado de ter fugido da morte. De ter conhecido o tão famoso crocodilo de seu pai, de me ter como tripulante de seu navio e de ter as velas negras eu seu poder.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now