Capítulo 6 - O Banho da Desonra

777 100 124
                                    


Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.



Emily


Meu primo continuava sangrando no chão do convés enquanto eu lutava contra a corda que queimava os meus pulsos. Estava ajoelhada diante dele quando Astrid disse:

— Não pense que sua tarefa acabou, Johnny. Uma vez a ordem dada, ela terá que ser cumprida ou aguentará as consequências.

— Como ele vai cumprir qualquer coisa nesse estado? Você enlouqueceu? — Pude finalmente dizer quando Max desatara a mordaça que tapava a minha boca. — Não vê que ele está morrendo? Como pôde atacá-lo assim sem nem dar chance de se defender?

— Oh Emily, você não entende nada, não é mesmo? Seu primo não está morrendo, apesar de que deveria. Os resquícios do líquido das fadas ainda está correndo nas veias dele, podendo sim morrer se eu não ajudá-lo com mais uma dose, mas a minha ajuda terá um preço e este será seu teste.

Como ela podia ser tão cruel?

— Meu teste? Então depois de tudo eu também vou ser esfaqueada?

— Não seu verme! Cale a boca! Ela ainda vai dizer qual vai ser a sua tarefa — disse Maximus na maior grosseria ao me esbofetear na cabeça.

Ai!

— Pode desamarrá-la Max, a Pan não tem mais porque fugir ou tentar qualquer coisa contra algum de nós — ordenou Blackwell.

Como se eu pudesse fazer qualquer coisa ali amarrada, sem uma espécie de arma e sem me sair ferida.

Maximus desamarrou a corda e esfreguei meus pulsos na tentativa frustrada de amenizar o ardor da região. Pensei em perguntar o que a Capitã faria comigo, mas desisti quando ela voltou a falar:

— Como eu não quero que o nosso querido John morra, vou dizer logo o que você vai precisar fazer para passar no meu teste.

— Por favor — supliquei de imediato.

— Eu preciso de um mapa e você vai me ajudar a encontrá-lo.

— Um mapa? Um mapa do tesouro?

— Pode-se dizer que sim — respondeu Astrid coçando o queixo e me analisando de cima a baixo. — Mas antes daremos um trato em você, ninguém vai vestido assim igual uma patricinha inglesa na ilha.

Ilha? Patricinha eu? Ela que não queira ver os vestidos parisienses da minha prima.

Eu tinha até me esquecido de que roupa eu estava vestindo, não banhava ou me trocava desde o dia em que fomos capturados na Escócia. Minha blusa de manga cumprida estava surrada e imunda, minha jardineira faltava alguns dos botões e minhas botas começavam a descolar o solado por conta da umidade do navio. Eu perdera meus pertences, que incluía uma mochila, na fuga antes de sermos capturados. Então não tinha nenhuma peça para trocar e John também não. Se bem que piratas não costumam se lavar frequentemente e muito menos trocarem de roupa.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now