Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das Fadas

Capítulo 23 - A Ilha da Caveira

Emily

Era bem cedo quando chegamos à ilha. Descemos alguns caixotes vazios e demais objeto. Os quais, alguns marujos deveriam repor com mercadorias novas e comida para que pudéssemos seguir viagem assim que encontrássemos a primeira pista.

Astrid e Max não saíam da minha cola, acho que temiam que eu desse um jeito de fugir. Como se eu fosse idiota o bastante para tentar escapar justamente numa ilha repleta de piratas, alguns até mais perigosos do que os que haviam me sequestrado.

A primeira coisa que vi na ilha foi uma caveira enorme, do que parecia ser um ser humano, próxima ao porto que iríamos desembarcar. Mais tarde descobri que se tratava de um crânio de um gigante que há muito os piratas haviam derrotado naquele lugar.

O território era bastante interessante e peculiar para mim. Nunca tinha visto tanta gente mal vestida e suja num só lugar e muito menos tantos navios como haviam ali. Um deles me deixou encantada quando cheguei, era todo branco, as velas faziam com que de longe a embarcação aparentasse um cisne nadando sobre as águas, era lindo. Outro era todo vermelho, vermelho sangue e dava medo só de olhar.

Não deu para prestar atenção em tudo de diferente que havia ali, pois Astrid me arrastava para dentro da ilha a força. Deixamos o navio com alguns da tripulação que ficariam de vigia para que ninguém o roubasse enquanto estivéssemos fora. Eu havia conseguido descansar um pouco após o treino e estava ansiosa para o que estava por vir.

Max, Astrid, Electra, Valerie, Napoleão e eu seguimos pelo porto sem cumprimentarmos ninguém. Alguns cochichavam enquanto nos encaravam, principalmente quando viam Astrid que se destacava no meio da multidão com o seu cabelo louro e suas roupas espalhafatosas. Sua má fama a perseguia e muitos se afastavam quando ela se aproximava. Ninguém queria mexer com a filha do Blackwell, seria arranjar uma grande encrenca atoa.

— Precisamos ir direto fazer o registro antes de qualquer coisa — disse Astrid.

Napoleão deu uma piscadela na minha direção assim que apareceu. Desde o dia daquele incidente eu não o tinha visto mais. Reparei que além de uma das suas mãos estarem faltando, fato que eu já conhecia, sua orelha direita tinha sido arrancada. Não tinha cicatrizado totalmente e quando fiquei encarando demais ele a escondeu amarrando um lenço na cabeça. Se sentia envergonhado pela situação e pelo acontecido. E o pior era que a culpa tinha sido toda minha.

Era difícil parar para pensar em tudo o que já tinha acontecido desde o baile da escola, mais difícil ainda era perceber algumas das coisas que eu tive que fazer. E Napoleão foi uma delas. Tudo porque eu queria poupar a vida de uma fada a qual todos diziam que eu nem mesmo acreditava existir. E o pior é que eu nem sabia mesmo no que acreditar. Acreditava plenamente e somente nos meus ferimentos e na falta que eu sentia dos meus pais. Cada dia que passava a saudade era maior. Além de Violet que fazia mais de ano que eu não tinha notícias. Parecia até que tinha sido em outra vida que eu a havia conhecido.