Capítulo 20 - Triângulo da Tormenta - [CENA 1]

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Ah sim, a trilha sonora ainda continua nesse capítulo, para quem quiser acompanhar a história com a música já sabe o que fazer. É só dar o play no vídeo de cima.


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Henrique


Triângulo das Bermudas... Triângulo das Bermudas? Onde é que eu fui me meter?

E como se não bastasse, estávamos fora do navio, não havia como desvirá-lo sem ajuda e o tempo ainda corria contra nós. Se não tivesse mais como abrir o portal, todo o sofrimento teria sido atoa e poderíamos não conseguir sobreviver.

A Elena, segundo o Capitão, era a chave que abriria o portal. Estávamos à espera de que quando ela segurasse a rocha azulada e desejasse estar na Terra do Nunca tudo se resolvesse, mas não foi bem assim que aconteceu...

— Vamos, Elena! Tente outra vez! — gritou Liam. Ele estava começando a ficar nervoso à medida que percebia que algo não estava saindo como ele planejara. Talvez faltasse alguma informação sobre como abrir o portal que não lhe contaram, ou talvez ninguém havia sobrevivido para realmente contar o que era necessário. Esse é o problema de se seguir apenas lendas.

Todos começaram a se entreolhar, quando Elena começou a inchar e a brilhar junto com a pedra que estava em suas mãos. Os meus batimentos aceleraram e meu fluxo sanguíneo aumentou não colaborando em nada. A pedra estava causando efeito não só nela, mas em todos que estavam próximos.

Tentei me aproximar de Elena para entender o que estava acontecendo, mas algo me repelia. Uma energia emanava dela, mas não uma energia boa, algo sombrio. Liam suava frio e suas pupilas pareciam estar completamente dilatadas. Beatrice vomitava na água enquanto se equilibrava no barril. Jasper estava paralisado enquanto Jack batia o queixo e rezava para suas deusas.

O restante da tripulação que sobrara não estava nada melhor, alguns gritavam, outros recitavam uma língua que eu desconhecia até que Elena foi quem começou a falar. A sua voz especificamente não voltara, era uma voz diferente que emanava de sua garganta e que dava arrepios. Uma língua que parecia ser antiga e que nem mesmo Liam e seus oficiais conheciam, pois suas expressões eram de completo terror.

— Pela Deusa! O que é isso? — vociferou alguém.

O mar continuava a se agitar e a formar um redemoinho em torno de Elena cada vez maior. Não dava mais para distinguí-la, era apenas luz e caos. Fui me afastando na medida que a água salgada me jogava para longe. Outros eram sugados para dentro do redemoinho, pedaços do navio começaram a estilhaçar e a nos atingir.

— Liam? Cadê você? — bradava Beatrice.

— Socorro! — Era a vez de Jasper.

— Elena! — gritei.

Mas tudo em vão. Eram apenas gritos e nenhuma resposta.

A luz e os raios atingiram uma grande altura e depois começou a afundar no mar. O redemoinho que antes era no ar, passou a ser no mar, arrastando todos e tudo consigo. Algo rasgou o meu braço com força, tentei ver o que era e o pavor que subiu pelas minhas entranhas me deixou paralisado. Algo que pareciam nadadeiras de tubarões emergiam sob o redemoinho formando círculos gigantes.

Não conseguia descrever o que foram os próximos segundos, tudo aconteceu muito rápido. Estávamos nos aproximando do olho do redemoinho. O navio nos acompanhava. Um cheiro de podridão aumentava na medida que o olho estava cada vez mais perto.

Eu estava ficando tonto de tanto rodar e ser atingido por farpas e pelas nadadeiras... Não espera! Não eram tubarões. Tubarões não ficavam parados assim em fileiras e sem atacar ninguém. Eram dentes! Meus Deus que nojo! Íamos ser devorados pelo tal monstro que Jack contara. O olho do Triângulo das Bermudas era nada mais que a boca de uma criatura aterrorizante. Onde afinal era esse portal?

A besta emergia devagar na superfície se preparando para nos devorar. Algo se esbarrou em mim e me agarrou. Era um Gancho. Maldito seja.

— Liam!

— Henrique! Preciso da sua ajuda — disse o Capitão com dificuldade e cuspindo sangue.

— Você está ferido? — perguntei procurando por alguma ferida.

— Isso não importa agora. Preciso encontrar as fadas! Só elas vão nos salvar.

Que maravilha! Nossas vidas estavam nas mãos de fadas, criaturas estranhas e egoístas.

— Eu sei o que você está pensando, mas assim como eu, elas também querem voltar para casa.

— Então onde é que estão? Se não apareceram até agora é porque acho que não estão muito afim de ajudar.

— Olha, moleque, para de reclamar e me ajude. Elas devem estar presas em um dos barris ou caixas que caíram do navio. Não iriam desaparecer sem que a gente percebesse.

— Não sei se percebeu, mas estamos sendo devorados neste exato momento e não estou vendo nenhuma caixa — resmunguei.

— Não me faça usar esse gancho de novo em você! Trate de mergulhar logo e procurar — ordenou o nojento de gancho.

Fiz o que ele mandou e mergulhei a procura de algo que pudesse estar com as fadas. Mas quando abri os olhos e vi a criatura que nos cercava perdi o fôlego. Era pior do que eu imaginava, nunca tinha ouvido falar de uma criatura assim.





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Uau, esse capítulo saiu melhor do que eu esperava!

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now