Capítulo 48 - Um Deus, Um Monstro

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Henrique



Minha cabeça doía, era como se eu tivesse despertado de um pesadelo onde eu não tinha domínio sobre meu próprio corpo. Fui um fantoche de uma deusa. Ela parecia ter sugado cada gota de energia das minhas células, eu me sentia exausto como se não dormisse há eras. Não que eu estivesse mesmo dormindo bem ultimamente, mas era diferente. Sabe quando tive aquela crise de ressaca de rum? Pois, então, foi pior do que aquilo. Minha mente estava mega acelerada, como se meus pensamentos ficassem repetindo cada palavra que a deusa tinha dito sem parar. Um ciclo infinito de estresse.

Demorei a me acalmar e fazer meu coração desacelerar junto com a minha mente. Maia dizia para eu respirar fundo, dando pausas maiores de uma respiração a outra. Pegou a água de um cantil e me deu para tomar. Enquanto isso um caos estava a minha volta. Liam, Jack, Jules, e até mesmo o tal Ubiratã estavam correndo ao redor como se tivessem procurando uma presa para matar.

— O que está acontecendo? — perguntei com a voz meio arrastada.

— Eles estão a caçar alguém que o Diable vira nos espionando — respondeu com aqueles seu sotaque diferenciado e com o inglês que eu custava a entender.

— Maia, o que fizeram com os corpos dos piratas que morreram naquela plantação de vocês? — Era algo que estava me perturbando desde que caminhamos até a árvore. Mas eu não quis perguntá-la enquanto o Gancho prestava atenção em absolutamente tudo o que eu fazia desde que tiveram que me arrastar para longe do chefe da tribo.

— Os guerreiros os deram um funeral digno.

— E o que seria esse funeral para sua tribo? Assim, com todo o respeito — questionei semicerrando os olhos para conseguir ver qual seria sua expressão ao responder.

— Eles os tiraram de lá, seus corpos preparados com os rituais de nossos ancestrais de quem morre durante uma batalha e os colocaram numa pira perto do rio, mais da aldeia distante.

— Obrigado de verdade. Porque se dependesse desses piratas teriam largado simplesmente os corpos para as moscas e os vermes devorarem.

— Nisso não pense. Tente levantar. Atrás deles temos de ir.

Olhei para o lado onde a confusão continuava e vi que todos estavam se afastando e esqueceram completamente que ainda estávamos por lá. Levantei, apoiei em minhas pernas que já estavam firmes e reparei que minha cabeça melhorara. Busquei minhas armas ao redor e as coloquei em seus devidos lugares em minha vestimenta. Maia fez o mesmo e seguimos devagar para ver de perto o que estava de fato acontecendo.

Liam estava correndo atrás de uma pessoa toda vestida de preto. Sua silhueta era-me conhecida. Maia e eu começamos a correr atrás deles, os quais pararam de andar em círculos e foram entrando mata a dentro. Apressei os passos tentando não cair em meio as raízes e galhos partidos que se encontravam no chão da mata fechada. Estava escuro, tínhamos somente a lua para nos iluminar e a tocha que estava nas mãos de Jules naquele momento. Maia tropeçou e ficou para trás. Voltei para ajudá-la tentando não perder os piratas de vista.

Emily Pan⚓#2 [COMPLETO] - Uma Viagem à Ilha das FadasWhere stories live. Discover now