Cap. 68 "I forgive you for been away for far too long" - Far Away

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Dois toques na porta fizeram-se ouvir. Era a primeira manhã de agosto, fazia aquele calor que só julho e agosto propiciam à Inglaterra. Consequentemente o dia estava bonito. As cortinas da sala de Elizabeth haviam sido abertas por ela e Jace, que agora olhava, através da janela, a praça que ficava em frente ao hospital, onde havia algumas crianças brincando no gramado, sendo supervisionadas por seus pais ou babás, ao redor.

- Pode entrar. - Elizabeth disse, sem desviar os olhos das flores que ajeitava em um pequeno vaso transparente, Jace estava feliz por ela estar tão concentrada em flores, e não em diagnósticos.
- Senhorita Cooper, chegou algo pra você. - Jace e Elizabeth ergueram o rosto em direção à uma recepcionista do hospital, que carregava consigo uma espécie de rádio em um modelo antigo, e um grande buquê de rosas mistas, que variavam entre branco, cor-de-rosa, salmão, pink.
- Mais flores?! - Jace disse em tom quase debochado, mas como quem está adorando toda aquela situação.
- Obrigada, Summer. - Elizabeth agradeceu à recepcionista, pegando tudo o que estava em seus braços e deixando sobre a mesa de seu escritório.
- Com licença. - Murmurou a moça, antes de deixar a sala sob os olhos brilhantes de Jace.
- Volte sempre, Summer. - Brincou ele, depois se aproximou de Elizabeth, que desatava o pequeno nó que prendia um pendrive na alça do rádio. Este, apesar de parecer antigo, era moderno suficiente para ter uma entrada USB. - O que será que é isso tudo?
- Vamos descobrir agora, ué. - Respondeu ela enquanto Jace inspecionava as flores, em busca de um cartão, antes que concluísse sua investigação, ou encontrasse alguma coisa, ouviu batidas fortes vindo do pequeno rádio, parecia um misto de bateria com palmas. Assim que o som melódico da gaita preencheu a sala, Elizabeth começou a sorrir.

Seis dias antes

Jughead correu os olhos pelo calendário na parede de sua cozinha. Desde o dia 15, quando seu livro foi publicizado, haviam se passado onze dias. "Onze dias de fracasso", pensou ele ao começar a circular o dia 26 com uma caneta vermelha, antes que pudesse completar, ouviu a campainha. Jogou a caneta no balcão e subiu o lance de escadas que o levava ao corredor principal da casa.
Era do correio. Jughead não se lembrava de ter comprado algo pela internet, mas assinou ao papel e pegou o embrulho que o funcionário lhe trazia, depois fechou a porta e começou a andar de volta para a cozinha, procurando o endereço do remetente, mas não estava ali em nenhuma parte.
Precisou da ajuda de uma faca para abrir o plástico, que embalava uma caixa preta. Ao abri-la, o diferente aroma de algumas velas se espalhou pela cozinha, quase substituindo o cheiro do muffin que estava no forno. Jug pegou o pendrive que havia na caixa, pendurado à ele havia um chaveiro: sapatilhas. De uma só vez prendeu a respiração, sem perceber, distraído demais com o que tinha em mãos.
Sabia exatamente quem havia lhe enviado aquilo, e então olhou para o calendário, para o círculo incompleto no número 26. Sorriu sem se dar conta do quanto seu coração estava aliviado naquele exato momento. Levaria um tempo até começar a distinguir as sensações que o perpassavam. Por enquanto era só um amontoado de sintomas que declararam a falência de suas pernas, obrigando-o a se sentar antes de pegar, dentro da caixa, um pedaço de pergaminho delicadamente envolvido por uma fita fina de cetim azul.
Jughead imediatamente reconheceu a caligrafia pequena. Queria muito saber o que dizia ali, mas num primeiro momento ficou apenas olhando a maneira como ela organizou o texto no centro da folha, com aquele cuidado que lhe era familiar. Sorriu, mais uma vez, passando a ponta do polegar pela folha, sentindo sua textura mais fina, parecendo um papel velho e gasto. Tantos detalhes a serem admirados. Talvez ele apenas estivesse com medo do que a junção daquelas palavras queriam dizer.

"Take all your big plans and break them, this is bound to be a while"

A chance de tudo isto ser desastroso é de 89%, mas talvez valha a pena tentar.

Betting Her - Adaptação BugheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora