Cap.21 "You fave my life direction, a game show love conection" (Train)

2.1K 192 41
                                    

Elizabeth e eu nos entreolhamos, mantive minha respiração presa e eu juro, velho, eu poderia ter me cagado naquele momento. Permaneci petrificado, em pânico. Se o pai me pegasse ali, não quero imaginar o que seria de nós dois.

- Tudo, pai! - Elizabeth finalmente disse algo, apertei meus olhos - O gatinho da senhora Martha entrou pela sacada outra vez! - Reclamou ela, fingindo impaciência.
- Ah, outra vez! - Ele protestou - Não demore a dormir, está bem? Boa noite.
- Boa noite, papai. - Ela gritou de volta, a sombra, que antes vinha por debaixo da por baixo da porta, sumiu, respirei fundo e a encarei com deboche.
- Ah! - Me virei novamente pra porta, pronto pra cuspir meu coração - Feche a porta da sacada, esse gato da dona Martha é um folgado! - Abafei um riso baixo contra minha mão, Elizabeth me deu um empurrão, enfezada.
- Pode deixar, papai, já estou fechando.

Ficamos em silêncio, apenas ouvindo os passos de seu pai se afastarem pelo corredor e, até que a porta do quarto do casal fosse fechada, não nos atrevemos sequer a nos olharmos. Elizabeth soltou um suspiro longo e trancou a porta da sacada, esfregando o rosto, um sorriso debochado cresceu novamente em meus lábios.

- Machucou? - Ela quis saber, se acercando e me examinando rapidamente.
- Nada que uma boa noite de sono não resolva. - Murmurei, transbordando malícia, me acercando de seu corpo.
- Espera! - Pediu baixo, correndo pra dentro do banheiro e fechando a porta antes que eu pudesse alcançá-la.

Sorri e dei de ombros, começando a prestar atenção em seu quarto. Deixei as chaves do meu carro sobre a escrivaninha, onde também estava seu notebook e uma luminária. Sua cama estava encostada na parede, a cabeceira era uma praleteleira com alguns porta-retratos e confesso ter me sentido completamente aquecido ao ver uma foto minha ali. Eu estava horroroso, mas ela tinha uma foto minha em sua cabeceira. Enterrei minhas mãos no bolso e olhei ao meu redor. Em frente à cama ficava uma poltrona branca, visivelmente fofa, e ao lado uma estante, com uma tv, DVD e o resto de seus espaços abarrotavam-se livros de todas as cores e tamanhos. No chão, ao lado, havia um mini system e alguns CDs espalhados, mas não tive tempo de ver o que ela costumava escutar. Subitamente me voltei para a porta do banheiro quando esta se abriu, meu coração parou de bater por alguns poucos segundos, o suficiente pra fazer meu corpo todo formigar.
Elizabeth estava parada, encolhida e com os olhos curiosos sobre os meus. Sua expressão tímida se destacava na ousadia de sua lingerie. Minha boca e garganta foram se tornando escassas, meu coração pulsava com rigidez, me peguei arfando.

- Eu... Ia colocar amanhã, caso tivessemos algum lugar pra ir depois... Mas... Acho melhor aproveitar a oportunidade. - Disse ela através de sussurros, minhas pernas cederam e eu me senti como um garotinho punheteiro de 13 anos.
- Você 'tá... 'Tá... - Umedeci os lábios, gesticulando como se isso fosse me ajudar a encontrar o adjetivo correto - 'Tá linda! - Exclamei, ela sorriu, corada.
- 'Tô com vergonha. - Comentou enquanto meus olhos excursionavam por seu corpo semicoberto.
- Eu é que deveria me envergonhar, por ter a mulher mais linda do mundo na minha frente e não conseguir sair do lugar! - Neguei com a cabeça, fazendo-a rir, então comecei a me aproximar, sentindo seu perfume rapidamente atingir minhas narinas e minha sanidade.
- Você me considera uma mulher? - Quis saber, quando parei à sua frente, toquei seu rosto com ambas minhas mãos, massageando as maçãs dele com os polegares enquanto fitava seus olhos brilhantes.
- Você é uma mulher. - Respondi, com sinceridade - Que se veste como criança, mas uma mulher. - Eu não queria soar acusador, apenas queria que ela entendesse que não precisava se esconder por trás de macacões e óculos de grau - Você não precisa ter medo de ser confundida com algo que não é, nem nunca vai ser... - Ela piscava devagar enquanto eu retirava o arquinho de sua cabeça, deixando seu cabelo contornar melhor seu rosto - Soltar seu cabelo, se maquiar ou usar saltos não vai te fazer fugir da sua personalidade, nem trair seus princípios. - Segurei seu queixo com cuidado e mordisquei delicadamente seu lábio inferior - Bem como se vestir dessa forma pra mim não muda nada em meu conceito sobre você, você ainda é minha menina responsável, inteligente, inocente, que fica sexy de macacão sujo e babydoll. - Elizabeth sorriu divertida, afagando minha nuca com seus dedos.
- Eu não fico sexy de macacão. - Protestou em tom cômico, com seus olhos divagando por minha boca, rocei nossos lábios e sorri malicioso.
- Aaah, você fica sim. - Afirmei, encostando-a na parede com meu corpo.

Betting Her - Adaptação BugheadWhere stories live. Discover now